Autor: Bandeirante
sábado, 18 de marzo de 2006
Sección: Artículos generales
Información publicada por: Bandeirante


Mostrado 38.496 veces.


Ir a los comentarios

O que é um Estado Nacional ?

Como definir um Estado Nacional ?

O que é um Estado Nacional ?

A vitória das populações cristãs na guerra contra o islamismo na Península Ibérica apresentou um fundamental diferencial de qualidade organizacional. A cristandade ibérica inventou e produziu o fenômeno do Estado Nacional como a sua grande reserva e vantagem estratégico-institucional. No processo de formação e construção do Estado Nacional destaca-se a precocidade da organização, belicosidade e agressividade do Estado Nacional de Portugal.

Portugal pode ser considerado o primeiro Estado Nacional Europeu, o seu primeiro Estado "Moderno".

Um Estado Nacional apresentava os seguintes elementos:

- Um centro de poder bem definido e uma hierarquia de poder centralizada e organizada. Um Rei e uma Dinastia Nacional na forma de uma única linhagem genealógica contínua.
- Forças armadas e recursos militares eficientes para a defesa e ataque complementados com a criação de uma armada, uma força naval habilitada para a logística da guerra e dos descobrimentos mundiais. Milícias nacionais e recrutamento endogâmico sem necessidade de mercenários extra-nacionais.
- Pessoal de Estado e uma "burocracia" organizada. Um Direito Nacional. As Ordenações do Reino de Portugal, um dos principais conjuntos jurídico-estatais de todo o ocidente. A renovação e reinvenção do direito romano e a criação de uma nova estrutura administrativo-estatal com concelhos, municípios, regras e representatividades político-territoriais próprias. Estabelecem-se tributos e estruturas de fiscalidade em bases não apenas impostas, mas também consensuadas em certos limites e grupos, dentro de conflitos e contradições inerentes à esfera do social que se quer fazer também em nacional.
- Língua nacional. Uma língua étnica própria que se converte em língua de Estado e língua de um Império Mundial. Cria-se uma Universidade em língua nacional, uma literatura padronizada e assim se reforça a cultura nacional e os valores nacionais com uma elite dirigente e administrativa. Não há maior força do que a de um povo bem disposto e bem armado no espiritual e no temporal, decidido a manter e preservar a sua própria identidade.
- A invenção de uma nova dimensão étnica própria. Um povo com uma mesma cultura, com os mesmos valores e com um senso de identificação próprio apto a elaborar a produção de um imaginário nacional e o compartilhar de novas exPeriências coletivas históricas.
- Centros religiosos próprios e uma ideologia religiosa com nuances específicas e redes religiosas nacionalizadoras.
- Território bem definido e estabelecido em tratados diplomáticos e pactos definidos externamente.
- Um projeto mobilizador nacional. Um sonho nacional.

Por que Portugal foi o primeiro Estado Nacional ibérico e europeu ?

Portugal surgiu a partir de uma base relativamente consistente, homogênea, densa e contínua no espaço e no tempo. O antigo Convento Bracarense, do Minho ao Douro e com a oportunidade de uma fronteira disputável ao sul na área de Coimbra.
A existência da fronteira militar é condição fundamental para o forjar-se de Portugal.
O Estado de Portugal nasceu como uma necessidade entre as ondas almorávidas e almoádas, fatores catalizadores da existência de Portugal como Estado Nacional armado, estruturado e ungido com e pelas principais ordens militares religiosas da cristandade.
Portugal nunca teve fronteiras estabelecidas com populações islâmicas. A única relação era a guerra. Portugal não estabelecia tratados ou entabulava intercâmbios com entidades islâmicas e nem poderia coexistir com uma fronteira islâmica. Portugal era a veradeira sociedade voltada para a guerra e para a expansão, por excelência e por Razão de Estado. Seria inimaginável e impensável a coexistência de Portugal com uma entidade islâmica na sua fronteira. Algo como uma Granada Islâmica contígua a Portugal jamais existiria. Inclusive foi Portugal que leva e conduz a guerra para o outro lado do estreito, para a África do Norte, enfraquecendo os mouros e como sempre pagando o maior preço na guerra em uma África do Norte portuguesa a drenar recursos mouros e Permitir o isolamento e a queda de Granada do outro lado do estreito. Portugal também jamais admitiria uma população ou pequenos grupos mouros residuais no seu tecido social. Portugal como Estado Nacional nunca seria uma Bósnia-Herzegovina.
Como decorrência dos seus valores e estruturas intrínsecos, Portugal montou uma última grande cruzada em África com o Rei Dom Sebastião em Alcácer Quibir, política inimaginável para um outro reino ibérico em termos de sua impetuosidade e ousadia arriscada. Os descobrimentos, a conquista e colonização do Brasil também foram outra decorrência do lançar-se português. O que é o potencial do Brasil em comparação com o estéril e árido Marrocos ? Descansai em paz os fantasmas de Alcacer Quibir porque a língua portuguesa se expandiria em terras muito mais distantes e muito mais férteis, justamente criadas por homens com a mesma fibra dos que lutaram e morreram na África do Norte.

