Autor: Bandeirante
sábado, 18 de marzo de 2006
Sección: Artículos generales
Información publicada por: Bandeirante
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O que é um Estado Nacional ?
Como definir um Estado Nacional ?
O que é um Estado Nacional ?
A vitória das populações cristãs na guerra contra o islamismo na Península Ibérica apresentou um fundamental diferencial de qualidade organizacional. A cristandade ibérica inventou e produziu o fenômeno do Estado Nacional como a sua grande reserva e vantagem estratégico-institucional. No processo de formação e construção do Estado Nacional destaca-se a precocidade da organização, belicosidade e agressividade do Estado Nacional de Portugal.
Portugal pode ser considerado o primeiro Estado Nacional Europeu, o seu primeiro Estado "Moderno".
Um Estado Nacional apresentava os seguintes elementos:
- Um centro de poder bem definido e uma hierarquia de poder centralizada e organizada. Um Rei e uma Dinastia Nacional na forma de uma única linhagem genealógica contínua.
- Forças armadas e recursos militares eficientes para a defesa e ataque complementados com a criação de uma armada, uma força naval habilitada para a logística da guerra e dos descobrimentos mundiais. Milícias nacionais e recrutamento endogâmico sem necessidade de mercenários extra-nacionais.
- Pessoal de Estado e uma "burocracia" organizada. Um Direito Nacional. As Ordenações do Reino de Portugal, um dos principais conjuntos jurídico-estatais de todo o ocidente. A renovação e reinvenção do direito romano e a criação de uma nova estrutura administrativo-estatal com concelhos, municípios, regras e representatividades político-territoriais próprias. Estabelecem-se tributos e estruturas de fiscalidade em bases não apenas impostas, mas também consensuadas em certos limites e grupos, dentro de conflitos e contradições inerentes à esfera do social que se quer fazer também em nacional.
- Língua nacional. Uma língua étnica própria que se converte em língua de Estado e língua de um Império Mundial. Cria-se uma Universidade em língua nacional, uma literatura padronizada e assim se reforça a cultura nacional e os valores nacionais com uma elite dirigente e administrativa. Não há maior força do que a de um povo bem disposto e bem armado no espiritual e no temporal, decidido a manter e preservar a sua própria identidade.
- A invenção de uma nova dimensão étnica própria. Um povo com uma mesma cultura, com os mesmos valores e com um senso de identificação próprio apto a elAborar a produção de um imaginário nacional e o compartilhar de novas experiências coletivas históricas.
- Centros religiosos próprios e uma ideologia religiosa com nuances específicas e redes religiosas nacionalizadoras.
- Território bem definido e estabelecido em tratados diplomáticos e pactos definidos externamente.
- Um projeto mobilizador nacional. Um sonho nacional.
Por que Portugal foi o primeiro Estado Nacional ibérico e europeu ?
Portugal surgiu a partir de uma base relativamente consistente, homogênea, densa e contínua no espaço e no tempo. O antigo Convento Bracarense, do Minho ao Douro e com a oportunidade de uma fronteira disputável ao sul na área de Coimbra.
A existência da fronteira militar é condição fundamental para o forjar-se de Portugal.
O Estado de Portugal nasceu como uma necessidade entre as ondas almorávidas e almoádas, fatores catalizadores da existência de Portugal como Estado Nacional armado, estruturado e ungido com e pelas principais ordens militares religiosas da cristandade.
Portugal nunca teve fronteiras estabelecidas com populações islâmicas. A única relação era a guerra. Portugal não estabelecia tratados ou entabulava intercâmbios com entidades islâmicas e nem poderia coexistir com uma fronteira islâmica. Portugal era a veradeira sociedade voltada para a guerra e para a expansão, por excelência e por Razão de Estado. Seria inimaginável e impensável a coexistência de Portugal com uma entidade islâmica na sua fronteira. Algo como uma Granada Islâmica contígua a Portugal jamais existiria. Inclusive foi Portugal que leva e conduz a guerra para o outro lado do estreito, para a África do Norte, enfraquecendo os mouros e como sempre pagando o maior preço na guerra em uma África do Norte portuguesa a drenar recursos mouros e permitir o isolamento e a queda de Granada do outro lado do estreito. Portugal também jamais admitiria uma população ou pequenos grupos mouros residuais no seu tecido social. Portugal como Estado Nacional nunca seria uma Bósnia-Herzegovina.
Como decorrência dos seus valores e estruturas intrínsecos, Portugal montou uma última grande cruzada em África com o Rei Dom Sebastião em Alcácer Quibir, política inimaginável para um outro reino ibérico em termos de sua impetuosidade e ousadia arriscada. Os descobrimentos, a conquista e colonização do Brasil também foram outra decorrência do lançar-se português. O que é o potencial do Brasil em comparação com o estéril e árido Marrocos ? Descansai em paz os fantasmas de Alcacer Quibir porque a língua portuguesa se expandiria em terras muito mais distantes e muito mais férteis, justamente criadas por homens com a mesma fibra dos que lutaram e morreram na África do Norte.
Portugal apresenta ao longo dos séculos uma materialidade demográfica relativamente homogênea. Portugal surgiu dentro do espaço que fora o centro original dos gallaici na desembocadura do Douro, adjacente ao que seria o núcleo duro do Reino Suevo em Braga e revitalizado depois com a existência da fronteira militar contra o islã. Portugal é antes de tudo uma idéia, uma paideia política e uma férrea vontade política e militar alicerçada inicialmente no formigueiro humano do Entre-Douro-e Minho. Portugal é um estado de espírito que não existiu em outras regiões ibéricas. Um Estado Nacional é ao mesmo tempo ontologia e praxis, tradição e invenção. O que é autêntico é e existe em si, independentemente se foi positivo ou negativo. Uma das melhores sínteses de Portugal está em Fernando Pessoa...
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
http://nautilus.fis.uc.pt/personal/marques/old/pessoa/mensagem.html
Cumprimentos d"O Bandeirante Tupi
O Filho só pode existir se o Pai assim O conseguiu...
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Pues puede que ese deseo de diferencia frente a "lo espanhol" es lo que mantiene unido al gigantesco Brasil -15 veces Espanha-. Los brasilenhos flipan con que en cien kilómetros se hable otra lengua diferente, demasiado "étnico" para ellos. En la península ibérica tenemos tres estados -con Andorra- y cuatro idiomas. En Brasil, indios de amazonia, nigerianos de Bahía, Alemanes de Río Grande, japoneses de Sao Paulo se consideran brasilenhos. Los pocos brotes independentistas -un alemán en el sur y algunos yanomanis en el interior- son considerados como conspiraciones yankees para debilitar la federación. Puede que el fútbol sea un actor unificador.
Estado étnico a la manera de Israel o democracia pluriétnica de ciudanos?
Estado diminuto, pero eficaz -Chequia- o mastodonte burocratizado?
Área económica -Norte de Portugal-Galicia. País Vasco-Landas- o frontera de cartabón?
Sacro Imperio Romano -UE- o pulverización -Escandinavia-?
Observo consternado, señor Lusitanoi, que define usted la conciencia de nación a partir del desprecio a las restantes naciones.
Si ésa es la definición, coincido con usted en que en Galicia ese tipo de "conciencia nacional" no abunda. Permitame añadir que afortunadamente.
Como enano, aprendí a subirme a hombros de gigantes. Para usted me subo hoy a dos:
1) Antonio Machado, nada sospechoso de "anticastellaneidad". Hace casi cien años, a orillas del Duero, denunciaba uno de los profundos defectos que veía en la Castilla de su tiempo:
"Castilla miserable, ayer dominadora
envuelta en sus andrajos desprecia cuanto ignora"
2) Carlos Alonso del Real y Ramos. Decía el maestro que lo más parecido a un tonto de derechas es un tonto de izquierdas. Me atrevo a parafrasearlo y sostengo que lo más parecido a cualquier nacionalista tonto de cualquier país es cualquier otro nacionalista tonto de cualquier otro país.
No me subo a los hombros de Eudald Carbonell porque está vivo y afortunadamente bien vivo; como para colmo es amigo, no es cuestión de someterlo a tal tortura. Pero hace poco afirmaba en una conferencia que una de las lAbores que nos toca afrontar es la integración; y que sólo puede integrarse lo diferente, y aun lo bien definido como diferente. La creatividad se incrementa con la sítesis integradora de lo diferente, no con la homogeneización globalizante al uso. No tengo esperanza de que usted lo entienda, pero ahí se lo dejo por si sonase la flauta por casualidad.
"Soc d'aquí, no d'allá, un moment! Que ho sapigui tothom, que per mi te importança", decía Quico Pi de la Serra. Para Eudald soy gallego y para Carlos lo fui. Usted, desde su triste definición, considéreme apátrida. Absolutamente apátrida de las naciones del desprecio, del odio y del rechazo.
