Autor: José Leite de Vasconcelos
miércoles, 02 de mayo de 2007
Sección: Tradiciones y Fiestas
Información publicada por: bracarense
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As Maias

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Costumes Populares Portugueses

(...)As Maias propriamente ditas constam de duas partes: o enramalhamento das portas, e o Maio-moço. Tratemo-las em separado.

1 - No primeiro de Maio, no Douro, Beira-Alta, Minho, etc., enfeitam-se as portas das casas com ramos de giestas amarelas, chamadas Maias (...).

2 - As Maias celebram-se assim, no 1º de Maio, ao pé de Viseu: vestem-se muito asseadas várias crianças, à imitação de anjos, com coroas de rosas do campo na cabeça, asas de giesta, as quais crianças vão de casa em casa a cantar:

Vêde-lo Maio,
Maio anão;
Vêde-lo Maio
Pelo rêgo do pão.

Aprontai, pastores,
Os ramos e flores,
Que a cruz de Maio
Nos chama já.
Florindinha
Que bela está!

(...)

Em Alavações-do-Corgo (Trás-os-Mosntes) anda pelas ruas um rapaz vestido de giestas floridas, formando as da cabeça uma pirâmide. Cercam-no outros rapazes e raparigas, cantando e dançando com o sentido de que lhes dêem alguma coisa (...).

Noutras partes, o costume modifica-se, por exemplo, no Algarve. Em quase todas as casas é costume arranjar-se uma grande boneca de palha de centeio, farelos e trapos, que depois vestem de branco e cercam de flores. Chamam-lhe a Maia. A boneca é colocada sempre no meio da casa e de modo a que seja vista por todas as pessoas que passam na rua. Vem a noite, e começam os bailes em redor do mono, cantando as raparigas uma infinidade de cantigas (...).

Em Lagos era costume festejar o 1ª de Maio com uma procissão em que ia um rapaz a cavalo e ornado de muitas flores e jóias emprestadas; diz-se que um Maio fugiu uma vez. – Esta tradição é comum a outras terras, onde se tem como ofensa perguntar se já voltou o Maio.

Em Beja, a Maia é uma criança vestida de branco, que está toda a tarde sentada numa cadeirinha, enquanto à volta outras crianças tocam adufes e cantam.

(...)As Maias ainda se usam em Portugal nos Domingos e dias santos no mês de Maio, pondo-se em algumas ruas umas mesas, cobertas com alcatifas ou outros panos, onde se assenta em cada uma delas uma menina ou moça, bem vestida, e adornada com flores, que pede dinheiro à pessoas que passam (...).

(...)Encontraram-se uma vez dois namorados, na manhã do primeiro de Maio: ele ia para a lavoura com a sua grade às costas, ela vinha da fonte. Pegaram de conversar, e em tão boa hora, que, quando despegaram, era já noite. Ele então, aludindo a que o amor, por mais tempo que dure, parece um momento, cantou esta cantiga, que o povo ainda hoje repete em muitas partes (Minho, Beira-Alta) juntamente com o conto:

Dia de Maio,
Dia de má ventura
Inda agora era manhã,
Já é noite escura.

A cantiga e o conto são tanto mais dignos de nota, quanto é certo que no dia da festa romana chamada Florialia, que parece ter alguma analogia com as nossas Maias, havia corridas de pessoas ornadas de rosas, para, com a rapidez delas, simbolizarem o valor efémero dos encantos da vida.

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Más informacióen en: http://www.instituto-camoes.pt/cvc/bdc/etnologia/opusculos/vol05/opusculos05_508_515.pdf


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