Portugal apresenta ao longo dos séculos uma materialidade demográfica relativamente homogênea. Portugal surgiu dentro do espaço que fora o centro original dos gallaici na desembocadura do Douro, adjacente ao que seria o núcleo duro do Reino Suevo em Braga e revitalizado depois com a existência da fronteira militar contra o islã. Portugal é antes de tudo uma idéia, uma paideia política e uma férrea vontade política e militar alicerçada inicialmente no formigueiro humano do Entre-Douro-e Minho. Portugal é um estado de espírito que não existiu em outras regiões ibéricas. Um Estado Nacional é ao mesmo tempo ontologia e praxis, tradição e invenção. O que é autêntico é e existe em si, independentemente se foi positivo ou negativo. Uma das melhores sínteses de Portugal está em Fernando Pessoa...

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o Perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

http://nautilus.fis.uc.pt/Personal/marques/old/pessoa/mensagem.html

Cumprimentos d"O Bandeirante Tupi
O Filho só pode existir se o Pai assim O conseguiu...

Relacionado con:


No hay imágenes relacionadas.

Comentarios

Tijera Pulsa este icono si opinas que la información está fuera de lugar, no tiene rigor o es de nulo interés.
Tu único clic no la borarrá, pero contribuirá a que la sabiduría del grupo pueda funcionar correctamente.


  1. #1 A.M.Canto 18 de mar. 2006

    Con todos los respetos (y vaya por delante toda mi simpatía hacia el país hermano), el condado de Portucale, origen del posterior reino con Afonso Enríquez o I (1109-1185), no pudo ser independiente si antes no hubo otro "estado" que le concedió, o al que arrebató, su independencia.

    Echo, pues, en falta, en este patriótico texto la mención del rey Alfonso VI de León y Castilla que, como es sabido, casó a su hija ilegítima Teresa con el noble francés D. Henrique de Borgonha o Borgoña, concediendo a la pareja el citado condado de Portucale, lo mismo que dio el de Galicia, al norte del anterior, a su hija mayor y heredera, Urraca, casada con otro francés. El condado de Portucale llegaba del Miño hasta el Tajo porque desde Lisboa era territorio árabe.

    Alfonso I de Portugal todavía jura lealtad a Alfonso VII de León tras el ataque de éste a Guimarâes (1127). La política de enfrentamiento militar de Afonso Henniques con su madre Teresa de León, la búsqueda por todos los medios del apoyo papal, las victorias sobre los musulmanes, sobre todo Ourique (1139), y el gran el interés de Alfonso VII de León por ser emPerador (para lo cual necesitaba tener reyes vasallos) confluyen para que sea reconocido el nuevo reino y su soberanía, entre 1139 (proclamación por las tropas), 1143, cuando lo reconoce Castilla-León, y 1179, cuando lo confirma la Santa Sede.

    Sus tomas a los árabes de Santarem (1146) y Lisboa (1147) empujan a los árabes al sur, Pero no los eliminan. Tras ello, y ya que su hijo Sancho no toma Silves hasta 1191, necesariamente hay que pensar que hubo unas fronteras forzosas, que se mantienen al menos desde 1139 o 1147 hasta 1191. Es cierto que los portugueses son los primeros en expulsar a los árabes completamente de su territorio (o más bien de ampliar considerablemente éste a costa de los árabes), Pero tampoco hay que llevar las cosas al extremo de negar que hubo nunca una "frontera" con ellos... ;-) En todo lo demás, de acuerdo. Saludos.