Y Dios en la de todos.
Ai ai ai... que razão tens. Mas o problema é e será o mesmo durante muito tempo, por várias razões, porque pouco a pouco essa falta de autoestima acAbou com as possibilidades de chegar a decidir-nos a ser independentes, e porque Galiza vive numa forte dicotomia entre ser Espanhóis, ou ser... outra coisa, mas o que? Galegos somos, mas sós não sabemos sê-lo... esse é o problema.
O "Sempre ficará Portugal" que tantas vezes usamos os galegos é uma falsidade: infundiram-nos esse ar de superioridade desde Castilla com tanta força que temo-lo creido coma certo, e claro, ser portugueses é ser menos...
Ao mesmo tempo, a falta de recursos contribuíram sobremaneira a um regusto pela autocomplacencia, o servilismo ao poder (Castilla) e a resignação.
E despois está o forte envelhecimento da população, e a castelanizaçao da juventude...
Mas tens razão, isto é já outro tema, Galiza precisa seguir fazendo o seu caminho na sua velocidade. Só espero que o acabemos antes de destruir-nos como nação, e povo. Eu dende logo penso facelo quanto antes.
Apertas e bicos (como se diz em galego normativo...)
Por desgracia para muchos, si bien no con tanta claridad y menos radicalmente... concuerdo con Lusitanoi:
1. Castilla se ha definido a si misma por la arrogancia y la soberbia
2. El desprecio a lo "otro" es caro en la relación España-Portugal (pese a que portugal ha sido varios siglos, una mayor potencia que España, que sólo supo mirarse al ombligo).
3. Los nacionalismos "periféricos" españoles son fruto del desprecio que estas regiones/naciones sufrieron por parte de la "una grande y libre"... que muchos dicen ya no existe... pero pervive en el pensamiento politico de la derecha española y gran parte de la izquierda.
4. Siempre nos quedará Portugal
Cada cual que se aplique el cuento a su gusto:
soberbia.
(Del lat. superbĭa).
1. f. Altivez y apetito desordenado de ser preferido a otros.
2. f. Satisfacción y envanecimiento por la contemplación de las propias prendas con menosprecio de los demás.
3. f. Especialmente hablando de los edificios, exceso en la magnificencia, suntuosidad o pompa.
4. f. Cólera e ira expresadas con acciones descompuestas o palabras altivas e injuriosas.
5. f. ant. Palabra o acción injuriosa.
arrogante.
(Del ant. part. act. de arrogar; lat. arrŏgans, -antis).
1. adj. Altanero, soberbio.
2. adj. Valiente, alentado, brioso.
3. adj. Gallardo, airoso.
"Hay hombres tan arrogantes que no saben alabar a un gran hombre a quien admiran, sin representarlo como un eslabón o un sendero que conduce a ellos mismos".
Nietzche
Galicia, ti non tes patria,
ti vives no mundo soia,
i a prole fecunda túa
se espalla en errantes hordas,
mentras triste e solitaria
tendida na verde alfombra,
o mar esperanzas pides
de Dios a esperanza imploras.
Por eso aunque en son de festa
alegre a gaitiña se oia,
eu podo decirche:
non canta, que chora
Sólo puedo decir: Aish...
elpater... ¿de que números hablas? (lo desconozco, no dudo de tus afirmaciones)
Los gallegos (hoy por hoy) no somos (hablaré en plural pero no me considero dentro de este grupo) ni mucho menos independentistas. El sentimiento más expresado es "Tan gallego como español" pero tiene dos vertientes muy distintas:
- Los gallegos AMAMOS a nuestra tierra por encima de todo, y pese a siglos de opresión cultural y la emigración, los vínculos son muy potentes y duraderos
- Los gallegos nos sentimos, aunque no lo expresemos INFERIORES a "España", no somos nada sin ella... porque llevamos siglos a su sombra, y nos hemos "acostumbrado" a ser pobres, inferiores y encima... maltratados.
Esta es la pura y simple verdad, y como dice Lusitanoi... Galicia hoy por hoy no tendrían "suciente identidad nacional", o mejor dicho, no de "suficiente calidad", el problema no es la carencia o tenencia del sentimiento (está ahí, pero subyugado), el problema es la autoestima, la fuerza y el ímpetu del sentimiento. Quizás (y esto es una gran esperanza para Galicia) viendo lo que hacen vascos y catalanes, nosotros vayamos detrás... que al fin y al cAbo es lo que llevamos decenios haciendo... tanto en la 2ª República, como los actuales estatutos.... y quizás el que viene... si nuestro PPdeG españolista, caudillista y caciquil no lo frena...
Sonaré muy lastimero a oídos de Lusitanoi, lo reconozco, pero como él ha dicho:
"para nosotros esso es passado, somos un país con mas de 850 años de idependencia, apenas con 60 años de unio a Espanha" (...) "Para nosotros la question no es la misma de catalunya, euskera ou galiza, porque la independencia ja la hemos ganado hace 850 años e despues en la restauracion en 1640"
Ese es el gran matiz... "otro gallo cantaría" si Portugal hubiese quedado bajo el yugo de Castilla, la soberbia y la prepotencia, hubiesen dañado muy mucho ese orgullo nacional del que gozan (y que aún así, considero que ha conseguido afectar, y me atrevería que a ayudar a definir). Yo soy de esos pocos raros que visto lo visto... Ojalá Galiza nunca se hubiese dividido, ni necesitaríamos reafirmarnos como pueblo y como nación, ni harían falta "euroregiones" para desarrollarnos conjuntamente y hoy seríamos un gran país Atlántico, más gallego, más portugués, mas bonito, mas bello y más completo.
Chao!
PD. pese a todo, 850 años de frontera no han roto los lazos de sangre entre las dos orillas del Minho.... en pocos lugares se puede decir eso en el mundo
Dsotelo...dis:
"De todas maneras este artículo no hablaba directamente de la situación de Galicia o del gallego, sino sobre un estado nacional, concretamente el portugués que, por lo que parece, también es una unidad de destino en lo universal."
Un tema es inevitable que diversifique en otros...y viendo algunas afirmaciones erróneas...pois que queres que che diga... meu!
Podedes decir o que queirades...eu manteño o que dixen.
"Que raio de "urbanitas"!! Como se ve que andades pouco pola aldea!! El gallego está desprestigiado entre los de " La Coru" y poco más (me paso si digo un 15% de la población gallega)."
Y que conste que viajo por cuestiones lAborales por toa Ghalisia...y se lo que se cuece... ;)
Amerginh...si te criaste en Touro no se como leches escribes tan rarito ( y no lo digo por la grafía...si no por las expresiones)...a que años te fuiste?
Um texto de Gilberto Freyre, na escrita original de 1940
O MUNDO QUE O PORTUGUÊS CRIOU
Prefácio
A materia que se segue foi apresentada pela primeira vez em conferencias lidas em 1937, uma na Universidade de Londres ( Kings’s College), três em universidades portuguesas. Da leitura da primeira, no original inglês, encarregou-se gentilmente o meu ilustre amigo, o então embaixador do Brasil na Inglaterra, sr. Regis de Oliveira. As conferencias que eu deveria ter proferido em Portugal, fez-me a fineza de lê-las por mim o meu velho amigo sr. Manuel Múrias, director do Archivo Historico Colonial de Lisboa.
Tendo seguido para a Europa em julho 1937, em missão do presidente da Republica á qual se juntou a tarefa, que me confiou o Instituto Luso-Brasileiro de Alta Cultura, de realizar conferencias em universidades portuguesas e de investigar o problema dos documentos relativos ao Brasil existentes nos archivos de Lisboa, doença subita em pessoa de minha familia obrigou-me a antecipar o regresso ao Rio de Janeiro. Precisei assim de valer-me da gentileza do sr. Manuel Múrias para a leitura dos trabalhos escriptos especialmente para aquelle fim. As conferencias assim realizadas em Lisboa, Coimbra e Porto, e a lida em Londres pelo então embaixador do Brasil, appareceram no Rio de Janeiro em 1938, em publicação official do Ministerio da Educação e Saúde - Conferencias na Europa - que se esgotou rapidamente.
Surgem agora em Segunda edição, com varios accrescimos, no texto e em appensos. Prestigia-as desta vez o longo e suggestivo prefacio do sr. António Sérgio, eminente ensaista que pelo sentido novo que deu aos estudos de philosophia da historia portuguesa é uma alta autoridade nos assumptos aqui esboçados.
Surgem sob titulo novo: O mundo que o Português criou. Mundo que, como conjunto de valores essenciaes de cultura, como realidade psycho-social, continua a existir. Sobrevive á desarticulação do imperio simplesmente politico. Resiste á pressão de outros imperialismos meramente economicos ou politicos.