  2. #2 A.M.Canto 18 de mar. 2006

    "En 1096, Alfonso VI, para evitar cualquier posible restauración del Reino de Galicia, acordó partirlo en dos: El Condado de Galicia, al norte del río Miño, que pasa a manos de Raimundo de Borgoña, casado con Doña Urraca, y la Galicia del sur que pasa a manos de Teresa y Enrique de Borgoña, primo del anterior." (http://es.wikipedia.org/wiki/Reino_de_Galicia).

    "No 1096, Alfonso VI, que- como quedou dito era irmán de García-, para evitar calquera posible restauración do reino de Galicia, acordou partilo en dous: O condado de Galicia, ó norte do río Miño, que o pasa ás mans de Raimundo de Borgoña, casado con Dona Urraca, e a Galicia do sur que pasa a mans de Tareixa e Henrique de Borgoña, curmán do anterior. O fillo destes, Afonso Henríquez, proclamarase primeiro rei de Portugal en 1139." (http://www.galiciadigital.com/pcd/Biblioteca/publicaciones/Estatuto2002/3capi.html)

    "A separación definitiva de Galicia e o Norte de Portugal produciuse cando Alfonso VI (1040-1109) lle outorgue estes condados aos seus xenros: o Condado de Galicia, con corte en Compostela, a Raimundo de Borgoña en 1090 e o Condado de Portugal, con corte en Guimara_es, a Enrique de Borgoña seis anos máis tarde. " (http://www.eixoatlantico.com/cultura.asp)

    "Urraca I (c. 1080-1126) era una noble leonesa. Su padre era el rey Alfonso VI de León. Urraca I heredó de él el Reino de León con el condado de Galicia y el de Castilla." (http://es.wikipedia.org/wiki/Portal:Le%C3%B3n,_Zamora,_Salamanca)

    "Alfonso VI concedió a su hija Urraca y a su marido el condado de Galicia (todavía no se le otorgó [scil., devolvió] la categoría de reino) y a su segunda hija ilegítima llamada Teresa (casada con Enrique de Borgoña, noble francés) unas tierras al sur de Galicia que se empezaron a conocer como condado de Portugal." (http://es.wikipedia.org/wiki/Urraca_de_Le%C3%B3n)

    "En los años inmediatamente posteriores a la independencia del joven estado portugués (1139) del reino de Castilla y León no parece que el condado de Galicia, al norte, exPerimentara un importante cambio lingüístico. Sin embargo, a medida que la Reconquista avanzaba hacia el sur, tanto en Castilla y León como en el nuevo reino de Portugal, durante el siglo XII y siguientes, el centro de gravedad de la Península exPerimentó un inevitable desplazamiento. El aislamiento geográfico de Galicia con respecto a Castilla y León, posiblemente una de las razones por las que no sufrió los peores estragos de la conquista árabe y sus posteriores prácticas depredadoras, le convirtió en una especie de páramo entre Portugal, al sur, y unas escarpadas montañas al este." (http://www.proel.org/mundo/gallego.htm)

    "Antes de morir (Alfonso VII de León, el EmPerador) ha dejado el Condado de Galicia a su hija Urraca, Pero con una claúsula que estipulaba que si ésta se volvía a casar, el condado (aún no está considerado como reino) pasaría a su nieto Alfonso Raimúndez." (http://www.castillosdejirm.com/alfonsoVII.htm)

    "(Doña Urraca) se casó con don Raimundo de Borgoña, recibiendo como dote el condado de Galicia en 1102." (http://www.fuenterrebollo.com/Sala-Reyes/urraca.html)

    "En 1095 casó a Teresa, una hija bastarda, con Enrique de Borgoña, nieto del duque Roberto I de Borgoña y primo del conde de Galicia. El rey le encomendó el gobierno de la Terra Portucalense, que formaba parte del condado de Galicia. Enrique se convirtió así en conde de Portugal, vasallo de su primo Raimundo." (http://www.uv.es/ivorra/Historia/BEM/1090.htm)

    A este único condado de Galicia me refiero. Hay bastantes más referencias, Pero creo que será suficiente. Y no tengo ganas de discutir obviedades, Ainé, ni cosas que no he dicho.

  3. #3 ainé 18 de mar. 2006

    A.M.Canto....dice: "Y no tengo ganas de discutir obviedades, Ainé, ni cosas que no he dicho."

    Me pregunto cuando dejará de buscarle tres pies al gato cuando pregunto algo. Lo mío es interés por saber más...no hay más. No se si recordará que en más de una ocasión he agradecido sus conocimientos y sus respuestas a mis preguntas (delas que en muchas ocasiones he sacado gran provecho).

    Usted sabe que he declarado mil veces mi ignorancia suprema en muchiiiiiisimos temas (cosa que para nada me averguenza...saberlo todo sobre todo lo catalogo como "enfermedad paranoica u obsesión enfermiza". Me quedé a cuadros con lo del Condado de Galicia...por eso formulé la pregunta tan "expresivamente":

    .............Condado de Galicia ¿¿??...eso es nuevo para mi, ¿cual de los Condados gallegos?...........

    La única lectura que se puede hacer "entre líneas" es mi ignorancia en el tema...lo dicho, no busque tres pies al gato (las discusiones son un pérdida de tiempo)...¿me ha visto discutir últimamente?


    Un saludo y gracias por su amplia y detallada respuesta



  4. #4 A.M.Canto 18 de mar. 2006

    Bueno, Ainé, de nada, y lo que Ud. diga. Le agradezco los reconocimientos, Pero esa referencia a España como "rosario de reinos" ¿de verdad tenía que ver con el tema? Porque no lo parece. Pero, en fin, será que una "peina canas", y está acostumbrada a leer entre líneas. Me alegro de que no sea así. Y, después de todo, recordemos que este artículo se ha hecho para debatir sobre Portugal.

  5. #5 ainé 18 de mar. 2006

    A.M.Canto
    No tiene nada que agradecerme...lo que si agradecería yo, sería no tener que darle de nuevo explicaciones de mis intenciones (por favor...antes de contestar a mis cuestiones, "entresaque" las oscuras intenciones porque no existen)

    Hablando de Portugal...por eso he dicho: "Lo que si se puede decir es que Portugal siempre fue un solo Reino..."

    ....observe que de todo lo que he dicho usted solo se "ha quedado" con el "rosario" (de ahí la mala interpretación posterior). El listado de reinos que aparecen en los escritos de los reyes después del s.XII, para mi, merece el calificativo de "rosario" (opinión absolutamente Personal)


    Volviendo al tema que nos ocupa: "Portugal siempre fue un solo Reino", ¿no? (no se si en ello también estoy en un error)


    Un saludo

  6. #6 A.M.Canto 18 de mar. 2006

    Como le he dicho, hay que respetar a Bandeirante y el tema de su artículo. Pero, como no hace Ud. caso, le contesto en el X-présate, que es el sitio para cosas Personales o de menor cuantía.

  7. #7 Bandeirante 19 de mar. 2006

    Grato Amigos pelos comentários

    O grande teste para um Estado Nacional é a história de sua sobrevivência e expansão.
    Comparativamente a Performance política da Península Ibérica em contraste com a Península Italiana ou mesmo uma França, Alemanha é sintomática. Um sistema competitivo de Estados fortes e rivais gerou competência e capacidade ofensiva.
    No tema da eficácia e da viabilidade estatal a grande prova e teste é o fenômeno da guerra. Somente Estados capazes e oPeracionais conseguem se defender nas guerras e se expandir em guerras. O vínculo entre a esfera política e a esfera militar foi apontado por um grande número de autores.
    Portugal´pode ser considerado o primeiro Estado Nacional "moderno" europeu por ter mantido e preservado a sua integridade e vocação inicial. A história dos Estados é longa e diversificada. Nem búlgaros, nem húngaros apresentam continuidade e capacidade ampliada de sobrevivência e muito menos a potencialidade de um Estado Matriz gerar outros Estados. Portugal fundou o Estado do Brasil como a forma embrionária do fenômeno estatal brasileiro desde 1548/1549, desde a fundaçã da Cidade de Salvador na Bahia e a criação do Governo Geral do Estado do Brasil, atualmente o maior Estado de origem ibérico no mundo.
    A França teve um longo Percurso rumo às condições mínimas da centralidade política. Quando Portugal já era um Estado extremamente consolidado, um Império em expansão com a primeira colônia na África do Norte e uma verdadeira máquina de guerra ofensiva na Dinastia de Avis, a França ainda lutava para recuPerar seus territórios com Joana D'Arc ! A denominada Guerra dos 100 anos e a langue d'oc apontam a incompletude do Estado francês em momentos em que Portugal é um paradigma de Estado Nacional.
    Como o mais duro teste é a guerra, o Estado Nacional português vence a guerra pelos litorais do Brasil no século XVI contra a França, representada pelos mercadores da Bretanha e da Normandia. Um Estado Nacional esmaga mercadores privados na Floresta Atlântica brasileira e no Rio de Janeiro, onde os franceses fundaram uma colônia com apoio dos índios locais. A França fracassou em termos da construção de um Império em comparação com a Península Ibérica pelo fato de não ser um Estado centralizado o suficiente. Pelo fato de lutarmos intensamente entre nós, sempre nos preparamos para vencer a terceiros ! Algo como Quebec revela a incompetência histórica de uma população colonial de origem francesa em construir o seu próprio Estado. A mesma coisa poderia ser relatada da Itália. A unificação da língua italiana é mais uma prova de fraqueza do que de força.
    Além do mais a exPeriência de 1580-1640, um apagão provisório no comando do Estado português, que manteve todas as suas prerrogativas e estruturas independentes, também revelou que tanto Portugal e principalmente o Brasil só Perderam com a Unidade Ibérica. O Brasil foi atirado e entregue à voracidade das companhias mercantis holandesas, a West Indische Compagnie quase tomou o Brasil de assalto e só foi derrotada pela maior capacidade de resistência do povo brasileiro e do Estado do Brasil, motivo aliás de grande estímulo para a própria rebelião portuguesa e Restauração de 1640. Andamos melhores separados do que juntos.
    A nossa semelhança e proximidade lingüística, cultural e existencial sempre nos "condenou" a vivermos juntos, mas separados, lado a lado em nossas fronteiras e a nossa unidade deve sempre respeitar as nossas diferentes línguas e Estados. Como afirmava Darcy Ribeiro, não há no mundo inteiro espaço tão homogêneo e intercomunicativo como os das nossas várias línguas ibéricas, com a evidente exceção do basco que nos é absolutamente incompreensível.
    Acredito que para blocos gigantescos como uma China, Índia, um hipotético Califado Mundial, as nossas identidades comuns podem nos aproximar mais do que nos separar no século XXI. Sempre que preciso e necessário estivemos ombro a ombro e não peito a peito.