Embora o ponto de vista do autor seja sempre o da unidade de sentimento e de cultura formada por Portugal e pelas varias areas de colonização portuguesa na America, na Africa, na Asia, nas ilhas, os elementos principalmente visados são estes: Portugal, criador de tantos povos, hoje essencialmente portugueses em seus estilos de vida mais caracteristicos, e o Brasil, país onde esse processo de alongamento de uma cultura antiga numa nova, em mais vasta que a materna, attingiu sua maior intensidade.
Dá-se relevo á acção de Portugal no Brasil e procura-se esboçar a sua actividade nas demais areas de colonização ou de influencia lusitana, sem se deixar de salientar que a formação portuguesa do nosso país se fez, não dentro de uma rigida exclusividade de raça ou mesmo de cultura, mas por meio de constante interpenetração de valores culturaes diversos e de abundante miscegenação.
Justamente isso - pluralidade de cultura e miscegenação á grande - é que dá riqueza, força e capacidade de expansão não só ao todo nacional luso-brasileiro, como ao conjunto de culturas nacionaes ou regionaes marcadas pela de Portugal e de que o Brasil é hoje a expressão mais destacada.
A expressão mais destacada e a força mais contagiosa e mais prestigiosa. E esse poder de irradiação da cultura luso-brasileira parece que tende a crescer; e não a contrahir-se, como proclama muito seguro de si certo pessimismo apressado.
Pascal escreveu que existem três fontes de fé: a razão, a inspiração e o costume. E é delle o celebre conselho aos indecisos e aos scepticos: agirem como se fossem crentes para acabarem crentes. Tomarem agua benta. Ouvirem missa. Fazerem o signal da Cruz. Ajoelharem-se deante do Santissimo. Repetirem - como os indios aos christãos, no decorrer da Primeira Missa que se disse no Brasil - os gestos dos devotos. E o acto, o gesto, a pratica, a liturgia, o rito, a conformidade com as manifestações exteriores da fé - creio que estou sendo exacto na interpretação da idéa essencial do pensador francês, embora a esteja ornando de uns pittorescos um tanto ousados - aos poucos mas com segurança conduziriam o incredulo á religião e ao seio da Igreja. Naturalmente o incredulo que não pudesse chegar á fé pela pura força da inspiração ou da razão.
No extremo Sul do Brasil, onde acAbo de estar em viagem de contacto rapido com a gente e a paisagem daquella região neo-brasileira, impressionaram-me certas evidencias de abrasileiramento, do alemão e de outros colonos, pelo gesto, pelo rythmo do andar, pela pratica de actos tradicionalmente brasileiros. E sob a impressão de taes evidencias surprehendi-me um dia dando idéa de Pascal uma extensão sociologica. O processo da nacionalização seria o processo de conversão em ponto menor: menor pelos limites de espaço e de tempo.
Afinal o individuo torna-se brasileiro pela mesma forma ou pelo mesmo processo por que se torna catholico. Segundo Pascal: pela razão, pela inspiração ou pelo costume.
Creio que se pode affirmar com inteira segurança ser muito pequeno o numero dos que se filiam á Igreja pela pura força da razão ou da inspiração. Muito maior é o numero dos que acabam crentes pela pratica, pelo gesto, pelo costume. Por conseguinte: um tanto sob a pressão do social sobre o individual da theoria de mestre Durkheim.
Do mesmo modo, no plano da nacionalização: grande numero de individuos se nacionalizam principalmente pelo costume ou pela pratica. Pela pressão do social sobre o individual.
Admittamos que são bem raros - com relação á Igrejas - os Newman, os Psichari, os Chesterton. Bem raros - com relação a uma patria nova - os von Koseritz, os von Loon, os Karl Schurz. Individuos que se convertem, que mudam de philosophia, de patria e até de "raça", que adoptam estilos novos de vida, menos pela pressão das circunstancias sobre elles, que pelo desejo claro, pela vontade exacta, pela razão lucida, pela luz interior que os conduz a novos espaços, novas actividades, novos mundos, novas attitudes, novas dimensões. São personalidades soberanas. Excepcionaes.
Viajando no Paraná, em Santa Catharina, no Rio Grande do Sul, surprehendi mais de uma vez europeus e filhos de europeus em puro flagrante de abrasileiramento. Mas europeus que, estou certo, não vieram para o Brasil, com seus filhos, tendo racionalizado antes os motivos de sua mudança radical de vida. Que não pensaram nunca em converter-se ao Brasil. Que estão na primeira ou na Segunda phase dessa conversão quasi inconscientes do que se passa com elles, cedendo quasi sem o querer á pressão de um ambiente novo, á ecologia de um espaço novo. Espaço physico e principalmente social.
Esse abrasileiramento é que, segundo me parece, se faz quasi sempre pela pressão do acto sobre o espirito. O alemão ou o italiano começa a se nacionalizar ou abrasileirar pela pratica de uma serie de pequenos actos brasileiros, tradicionalmente brasileiro; e essa liturgia, esse ritual, essas exterioridades acabam por ter uma força de persuasão que vae até ás raizes, até ao espirito, até á alma do immigrante.
Mais de uma vez, no Rio Grande do Sul, vi homens louros vestidos á gaúcha e tomando quietamente seu chimarrão. Alemães, italianos, poloneses, de ponche, de botas e sugando seu mate á maneira tradicional dos brasileiros do Sul: alguns já com o vagar voluptuoso e até o ar mystico, o ar oriental, o ar levantino que certos gaúchos assumem durante a celebração desse acto. No Rio Grande e em Santa Chatarina, vi outros homens louros comendo com os mesmos gestos nortistas, segundo o mesmo ritual bahiano, a mesma liturgia mineira, entre goles de aguardente e salpicos de molho de pimenta, a velha, a brasileirissima feijoada. Vi a chinela - mas a chinela bahiana - na ponta dos pés de mulheres de cabello ruivo, olhos claros, physionomia nordica. Vi o tamanco usado por operarios de fabricas que não eram descendentes de açorianos, mas rapazes alourados, adolescentes sardentos e de nariz arrebitado, filhos e netos de alemães. Vi o palito de dentes, o luso-brasileirissimo palito de dentes, na boca de muito descendente de italiano, de polonês, de europeu do Norte. Vi a goiabada sAboreada por grande numero delles: goiabada com queijo, á moda da gente brasileira mais orthodoxa em questões de sobremesa.
Cada vez que surprehendi um filho de colono praticando um acto desses - um desses actos na apparencia sem importancia, mas na verdade ricos de significados sociologicos - lembrei-me de Pascal. E mentalmente, durante grande parte da viagem pelos Estados do Sul, fui dando extensão sociologica á idéa do pensador francês.
Lembro-me de que ao entrar em Blumenau, meu companheiro de viagem, que era o José Lins do Rego, me observou que aquillo lhe parecia inteiramente alemão: o typo das casas e o ar das pessoas. E a primeira impressão que se tem de Blumenau, ainda mais do que de Joinville ou de Santa Cruz, é esta: uma cidade alemã.
Mas quem se fixar no rythmo do andar das pessoas não hesitará em se sentir no Brasil. O andar da gente de Blumenau não é mais alemão: já é brasileiro. O andar, o gesto, o rythmo. Sente-se o Brasil adoçando nos descendentes de homens do Norte o que seus paes, seus avós, de hirto.
Fora a gente trabalhada por agentes politicos ou culturaes (empenhados, até há pouco ostensivamente, agora por processos subtis, em dissolver ou desprestigiar as tradições luso-brasileiras do Sul do Brasil), quasi todo homem de Blumenau ou de Santa Cruz, de Joinville ou de São Leopoldo, se já não é um meio-convertido ao que há de essencial no brasileirismo, pela pratica, senão de muitos, de alguns pequenos actos tradicionalmente brasileiros, é, mesmo contra sua vontade individual ou sua mystica politica, um individuo a caminho dessa conversão. Não tardará a ouvir vozes irresistiveis do fundo não só das matas e das aguas como das tradições brasileiras: " Fritz, Fritz, por que me persegues?" E o semialemão se tornará brasileiro e até enthusiasta do Brasil. O alemão se integrará na tradição luso-brasileira, sem deixar, é claro, de trazer para essa tradição alguma coisa de novo e dos seus antepassados. O italiano tambem. E o polonês, o hungaro, o judeu, o japonês, o austriaco, o russo ukraniano, o espanhol, o syrio. Somos o começo de uma vasta cultura plural.
Ao voltar, no mês passado, daquella viagem aos Estados do extremo Sul, um jornalista me perguntou, em Santos, que impressão eu trazia das chamadas "populações coloniaes" do Paraná, de Santa Catharina, do Rio Grande do Sul. Respondi-lhe que, ao meu ver, deviamos separar muito bem separadas essas populações - os grupos de boa gente de origem européa desejosa de se fixar entre nós - dos agentes politicos, ou, antes, "culturaes", que procuram explorá-la, desenvolvendo uma actividade contra a "cultura luso-brasileira" que é, afinal, uma actividade contra nós: contra o Brasil. Porque seria ridiculo pretender que o Brasil exista independente de sua formação portuguesa; ou que seja um país onde outra cultura - outra lingua inclusive - possa installar-se com os mesmos direitos da de Portugal quando colonizou certa parte da America e firmou nos tropicos uma civilização com elementos predominantemente europeus e christãos.