    Bom Domingo
    O Bandeirante Tupi
    RCO

  8. #8 Lusitanoi 19 de mar. 2006

    Concordo e dou te os meus parabens pelo belo texto que aqui trazes amigo Bandeirante, de vez em quando também lhes faz falta ter o prazer de levar com uma lufada da brisa atlântica lusofona.

    No entanto queria chamar a atenção que o estado nação de Portugal apenas se pode considerar assim depois de 1385, pois não existe evidência suficiente que antes dessa data houvesse consciencia da unidade nacional, tal como hoje a conhecemos. Apenas depois da batalha de Aljubarrota, com a eminência da Perca da independência os portugueses ganharam a consciencia nacional que conhecemos hoje. Afinal e ironico ou não o maior ponto de união nacional foi desde sempre a vontade de independencia face a Espanha, mas so depois de 1385, com D. João I, mestre de Avis, essa consciencia de nação se formou em pleno.

    Quanto ao Perído " negro" de 1580-1640, ha a salientar que no Período do reinado de Filipe I de Portugal (Filipe II de Espanha), as condições foram boas para os portugueses e esse por isso esse monarca obteve o respeito do país, o que já nao aconteceu com os seguintes reis espanhois. O motivo deste 1º sucesso de Filipe I, talvez se prenda com o facto da sua mãe ser portuguesa e por isso mesmo ele tenha entendido e por isso respeitado o nosso caracter próprio. O que é uma coisa que "em geral" é muito dificil para os Espanhois, talvez daí a eterna imcompreensao mutua.

    Abraço
    Lusitanoi

  9. #9 Brigantinus 20 de mar. 2006

    Los sucesores de Felipe II serían un desastre para Portugal...
    Pero también lo fueron para España. Que conste.

  10. #10 Amerginh 20 de mar. 2006

    Eu tenho umha visom muito particular da história, e sobretudo da relaçom Portugal-Espanha/Castilla. Sem dúvida É verdadeiro o desprezo que muitos espanhóis tiveram (e têm) para o português, mas, queridos vizinhos lusos, isso lhes passa aos "Espanhóis centrais" com quase todos os espanhóis/nacionalidades/nações Periféricas... e igual que os sucessores de Felipe II foram um desastre para Portugal, foram-no para Espanha. Quanto ao que é uma nação... pese a quem lhe pese, fico com a definiçom número 1, 2 e 3 da RAL:

    Nación.
    (Del lat. natĭo, -ōnis).
    1. f. Conjunto de los habitantes de un país regido por el mismo gobierno.
    2. f. Territorio de ese país.
    3. f. Conjunto de Personas de un mismo origen y que generalmente hablan un mismo idioma y tienen una tradición común.
    4. f. coloq. p. us. nacimiento (ǁ acción y efecto de nacer). Ciego de nación.
    5. m. Arg. p. us. Hombre natural de una nación, contrapuesto al natural de otra.
    de ~.
    1. loc. adj. U. para dar a entender el origen de alguien, o de dónde es natural.

    Outra cousa é o que é um ESTADO... isso deixo-lho aos Politólogos... Pero como dixo umha vez Zapatero: Estado somos todos, incluso las Comunidades Autónomas y sus gobiernos...

    Segundo a RAL, um estado é (botade-lhe conta ás definiçoes 4, 5 e 6):

    Estado.
    (Del lat. status).
    1. m. Situación en que se encuentra alguien o algo, y en especial cada uno de sus sucesivos modos de ser o estar.
    2. m. Cada uno de los estamentos en que se dividía el cuerpo social; como el eclesiástico, el de nobles, el de plebeyos, etc.
    3. m. Clase o condición a la cual está sujeta la vida de cada uno.
    4. m. estado civil.
    5. m. Conjunto de los órganos de gobierno de un país soberano.
    6. m. En el régimen federal, porción de territorio cuyos habitantes se rigen por leyes propias, aunque estén sometidos en ciertos asuntos a las decisiones de un gobierno común.
    7. m. Resumen por partidas generales que resulta de las relaciones hechas al por menor, y que ordinariamente se figura en una hoja de papel. Estado de las rentas del vecindario, del ejército
    8. m. Ministerio de Estado.
    9. m. Medida longitudinal tomada de la estatura regular del hombre, que se usaba para apreciar alturas o profundidades, y solía calcularse en siete pies.
    10. m. Medida de suPerficie que tenía 49 pies cuadrados.
    11. m. Manutención que acostumbraba dar el rey en ciertos lugares y ocasiones a su comitiva.
    12. m. Sitio en que se la servía.
    13. m. Esgr. Disposición y figura en que queda el cuerpo después de haber herido, reparado o desviado la espada del contrario.
    14. m. Fís. Cada uno de los grados o modos de agregación de las moléculas de un cuerpo. Estado sólido, líquido, gaseoso
    15. m. desus. Casa de comidas algo menos plebeya que el bodegón.
    16. m. ant. Séquito, corte, acompañamiento.

  11. #11 21 de mar. 2006

    Pues puede que ese deseo de diferencia frente a "lo espanhol" es lo que mantiene unido al gigantesco Brasil -15 veces Espanha-. Los brasilenhos flipan con que en cien kilómetros se hable otra lengua diferente, demasiado "étnico" para ellos. En la península ibérica tenemos tres estados -con Andorra- y cuatro idiomas. En Brasil, indios de amazonia, nigerianos de Bahía, Alemanes de Río Grande, japoneses de Sao Paulo se consideran brasilenhos. Los pocos brotes independentistas -un alemán en el sur y algunos yanomanis en el interior- son considerados como conspiraciones yankees para debilitar la federación. Puede que el fútbol sea un actor unificador.
    Estado étnico a la manera de Israel o democracia pluriétnica de ciudanos?
    Estado diminuto, Pero eficaz -Chequia- o mastodonte burocratizado?
    Área económica -Norte de Portugal-Galicia. País Vasco-Landas- o frontera de cartabón?
    Sacro ImPerio Romano -UE- o pulverización -Escandinavia-?

  12. #12 Lusitanoi 25 de mar. 2006


    Buena Pergunta Brigantinus!

    Pienso que la teras que hacer a los galegos y a Galiza en el colectivo. A ver, si comparas el Pais Vasco y Catalunha con Galiza, verás deprissa las distintas formas que tienen essas naciones de se opor a los castellanos de siempre.

    Em portugues expresso-me melhor. Eu penso que não têm suficiente identidade nacional porque historicamente têm sido sempre brandos (fracos, sem ofensa) Perante o poder castelhano. Em termos de exemplos, ve o que os próprios galegos fizeram a sua propria lingua, encheram-na de castellanismos de tal forma que hoje o galego que se fala (nao o das normas) correntemente pela populaçao é mais castrapo que galego, nao? Um povo com forte identidade nacional, jamais renuncia a sua lingua, os exemplos do pais basco e da catalunha são os opostos do galego, além de se contaminarem muito menos de castellanismos, foram sempre cultivados pela populaçao enquanto que o galego ja quase nao se fala, nao é verdade?