O jornalismo desejou saber que sentido eu dava a essa expressão cultura, em que tanto insistia; ao adjectivo cultural, que empregava tanto. Respondi-lhe que evidentemente não era sentido literario. E procurei esclarecer: " Essa expressão cultura já saiu da esphera anthropologica ou sociologica - o sentido em que a emprego ordinariamente é o anthropologico ou sociologico - para adquirir um sentido politico que de modo nenhum devemos desprezar na nossa qualidade de povo jovem espalhado por um territorio vasto e muito visado por systemas politicos europeus nos seus sonhos de penetrações culturaes que façam as vezes das muito mais difficeis expansões territoriaes." Foi quando o jornalista de São Paulo me fez a pergunta: " Acha então que nos devemos fechar na nossa cultura tradicional luso-brasileira?" Procurando repondê-la, é que toquei no ponto, que considero de importancia capital para o Brasil, das relações da cultura luso-brasileira - que para nós é mais do que tradicional: essencial - com as culturas mais novas representadas por grupos numerosos de immigrantes: a alemã, a italiana, a polonesa, a hungara, a austriaca, a japonesa, a israelita.
Não me parece que o Brasil deva fechar-se na sua cultura tradicional luso-brasileira. Defendê-la, sim, pois ella é nossa principal condição de vida e de nação. Mas defendê-la desenvolvendo-a. Nas páginas que se seguem - paginas em que o ponto de vista não é só o scientificamente sociologico, mas, ás vezes, o normativo e politico - procuro mostrar como é possivel defender e desenvolver aquella cultura por meio de uma solidariedade maior do Brasil com Portugal e com as colonias portuguesas.
Ao suggerir a defesa da cultura luso-brasileira como essencial ao nosso desenvolvimento autonomo em face de qualquer imperialismo de cultura - o imperialismo economico seria, por inclusão, um imperialismo de cultura - que possa nos ameaçar em futuro proximo (seja esse imperialismo europeu, asiatico, ou americano), não é nenhum nacionalismo estreito ou jacobinismo ranzinza que advogo. Nenhum jacobinismo ouriçado contra tudo que for influencia ou acção cultural, que venha dar á nossa vida e á nossa paisagem côres diversas das tradicionaes, das luso-brasileiras.
Ao contrario: creio que a nossa tradição pode enriquecer-se, e muito, no contacto com as culturas trazidas pelos immigrantes alemães, italianos, poloneses, espanhóes, hungaros, japoneses, judeus. Pode e - passando francamente do plano sociologico para o politico e normativo - deve. Creio que varios usos, elementos de culinaria, de decoração, de architectura, de musica, de literatura, de esporte, de technica de trabalho, não só de origem italiana como de procedencia alemã, polonesa, espanhola, hungara, austriaca, israelita e até japonesa, podem e devem ser lentamente incorporados ao todo cultural brasileiro.
Essa incorporação será de vantagem consideravel para nós. Será um enriquecimento para a nossa cultura, para a nossa vida, para a nossa paisagem. De modo nenhum me parece que idiomas com o rico conteúdo cultural do alemão ou do italiano devam ser desprezados ou combatidos com inimigos pela gente brasileira. Ao contrario: devem ser acceitos como estimulos ao nosso progresso cultural. Mas nunca, é claro, ao ponto de qualquer dos dois - o idioma alemão ou o italiano - tomar, em qualquer região, o lugar da lingua tradicional, essencial, nacional, que é a portuguesa. Esta que se enriqueça de germanismos e de italianismos com já se enriqueceu de indianismos, de africanismos, gallicismos, mas continuando, na sua estructura e nas suas condições de desenvolvimento, a lingua portuguesa e a lingua de todo o Brasil. A lingua, tambem, desse conjunto transnacional de calores de cultura que é o mundo de formação lusitana.
Esse primado da cultura de origem principalmente portuguesa no Brasil : o primado da lingua - a lingua portuguesa enriquecida, como aliás aquelle bloco, inteiro de cultura, pelo que já assimilou do indigena, do africano, do hollandês, do espanhol, do francês - não deve nunca significar exclusividade. Aliás está dentro da tradição portuguesa no Brasil como no Oriente e na propria Africa a tendencia para assimilar elementos estranhos. E assimlá-los sem violencia, dada a opportunidade que sempre, ou quasi sempre, lhes tem dado, de se exprimirem, de modo que a assimilação se faz docente e por interpenetração. A assimilação ou a contemporização.
Do ponto de vista do ajustamento social entre grupos de culturas diversas, nenhuma orientação pode ser mais sabia. Impor a um grupo - seja uma sociedade africana sob o dominio politico ou economico de um pequeno numero de europeus, ou uma minoria alemã, italiana ou seja qual for a sua origem, estabelecida num país americano -- a cultura (inclusive a lingua) do grupo dominante, com exclusão ou sacrificio absoluto da cultura (inclusive a lingua) daquella maioria technicamente inferior ou dessa minoria às vezes technica e até intellectualmente superior, de immigrantes, ou de filhos de immigrantres, é que é erro, e erro enorme. Os estudos sociologicos e de anthropologia que se teem feito sobre o assumpto na Africa, na America, na Oceania, nas ilhas do Pacifico, indicam que na conservação, o mais possivel, de elementos da cultura tradicional - inclusive a lingua - por sociedades do typo das africanas ou das de immigrantes de origem européa, asiatica ou africana, quando estabelecidas em países novos da America, está uma garantia contra a desintegração a que ellas tendem, quando forçadas a abandonar rapidamente estilos tradicionaes de cultura. Esse abandono, para ser social e psychologicamente saudavel, tem de ser lento.
Aliás, ás sociedades como a nossa convem que tal abandono nunca seja completo. Convem que os brasileiros filhos e netos de italianos, de alemães, de espanhóes, de poloneses, de hungaros, de austriacos, de japoneses, de syrios, de russos ukranianos, de judeus, do mesmo modo que os descendentes de indigenas e de africanos, nunca percam de todo os elementos de suas culturas maternas ou paternas. A pluralidade de cultura - dentro, é claro, do primado da cultura de origem predominantemente portuguesa e christã, a cuja sombra nossa sociedade se formou e se integrou - será esplendidamente favoravel ao desenvolvimento da cultura brasileira: ao seu desabrochar numa das expressões mais altas, mais vigorosas e mais cheias de significados humanos da vasta cultura nova que, por processos diversos, se elAbora no continente americano.
O presidente Getulio Vargas mostrou recentemente comprehender a necessidade de defesa daquelle tronco, não tanto racial, quanto cultural, da nossa sociedade e da propria organização politica do Brasil : o tronco português. O velho elemento lusitano, cuja importancia cedo se tornou clara para mim, não através de enthusiasmo literario ou de preoccupação politica mas em consequencia do estudo: o estudo da nossa formação social libertado de preconceito antiportuguês que por tanto tempo dominou a muitos dos estudiosos brasileiros de assumptos de colonização e de historia nacional.
Ao receber, há cerca de um anno, os membros do Conselho de Immigração e Colonização, o presidente Vargas soube salientar o direito que toca ao Brasil de escolher as correntes immigratorias que mais nos convêm. E tambem o dever de seguirmos, nessa escolha, o criterio historico.
O criterio historico é o da formação luso-brasileira. O que for hostil a essa formação é contrario aos interesses essenciaes do Brasil.
Não que isso signifique - destaque-se ainda uma vez - um Brasil preso á singularidade da cultura lusitana e com funcção de adjectivo em relação a ella. De modo nenhum. Nessa cultura já principia a affirmar-se - e pelos seus começos pode-se adivinhar seu desenvolvimento -substantiva e plural. Mas sua estructura é a tradição portuguêsa e christã. Por sua vez o Brasil é hoje a parte mais viva e mais destacada do mundo que o português criou com elementos principalmente europeus e christãos, mas através de vasta miscegenação e de larga interpenetração de culturas. Inclusive a interpenetração de linguas e de religiões.
Rio de Janeiro, março de 1940.
Fonte: FREYRE, Gilberto. O Mundo que o português criou: aspectos das relações sociaes e de cultura do Brasil com Portugal e as colônias portuguesas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940. 164p. (Documentos Brasileiros, 28).
ainé creia haberlo respondido... re-pego por si acaso...