    Eu que vejo o problema de fora acho que embora os galegos tenham muita afeiçao pela sua cultura propria ao mesmo tempo sentem um profunda atracçao pela cultura da meseta, nao sei de por real afeição sou se por falta de força para lutar contra ela. Enquanto os bascos e os catalães nutrem um profundo desprezo pela cultura castellana, acham-nos mais brutos, mais broncos, mais atrazados, mais fechados (e são de facto) em favor da sua propria cultura, ves isto todos os dias, e talvez ate mais na catalunha onde se sente o desprezo pelos castellanos. Esse sentimento é muito identico ao nosso (portugues) também sentimos esse desprezo, embora hoje em dia as coisas estejam mais atenuadas com a adesao ao UE. Como podes constatar tu melhor que eu, nao vejo os galegos com esse sentimento face a cultura castelhana, o que se nota é uma submissao ao poder central muito diferente de bascos, catalaes e portugueses.

    Aliás, o exemplo catalao conheço-o melhor porque pessoalmente conheço mais catalaes que galegos e quando nos encontramos, acabamos sempre a falar portugueses e catalaes do comum desprezo que sentimos pelos castellanos.

    Pelo que disse, concluo que a galiza tem um cultura própria bastante vincada face a Castela (meseta) e isso nota-se a cada passo, é inegável. Mas amigo brigantinus, sentimento e identidade nacional, até pode ser que alguns galegos a sintam, mas a maioria penso que nao sente e isso vê-se a cada passo até aqui no que se escreve diariamente neste forum.

    Com isto nao quero dizer que os galegos deviam ser mais violentos na oposiçao ao poder central, repara que a identidade nacional não se mede pela violência das acções, enquanto o Pais Basco actua violentamente e os resultados ate nem são assim tão bons, ve o que fazem os Catalaes que sem oposição violenta acabam por ser muito mais eficazes que os Bascos. Olha so o estatuto, a bronca que causou e a grande foda que deram nos castellanos.

    E claro que para nós, portugueses, é sempre um prazer ver a Espanha levar no cú!

    Abraço

  13. #13 Amerginh 25 de mar. 2006

    Estimado Lusitanoi:

    O problema da Galiza é sua falta de poder ECONÔMICO, não as vontades. Galiza foi sempre um espaço oprimido e cuja saída foi a emigração, enquanto em Cataluya e Euskadi gozaram de um forte desenvolvimento, em Galiza ficamos com as nossas vacas e nossa pessoal forma de auto-humilhar-nos coma povo. O bom era o espanhol, o castelhano, inclusive nosso idioma era de "pobres". Em definitiva, o problema é a baixa autoestima, é o único que nos põe por trás de vascos e catalães. Mas não há nada mais, no demais, temos tanta ou mais identidade nacional do que qualquer (inclusive vocês, os portugueses). A um galego podes mentar-lhe a sua mãe, mas nunca a sua terra, é um país de emigrantes com eterna morrinha, eterna saudade de sua terra.

    O sentimento nacional? É muito menos que a galeguidade, sinto-o, Galiza e MAIS que uma naçao, e um sentimento, e isso não morre, não se esquece, nem é uma razão de luta política, é a paciência levada ao extremo, a irreversibilidade de um futuro, que nos, os galegos, saberemos esPerar e chegado o momento, lutar, como já alguns fazemos.

    Em definitiva, somos pobres... e pacientes.

  14. #14 Lusitanoi 25 de mar. 2006

    Pobres, também somos nós, ultimamente até a galiza ja tem um desenvolvimento em muitas areas suPerior ao nosso, talvez a auto-estima de que falas seja a palavra chave para esse problema, sente-se muita falta de auto-estima nas vossas intervençoes aqui e isso é fundamental. Mas repara, se fizeres um inquerito na galiza, pais Basco e na catalunha sobre a vontade de autodeterminaçãom, sobre a auto-estima da vossa maneira de ser própria achas que as respostas irao ser iguais nas 3 regioes? Penso que nesse caso a Galiza Perderia bastante terreno face aos outros dois nao?