Amerginh
Hoy, a las 00:52
ainé... eu digo-o assi "tamén / ó / pero bo é" mas na escrita emprego as formas portuguesas (porque som rarinho) :P hehe. O que escrivo nom tem que ser o que falo ou melhor dito... o que "pronuncio"... e senóm passa-te por Huelva e já verás o bem que falam castelam :P
Cousas de reintegracionistas caducos :P
Falo galego, e nom vou deijar de falar no meu dialeto particular... a normalizaçom ortográfica é outra cousa... malia que eu nom saiba muito de ortografía (estou aprendendo pola minha conta...) tempo ao tempo.
Voume durmir... que amanha tenho muito travalho...
Beijinhos/bicos e apertas/abraços
Amerginh
Hoy, a las 09:53
(...) PD: aquí nadie dice muchas letras de las palabras y no por eso no se escriben (incluso en gallego muchos no pronunciamos las "c" en palabras con -ct-, ni usamos bien a veces estructuras verbales en castellano -por ser propias del gallego- pero si las escribimos bien), de lo contrario estaríamos teniendo faltas de ortografía (vamos... que no me bajo de mi burro :P) (...)
Resumindo, eu som reitegracionista por auto-convencimento, polo tanto, pretendo a re-unificaçom do galego e mailo português numha soa língua, o que... por colhons e falando claro, têm que importar muitas expressions portuguesas, mais nom galegas e viceversa. Os portugueses no segundo caso apenas têm que facer nada, a maioría das peculiaridades do galego, coa excepçom de algum vocabulario e expersions "coloquiais", o resto som formas arcaicas do portugues, ou inclusa já as tenhem incorporadas nas falas portuguesas do norte. Mentres nos, os galegos, teremos que incorporar, sobre tudo, aquelas palavras que nos tomamos do castelám e eles nom.
No caso concreto de também, eu prefiro escrivilo nesta forma, malia que eu vaia a pronucnialo "tamén" como de facto fago... e ista será umha de essas peculiaridades das que falaba, reflectadas na pronuncia, mentres que na escrita usemos as formas portuguesas (posto que eu creio que som mais acertadas)
En canto: "Ilústrame ( ou cala pra sempre)" recupero algo da galipédia:
Concepto
O galego-portugués é a lingua medieval falada no noroeste da Península Ibérica que deu lugar ó galego e portugués actuais.
Procedía do latín; é polo tanto unha lingua romance. Tivo especial relevancia cultural durante varios séculos, e disto dan fe os textos medievais conservados nesta lingua. As recopilacións líricas medievais galego-portuguesas son:
Cancioneiro de Ajuda
Cancioneiro de Vaticana
Cancioneiro Colocci-Brancutti
O rei Afonso X o Sabio, de Castela, coordinou as Cantigas de Santa María en galego-portugués, que naquel entón era a lingua por excelencia para a lírica en toda a península ibérica. Tamén compuxo algunhas cantigas de amor, mais ningunha de amigo.
Algúns poetas salientables son: Bernal de Bonaval, Airas Nunez, Pero da Ponte, Pero Amigo, Xohán de Cangas, Martín Codax, etc.
Esta lingua tivo a súa máxima importancia dende finais do s. XII ata mediado o s. XIV.
A partir do s. XIV e por causas políticas o galego-portugués comezou a perder a súa unidade e a separarse en dúas variantes: o galego e o portugués.
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Listado de étimos e os vocábulos galego-portugueses correspondentes
adu ‘imperativo de aduzer’ < ADDŪC
aduces < ADDŪCIS
adugo ‘aduzo’ < ADDŪCŌ
adusse ‘aducíu’ < ADDŪXIT
adussera < ADDŪXĚRAT
aduxe < ADDŪXĪ
anvidos ‘contra vontade’ < AD INVITUS
apres < prov. < APRESSU
aque ‘eis’ < *ACCU/E > ECCE ‘eis’
arço (ardo) < ARDĚŌ
assaz < prov. assatz < AD SATIS
asteença < ABSTĬNĔNTIA
Avijr < ADVENIRE
beigo ‘bendigo’ < BĚNĚDICO
beito ou bento < BĚNĚDICTU
beizer < BĚNĚDĪCĚRE
bezes < BĚNĚDICES
chus ‘máis’ < PLUS
cima < subs. CYMA
come < QUOMODO ET
comio (como) < COMĚDŌ
consiirar < CONSĪDĔRARE
coube < CAPŬI(T)
creer < CRĒDĚRE
creveran ‘creran’ < CRĒDŬĚRANT
crive ‘crin’ < CRĒDŬĪ
de (dea) < DĚM
despoēr < DĬSPŌNERE
devisar < DIVISARE
dicipolo < DISCĬPŬLO
dixe < DĪXĪ(T)
doer < DOLĚRE
dolvera ‘doera’ < DOLŬĚRAT
dormio < DORMIŌ
dur (a/de dur) ‘firmemnte.’ < AD DURU
eire ‘onte’ < HERI ‘onte’ ‘hai pouco’
eixerdar < EXHEREDITARE
eixilhar < EXĬLĬĀRI
emproo (a)/ ambroo ou amproo ‘para abaixo’ < IN PRONO ‘inclinado cara o chan’
ensembra ‘xunto con, en conxunto’ < fr. ensemble
enxerdar < EXHEREDITARE
ersi ‘ergo’ < *ERSĪ
esté (estea) < STĒM
faço < FACIŌ
falir < FALLĚRE
falredes < FALĚRE + *ĒTIS
falría < *FALLĚRE+EAM
fegura < FĬGURA
feiro(fero) < FĚRIŌ
festiño (a) 'de presa' < FESTINO
festo (a)/ enfesto (a): ‘enriba’, ‘para arriba < INFESTU ‘hostil’
fez < FĒCIT
fezeron < FĒCĚRŬNT
fiz < FĒCĪ
foras < FORAS (en latín EXTRA)
hajo=hei < HABEO
hestoria < HĬSTORIA
houve < HABŬI
i < IBI ‘aquí, alí’
jasco ‘xazo’ < IACĚŌ
jougesemos < IACUISSEMUS
jougue ‘xacín’ < IACŬI
Juso ‘cara abaixo’ < DEORSUM (adv. ‘cara abaixo’ por influencia de suso)
madodinho < MATŬTINU
maemos ‘quedamos’ < MANEMŬS
man ‘queda, permanece’ < MANET
manno ‘quedo’ < MANĚŌ
mar ‘permanecer, quedar’ < MANĒRE
marrei < *MANĒRE+AIO
marteiro < MARTYRIU
masi ‘permaneceu’ < MASĪ
meço < MĚTIŌ
menço < MĚNTIŌ
muu < MŪLU
nodrir < NŬTRIRE
oucião < OCĔĂNU
ouço < AUDIŌ
outrossi ‘tamén’ < outro (ALTERU) + si (SIC)
paação < *PALATIANU
peço < PĚTIŌ
peēdença < POENITENTIA
poer (pór) < PŌNĚRE
possa < *POSSAM
prige ‘prendín’ < *PRĒNSĪ
priiom < l.v PRENSIONE
pris ‘prendín’ < *PRĒNSĪ
punha < PUGNA
querrei < QUAERERE *AIO
querrei < *QUAERĚRE-AIŌ
quige < *QUĒSĪ
quis < *QUĒSĪ
quisestes < *QUĒSISTIS
redro (a) ‘para atrás’ < RETRO
reverença < REVERENTIA
salremos < SALIRE + *ĒMŬS
salría < *SALIRE + EAM
see med‘é’ < SĚDET
seedes < SĚDĒTIS
seemos < SĚDĒNŬS
seen < SĚDENT
seenço < SĬLĔNTIU
sees ‘es’ < SĚDES
sēestro < SINISTRU
seja < SĚDĚAM
sejo ‘son’ < *SĚDĚŌ
senço < SĚNTIO
servio < SĚRVIŌ
siia < SĚDĒBAM
sive < l.v. SĒDŬĪ
suso ‘cara arriba’ < SURSUM (adv ‘ de abaixo para arriba)
terrá < TENERE + *AT
terrei < *TĚNĒRE-AIŌ
teúdo ‘tido’ < TĚNŪTU
tive < TĚNŬI
toda vía ‘sempre, constantmt.’ < TOTA VIA
toste ‘cedo, de presa’ < prov tost < TOSTU
tragiã < TRAHIEBANT
traides < TRAHITIS
trei (trae) < TRAHIT
treito (traído) < TRACTU
trouxe < *TRAXŬI
valrei < VALERE + *AIO
veen < VIDENT
vees < VIDES
vejo < VIDĚŌ
ven < *VENENT
veron < VĒNĚRŬNT
verrei < VENIRE + *AIO
verrei < VĚNĪRE-AIŌ
ves < VĚNĪS
vestes < VĒNISTIS
enrequentar < Xerm REIKS
Traído desde "http://gl.wikipedia.org/wiki/Galego-portugu%C3%A9s"
RECALCO o de "A partir do s. XIV e por causas políticas o galego-portugués comezou a perder a súa unidade e a separarse en dúas variantes: o galego e o portugués".
E sigo:
Lingua portuguesa
Na Galipedia, a wikipedia en galego
O portugués é a sexta lingua materna máis falada no mundo, indican estatísticas da Unesco (Organización das Nacións Unidas para a Educación, Ciencia e Cultura), que revela a existencia de 6,7 mil linguas vivas no mundo. Segundo a instituición, o portugués está atrás do mandarin, hindi, castelán, inglés e bengalí.
Segundo o documento "Língua Portuguesa: Perspectivas para o Século XXI", elAborado polo Instituto Camões (IC), a lingua portuguesa ten gañado falantes de forma continua, desde o comezo do século XX. En 2000, a Unesco estimou en máis de 176 millóns o número de falantes de portugués no mundo.
O portugués é lingua oficial de oito países - Portugal, Brasil, Angola, CAbo Verde, Guinea-Bissau, Mozambique, San Tomé e Príncipe e Timor Leste - nos diferentes continentes. Desta forma, o portugués está presente nos catro cantos do mundo. Utilizada diariamente por cerca de 200 millóns de persoas, lonxe dos cerca de tres millóns que a utilizaban, na súa forma arcaica, no século XVI, cando foi difundida espontaneamente por navegadores, guerreiros, mercadores, mariñeiros e misioneiros.
O galego e o portugués eran a mesma lingua até os séculos XII-XIII, cando se iniciou un proceso de afastamento debido a que en Portugal adquiriu o carácter de língua nacional e a Galiza ficou submetida ao proceso nacionalitario que concluiría coa creación de España. En Portugal a lingua foi normalizada e naturalizada e na Galiza non; ademáis, o seu uso desapareceu na prosa legal e na literaria. O esplendor literario medieval foi descoñecido nos dous lados da fronteira até o século XIX sobre a década de 1920. Apesar disto, existen posicións diferentes con respecto a unidade-separación do galego e portugués e un movimento social crítico con a visión oficial chamado reintegracionismo.
Historia
Ver artigo principal: Historia da Lingua Portuguesa.
O portugués desenvolveuse na parte occidental da Península Ibérica do latin falado, trazido polos soldados e colonos romanos desde o século III a.C.. A lingua iniciou o seu percurso de diferenciazon ou diferenza das outras linguas románicas depois da queda do Império Romano e das invasións bárbaras no século V. Comezou a ser usada en documentos escritos polo século IX, e no século XV tornarase numa lingua amadurecida, con unha literatura bastante rica.
Chegando á Península Ibérica en 218 a.C., os Romanos trouxeranna con eles a lingua romana popular, o latin vulgar, de que todas as linguas románicas (tambén conhecidas como "Linguas novilatinas", ou, ainda, "neolatinas") descenden. Xá no século II a.C. o sur da Lusitania estava romanizado. Estrabám, um xeógrafo da Grecia antiga, comenta num dos livros da súa obra Geographia: "Eles adoptaran os costumes romanos, e xá não se lembran da propria lingua." A lingua tornouse popular coa chegada dos soldados, colonos e mercadores romanos, que construíran cidades romanas normalmente perto de antigos povoados de outras civilizacións.
Entre 409 d.C. e 711, assi que o Império Romano entrava en colapso, a Península Ibérica foi invadida por pobos de orixe xermánica, conhecidos polos Romanos como Bárbaros. Os bárbaros (principalmente os Suevos e os Visigodos) absorveram en grande escala a cultura e a lingua da península; contudo, desde que as escolas e a administración romana fecharan, a Europa entrou na Idade das Trevas e as comunidades ficaran isoladas, o latin popular comezou a evoluir de forma diferenciada e a uniformidade da península rompeuse, levando á formazón dun "Romance Lusitano". Desde 711, com a invazón islámica da península, o Árabe tornouse a lingua de administración das áreas conquistadas. Contudo, a poboación continuou a usar as súas falas románicas de tal forma que quando os mouros foran expulsos, a influencia que exerceran na lingua foi pequena. O seu efeito principal foi no léxico.
Os rexistos máis antigos que sobreviveran dunha lingua portuguesa distinta son documentos administrativos do século IX, ainda entremeados con moitas frases en latim. Hoxe en día, esta fase é conhecida como o "Proto-Portugués" (falado no período entre o séculos IX e XII).
Trecho de poesia
medieval portuguesa
Das que vejo
non desejo
outra senhor se vós non,
e desejo
tan sobejo,
mataria um leon,
senhor do meu coraçon:
fin roseta,
bela sobre toda fror,
fin roseta,
non me meta
en tal coita voss'amor!
João de Lobeira
(1270?–1330?)
Portugal tornouse independente en 1143 com o rei D. Afonso Henriques. No primeiro período do "Portugués Arcaico" - Período Galego-Portugués (do século XII ao século XIV), a lingua comezou a ser usada de forma mais generalizada, depois de ter ganho popularidade na Península Ibérica cristianizada como unha lingua de poesía. En 1290, o rei D. Dinis cria a primeira universidade portuguesa en Lisboa ( o Estudo Xeral) e decretou que o portugués, até enton apenas conhecido como "lingua vulgar" passasse a ser conhecido como Lingua Portuguesa e oficialmente usado.
No segundo período do Portugués Arcaico, entre os séculos XIV e XVI, coas descobertas portuguesas, a lingua portuguesa espallouse por moitas rexións da Ásia, África e Américas. Hoxe, a maioría dos falantes do portugués encontranse no Brasil, na América do Sul. No século XVI tornase a Lingua franca da Ásia e África, usado non só pola administración colonial e polos mercadores, mas tambén para comunicazón entre os responsábeis locais e europeus de todalas nacionalidades. A irradiación da lingua foi axudada por casamentos mistos entre portugueses e as poboazóns locais e a sua asociazón cos esforzos misionarios católicos levou a que fose chamada Cristán em moitos sítios da Ásia. O dicionário Xaponés-Portugués de 1603 foi un produto da actividade misionaria Xesuíta no Xapón. A lingua continuou a gozar de popularidade no sudoeste asiático ata o século XIX.
Algunhas comunidades cristáns falantes de portugués na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indonésia preservaran a súa lingua mesmo depois de terem ficado isoladas de Portugal. A lingua modificouse bastante nestas comunidades e evoluiu polos séculos ata que se tornou en varios crioulos portugueses, alguns dos quais ainda persistem, após séculos de isolamento. Encontrase também um número bastante considerável de palabras de orixe portuguesa no Tétum. Palavras de orixe portuguesa entraran no léxico de varias outras linguas, como o xaponEs, o swahili, o indonesio e o malaio.
O fin do "Portugués Arcaico" é marcado pola publicación do Cancioneiro Xeral de Garcia de Resende en 1516. O período do "Portugués Moderno" (do século XVI ata o presente) teve un aumento do número de palabras orixinarias do latin clásico e do grego, emprestadas ao portugués durante a Renascenza, aumentando a complexidade da lingua.
Clasificación e linguas relacionadas
Indo-europeu - Itálico - Románico - Italo-Occidental - Galo-Ibérico - Ibero-Romance - Ibero-Occidental - Galaico-portugués
A lingua portuguesa é ortograficamente parecida en moitos aspectos coa lingua castelán, mas é diferente na fonoloxía. Un falante dunha das linguas requer algunha prática para entender capazmente un falante da outra. Além do mais, as diferenzas no vocabulário póden dificultar o entendimento. Compare por exemplo:
Ela fecha sempre a janela antes de jantar. (portugués)
Ella cierra siempre la ventana antes de cenar. (castelán)
Case todalas palabras en castelán e portugués están relacionadas, caso sexa culto o suficiente, poderá usar palabras menos comúns:
Ela encerra sempre a janela antes de cear. (portugués pouco comum)
Nalguns lugares, o portugués e o castelán són falados en conxunto. Os falantes de portugués leem e entenden castelán con algunha facilidade, encanto que españóis són capazes de ler portugués, mas moitas vezes incapazes de perceber a lingua falada (excepto a maioria dos galegos). Isto leva a que algúns estranxeiros en Portugal e no Brasil tenten comunicar en castelán o que faz com que as poboazóns locais se sintan ofendidas. O portugués está, naturalmente, relacionado com o catalán, o italiano e todalas outras linguas latinas. Falantes de outras linguas latinas poden achar peculiar a conxugazón de verbos aparentemente infinitivos.
O portugués é primeira lingua en Angola, Brasil, Portugal, Sán Tomé e Príncipe e é a lingua máis usada en Mozambique.
A lingua portuguesa é tambén unha das linguas oficiais de Timor-Leste (co tétum) e Macau (co Xinés). É bastante falado, mas non oficial, en Andorra, Luxemburgo, Namibia e Paraguai. Crioulos portugueses són a lingua materna da poboazón de CAbo Verde e de parte substancial dos guineenses e Sán tomenses.
O portugués é falado por cerca de 187 millóns de persoas na América do Sur, 16 millóns de africanos, 12 millóns de europeus, dous millóns na América do Norte e 0,33 millóns na Ásia.
A CPLP ou Comunidade dos Países de Lingua Portuguesa é unha organización internacional que consiste nos oito países independentes que teñen o portugués como lingua oficial. O portugués é tambén unha lingua oficial da Unión Europea, Mercosul e unha das linguas de traballo e oficiais da Unión Africana. A lingua portuguesa tem gañado popularidade como lingua de estudo na África, América do Sur e Ásia.
Padróns
O português tem dúas variedades escritas (padróns ou standards) recoñecidas internacionalmente:
Portugués Europeu e Africano
Portugués do Brasil
As diferenzas entre as variedades do portugués da Europa e do Brasil son no vocabulário, pronuncia e sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas, encanto nos textos formais estas diferenzas diminuem bastante. As diferenzas non son maiores que as existentes entre o inglés dos Estados Unidos e do Reino Unido. Ambas as variedades son, sem dúbida, dialectos da mesma lingua e os falantes de ambas as variedades poden entenderse sen grandes dificuldades.
O que a versión brasileira do portugués ten de notório non é o seu léxico ou pronuncia distintos (considerados naturais ata num mesmo país) mas antes a forma escrita. O Brasil eliminou a maioria dos primeiros "c" cando "cc", "cç" ou "ct"; e "p" cando "pc", "pç" ou "pt" porque non son pronunciados na forma culta da língua, um remanescente do passado latino desta (alguns continuan a existir no portugués do Brasil, e máis ainda no Europeu).
As diferentes normas da escrita do portugués encontramse no Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Europa e África Brasil
acção ação
contacto contato
direcção direção
eléctrico elétrico
óptimo ótimo
Tambén existem diferenzas em acentos, devido a:
Pronuncia diferente. O Brasil en palabras como "Antônio" ou "anônimo" usa vogais fechadas, onde Portugal e África usan abertas, "António" ou "anónimo", respectivamente.
Facilitar a leitura. Porque "qu" pode ser lido de duas diferentes formas en portugués: "ku" ou "k", o Brasil decidiu facilitar, usando o trema. En vez de "cinquenta" como é escrito en Portugal e África, no Brasil escrevese "cinqüenta".
A reforma Ortográfica de 1990
Unha Reforma Ortográfica foi tentada en 1990 para crear un padrón de Portugués Internacional, que foi ratificado polo Brasil, CAbo Verde e Portugal, no que participaran na altura todolos países de lingua oficial portuguesa e coa adesão dunha delegazón (non oficial) de observadores da Galiza. Timor-Leste, non sendo un subscritor do acordo orixinal, irá ratificar en breve. Os países africanos de lingua portuguesa ainda non decidiran, possivelmente devido a problemas na implementación. O acordo establece que a súa entrada en prática irá apenas ocorrer cando todolos países da CPLP ratificarem, e este processo pode non ocorrer en breve. Esta questión está actualmente en debate na CPLP. O acordo irá eliminar a maioria dos "c" quando "cc", "cç" ou "ct"; e "p" (quando "pc", "pç" ou "pt") do Portugués Europeu, o trema e acentos em palavras terminadas en "eia" no Brasil e irá adicionar pequenas novas regras.
Un outro acordo foi feito para as novas palavras que entrarán na língua.
Dialectos
A lingua portuguesa possue grande variedade de dialectos, moitos deles cunha acentuada diferenza lexical en relazón ao portugués padrón - o que acontece especialmente no Brasil. Tais diferenzas, entretanto, non prexudicam moito a intelexibilidade entre os locutores de diferentes dialectos.
O portugués europeu padrão (tambén coñecido como "estremeño") modificouse máis que as outras variedades. Mesmo assin, todolos aspectos e sons de todolos dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil. O portugués africano, em especial o portugués santomense ten moitas semellanzas co portugués do Brasil. Ao mesmo tempo os dialectos do sur de Portugal apresentam moitas semellanzas, especialmente o uso intensivo do xerundio. Na Europa, o alto-miñoto e o transmontano tem algumas semellanzas co galego.
Mesmo coa independencia das antigas colonias africanas, o portugués padrón de Portugal é o padrón preferido polos países africanos de lingua portuguesa. Logo, o portugués apenas ten dous dialectos de aprendizaxe, o europeu e o brasileiro. Note que, na lingua portuguesa há dous dialectos preferidos en Portugal: o de Coimbra e o de Lisboa. No Brasil, o dialecto preferido é o falado e moito mais escrito pelos habitantes cultos das grandes cidades. A maioria dos dialectos, contudo, é mutuamente intelixible.
Maiores dialectos portugueses
thumb|Dialectos de Portugal Portugal
Azoriano (ouvir) - Açores
Alentexano (ouvir) - Alentejo
Algarvio (ouvir) - Algarve (há um pequeno dialecto na parte ocidental)
Alto-Miñoto (ouvir) - Norte de Braga (interior)
Baixo-Beirán; Alto-Alentexano (ouvir) - Centro de Portugal (interior)
Beirán (ouvir) - centro de Portugal
Estremeño (ouvir) - Regiões de Coimbra e Lisboa (pode ser subdividido em lisboeta e coimbrán)
Madeirense (ouvir) - Madeira
Norteño (ouvir) - Rexións de Braga e Porto
Transmontano (ouvir) Trás-os-Montes
Gramática
Os verbos son divididos en trés conxugacións, que poden ser identificadas através da terminación dos infinitivos, un de "-ar", "-er", "-ir" (e "-or", que está presente num único verbo, "pôr", xuntamente cos seus compostos. Este verbo pertence, todavía, á conxugación "-er", cando no passado era falado "poner", enton "poer" e enton "pôr"). Moitos verbos terminan en "ar", tais como "cantar". Dunha forma xeral, os verbos coa mesma terminación ségueno mesmo padrón; porén, son abundantes os verbos irregulares e mesmo anómalos, caso de ir, vir, ter, ser e pôr.
Na Lingua Portuguesa, os verbos son divididos en modos:
Indicativo. Usado para exprimir feitos
Conxuntivo. Usado para exprimir suposizóns
Imperativo. Usado para exprimir instruzóns
Todolos substantivos portugueses teñen un dos dous xéneros: masculino ou inclusivo e feminino ou exclusivo. Moitos adxectivos e pronomes, e todolos artigos, indican o xénero dos substantivos a que eles se referen. O xénero feminino en adxectivos é formado de modo diferente dos substantivos. Moitos adxectivos que terminan nunha consoante permanecen inalterados: "homem superior", "mulher superior". Isto é un feito também para adxectivos que terminan en "e": "homem forte", "mulher forte". Fora isso, o substantivo e o adxetivo dében sempre estar en concordancia: "homem alto", "mulher alta".
O grau dos substantivos é, dunha forma xenérica, representado polos sufixos "-ão, -ona" para o aumentativo e "-inho, -inha" para o diminutivo, ainda que existam numerosas variazóns para representar esses graus.
Os adxetivos poden ter grau comparativo ou superlativo. O grau comparativo é representado polos adverbios "mais...que", "menos...que" e "tão...quanto" (ou "como"), e o grau superlativo é representado pelas locuções "o mais" ou o "menos". Para representar o superlativo absoluto, pode-se ainda acrescentar os sufixos "-íssimo, -íssima" (alguns adxetivos, no entanto, fazen o superlativo absoluto coa terminación "-érrimo, -érrima", ou "-ílimo", "-ílima").
Os substantivos veñen xeralmente acompañados du numeral, pronome ou artigo, formando variazóns de acordo coas funcións sintácticas, a saber:
Nominativo (suxeito ou obxecto directo): a, o, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo;
Genitivo (adxunto adnominal de posse): da, do, deste, desta, disto, desse, dessa, disso, daquele, daquela, daquilo;
Locativo (adxunto adverbial de lugar): na, no, neste, nesta, nisto, nesse, nessa, nisso, naquele, naquela, naquilo;
Dativo (obxecto indirecto): à, ao, àquele, àquela, àquilo (a preposição non se funde cos demais demonstrativos).
Os adverbios poden ser formados pelo feminino dos adxectivos, co acréscimo do sufixo "-mente".
Vocabulario
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, por Antônio Houaiss (1915 – 1999), fillo de imigrantes libaneses e antigo ministro da cultura do Brasil, foi criado co apoio de case dúas centenas de lexicografos de vários países e é o dicionário de portugués mais completo (cerca de 228 500 entradas, 376 500 acepcións]], 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas). Inclui todalas variazóns da lingua portuguesa: africanismos, asiacismos e brasileirismos para além do vocabulario usado en Portugal. Dedicando a súa vida á lingua, Houaiss comezou o seu traballo en 1986, e morreu un ano antes do dicionário ser acabado polos seus colegas no ano 2000, sen ver o seu soño tornarse realidade. O dicionário está rapidamente a tornarse unha referencia na lingua, alguns clasifícanno como un "monumento á lingua".
O Portugués, quer en morfologia e síntaxe, representa unha transformazón orgánica do latin sen intervenzón de calquer lingua estranxeira. Os sons, formas gramaticais e tipos sintácticos, con pequenas excepcións, son derivados do latim. E, cerca de 90% do vocabulario ainda deriva da lingua de Roma. Algunhas mudanzas tomaram corpo durante o Império Romano, outras tiveran lugar mais tarde. Na Idade Média Alta, o Portugués estava a erodir tanto como o francés, mas unha política conservadora reaproximou a lingua ao latim.
Fonética
A lingua portuguesa contén alguns sons de difícil compreensón para falantes de outras linguas tornandoa, por isso, de difícil aprendizaxe para estranxeiros.
Tabela de pronuncia Letra Portugal Paraná Sán Paulo Rio de Xaneiro Bahia
Vogais e semi-vogais
a á cando tónico, ɐ cando átono á á á á
â á ɐ ɐ ɐ ɐ
é ɛ ɛ ɛ ɛ ɛ
ê e e e e e
e e cando átono, ɐ cando tónico e e (ou i, no fim de palabras) e (no fim dunha palabra ás vezes non se pronuncía) ɛ (ou i, no fim de palabras)
i i (ou "j" en ditongos) i (ou "j" en ditongos) i (ou "j" en ditongos) i (ou "j" en ditongos) i (ou "j" en ditongos)
ó ɔ ɔ ɔ ɔ ɔ
o o cando tónico, y cando átono o o (ou u, no fim de palabras) o (ou u, no fim de palabras) ɔ (ou u, no fim de palabras)
u u (ou w, en ditongos e tritongos) u (ou w, en ditongos e tritongos) u (ou w, en ditongos e tritongos) u (ou w, en ditongos e tritongos) u (ou w, en ditongos e tritongos)
Ditongos
ei aj ej e ej ej
ou ow ow o ow u
Vogais nasais
ã, am, an, âm, ân â non nasaliza ẫ ẫ ẫ
em, en, ên, êm, én, ém ãj non nasaliza ẽj ẽ ẽ
im, in, ím, ín ĩ non nasaliza ĩ ĩ ĩ
om, on, ôm, ôn, óm, ón õ non nasaliza õw õ õ
um, un, úm, ún ũ non nasaliza ũ ũ ũ
Glides nasais
ão ẫw ẫw ẫw ẫw ẫw
ãe ẫj ẫj ẫj ẫj ẫj
õe õj õj õj õj õj
Consoantes
b β b b b b
p p p p p p
qu kw kw kw kw kw
ca, co, cu ka, ko, ku ka, ko, ku ka, ko, ku ka, ko, ku ka, ko, ku
ce, ci se, si se, si se, si se, si se, si
ç s s s s s
ga, go, gu ga, go, gu ga, go, gu ga, go, gu ga, go, gu ga, go, gu
ge, gi ʒe, ʒi ʒe, ʒi ʒe, ʒi ʒe, ʒi ʒe, ʒi
da, de, do, du ða, ðe, ðo, ðu da, de, do, du da, de, do, du da, de, do, du da, de, do, du
di ði di di ou dzi dʒi dʒi
ta, te, to, tu ta, te, to, tu ta, te, to, tu ta, te, to, tu ta, te, to, tu ta, te, to, tu (ás vezes ču)
ti ti ti ti ou tsi či či
f f f f f f
v β v v v v
l l l l ou w no fin de sílaba l ou w no fin de sílaba l ou w no fin de sílaba
m m m m m m
n n n n n n
r (antes de vogal, dentro da palabra) rı rı rı rı rı
r (no inicio da palabra), rr rı r r kh kh
r (no fin de sílaba) rı retroflexivo, como en inglés rı (ou retroflexivo, no interior) kh kh
s (intervocálico) z z z z z
s (inicial ou seguido de consoante), ss s s s s s
s (no fin de sílaba) ʃ s s ʃ ʃ
ch ʃ ʃ ʃ ʃ ʃ
lh λ λ (ás vezes j) λ λ λ (ás vezes j)
nh ɲ ɲ ɲ ɲ ɲ
h non pronuncía non pronuncía non pronuncía non pronuncía non pronuncía
pt, ct t pt, ct pt, ct pt, ct pt, ct
Visto a lingua portuguesa non conter unha ortografia do tipo "unha letra para cada som", como o sérvio ou o ruso, ou un pouco como o castelán, os diversos sons son asociados a diversas letras, podendo unha letra ter mais do que un único son (como a letra "x", que possue cinco sons distintos) sabendo cal deles proferir seguindo variadas regras de ortografía.
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E o galego????
Lingua galega
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Lingüística > Lingua > Indoeuropeo > Latín > Lingua románica > Galego
Lingua romance nada e desenvolvida na antiga provincia romana da Gallaecia (que abranguía o territorio da Galicia actual, o norte de Portugal e territorios lindantes polo Leste).
A lingua galega é un romance de influenza léxica pre-celta, celta, éuscara, xermánica, provenzal, castelá (arabismos, prestamos lingüísticos, ortografía moderna e certos rasgos fonéticos) e amerindia.
O galego moderno descende do galego-portugués, lingua medieval morta que daría lugar aos actuais galego e portugués. A lingua galega fálase en Galicia, na fronteira coas comunidades autónomas de Asturias e Castela e León e nas comunidades de galegos emigrantes en Arxentina e Uruguai (máis de tres millóns de emigrantes galegos vivindo naqueles países).
A lingua galega é un romance autónomo para as autoridades lingüísticas oficiais en Galicia emparentado co portugués e para outros lingüistas aínda hoxe unha variante co-dialectal do diasistema lingüístico galego-portugués.
A lingua considérase formada arredor do s. XII, como resultado da asimilación do latín vulgar falado polos conquistadores romanos no s. II dC.
No seu momento foi lingua culta fóra dos reinos de Galicia e Portugal nos reinos veciños de León e Castela. Escribindo en galego, por exemplo, o rei Afonso X o Sabio, as súas "Cantigas de Santa María". A súa importancia foi tal que se considera a segunda literatura durante a Idade Media só despois do Occitano.
Recentemente foi achado o documento máis antigo escrito en galego que se conserva, o cal data do ano 1228, trátase do “Foro do bo burgo do Castro Caldelas” outorgado por Afonso IX en abril de dito ano ao municipio de Allariz (Galicia. España).
O galego-portugués tivo case 700 anos de existencia oficial e plena, pero as derrotas que a nobreza galega sufríu ao tomar partido polos bandos perdedores nas guerras de poder de finais do s. XIV e primeiros do s.XV provoca a asimilación da nobreza galega e a dominación castelá que leva consigo unha opresión e unha desaparición pública, oficial, literaria e relixiosa do galego ata finais do s.XIX. Son os chamados Séculos Escuros. O portugués, pola súa banda, gozou durante este período dunha protección e desenvolvemento libre grazas a que Portugal foi o único territorio peninsular que permaneceu alleo ao dominio lingüístico do castelán.
Cartel 11.Na actualidade o galego fálanno case tres millóns de persoas; é a lingua minorizada con meirande comprensión e uso porcentual dentro do Estado Español. É idioma oficial na comunidade autónoma de Galicia (onde o castelán é co-oficial), e tamén se fala na Terra Eo-Navia (Asturias), no Baixo Bierzo (León), nas Portelas (Zamora) e na Serra de Xalma (Cáceres). Así mesmo é a lingua da importante comunidade galega no exterior, espallada por todo o mundo.
Dende o punto de vista reintegracionista, Galicia fala unha lingua que ten 200 millóns de falantes no mundo, coñecida como portugués. Aínda, no chamado galego do continente europeo, deberiamos inclui-las falas do norte de Portugal, que conforman un conxunto relativamente unitario de falares no cadro da actual euro-rexión Galicia-Norte de Portugal.
Cada 17 de maio celébrase o "Día das Letras Galegas" dedicado a un escritor nesta lingua (elixido pola Real Academia Galega). O día escollido utilízanno os organismos oficiais para potenciaren o uso e o coñecemento da lingua galega
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Resumindo:
PORTUGUES: Família lingüística: Indoeuropea
Itálica
Románica
Iberorromance
Iberooccidental
Galaico-portugués
Português
GALEGO: Família lingüística: Indoeuropea
Itálica
Románica
Iberorromance
Iberooccidental
Galaico-portugués
Galego
Dizir que do galego nom pom muito porque esta en discussom por mor do problema reintegracionismo-RAG/ILGismo e demáis assuntos linguísticos e políticos.
PD: eu nom som experto... pero se queres preguntamos-lhe a uns linguistas galegos e portugueses e a ver...
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