    Ha ainda uma questao que vejo muitas vezes por aqui também respeitante aos galegos que é a dicotomia que os galegos apresentam sempre entre espanha e portugal, porque sentem que ao tentar diferençiar se dos castellanos acabam por ficar iguais aos portugueses, entao para tentar nao ir na onda portuguesa, acabam por ficar mais igualitos aos castellanos. Eu entendo Perfeitamente a vossa forma de pensar, mas assim acabam por nunca se encontrar a vos próprios nao? porque se se auto-negam o caracter proprio que é muito semelhante ao portugues, por razoes historicas e culturais obvias qual sera o vosso futuro em termos de identidade? so pode ser a castelhanizaçao total ou nao?

    Eu nao gosto muito de discutir este assunto aqui porque vem logo aqueles galegos pro-castellano com a mania que toda e qualquer semelhança com portugal é mera coincidencia, mas ja que veio a talhe de foice...

    Abraço

  15. #15 elpater 25 de mar. 2006

    Observo consternado, señor Lusitanoi, que define usted la conciencia de nación a partir del desprecio a las restantes naciones.

    Si ésa es la definición, coincido con usted en que en Galicia ese tipo de "conciencia nacional" no abunda. Permitame añadir que afortunadamente.

    Como enano, aprendí a subirme a hombros de gigantes. Para usted me subo hoy a dos:

    1) Antonio Machado, nada sospechoso de "anticastellaneidad". Hace casi cien años, a orillas del Duero, denunciaba uno de los profundos defectos que veía en la Castilla de su tiempo:

    "Castilla miserable, ayer dominadora
    envuelta en sus andrajos desprecia cuanto ignora"

    2) Carlos Alonso del Real y Ramos. Decía el maestro que lo más parecido a un tonto de derechas es un tonto de izquierdas. Me atrevo a parafrasearlo y sostengo que lo más parecido a cualquier nacionalista tonto de cualquier país es cualquier otro nacionalista tonto de cualquier otro país.

    No me subo a los hombros de Eudald Carbonell porque está vivo y afortunadamente bien vivo; como para colmo es amigo, no es cuestión de someterlo a tal tortura. Pero hace poco afirmaba en una conferencia que una de las labores que nos toca afrontar es la integración; y que sólo puede integrarse lo diferente, y aun lo bien definido como diferente. La creatividad se incrementa con la sítesis integradora de lo diferente, no con la homogeneización globalizante al uso. No tengo esPeranza de que usted lo entienda, Pero ahí se lo dejo por si sonase la flauta por casualidad.

    "Soc d'aquí, no d'allá, un moment! Que ho sapigui tothom, que Per mi te importança", decía Quico Pi de la Serra. Para Eudald soy gallego y para Carlos lo fui. Usted, desde su triste definición, considéreme apátrida. Absolutamente apátrida de las naciones del desprecio, del odio y del rechazo.

    Y Dios en la de todos.

  16. #16 Amerginh 25 de mar. 2006

    Ai ai ai... que razão tens. Mas o problema é e será o mesmo durante muito tempo, por várias razões, porque pouco a pouco essa falta de autoestima acabou com as possibilidades de chegar a decidir-nos a ser independentes, e porque Galiza vive numa forte dicotomia entre ser Espanhóis, ou ser... outra coisa, mas o que? Galegos somos, mas sós não sabemos sê-lo... esse é o problema.

    O "Sempre ficará Portugal" que tantas vezes usamos os galegos é uma falsidade: infundiram-nos esse ar de suPerioridade desde Castilla com tanta força que temo-lo creido coma certo, e claro, ser portugueses é ser menos...
    Ao mesmo tempo, a falta de recursos contribuíram sobremaneira a um regusto pela autocomplacencia, o servilismo ao poder (Castilla) e a resignação.

    E despois está o forte envelhecimento da população, e a castelanizaçao da juventude...

    Mas tens razão, isto é já outro tema, Galiza precisa seguir fazendo o seu caminho na sua velocidade. Só esPero que o acabemos antes de destruir-nos como nação, e povo. Eu dende logo penso facelo quanto antes.

    APertas e bicos (como se diz em galego normativo...)

  17. #17 Amerginh 25 de mar. 2006

    Estimado elpater,

    creo que hemos leído a dos Lusitanoi diferentes, yo no creo que hable de desprecio hacia el resto de naciones, sino autoafirmación, frente al DESPRECIO de las demás naciones.

    Por cierto, castillas hay dos, siempre las hubo, las famosas dos Españas, una, la que se enriquece con los pueblos que la componen, la otra, que trata de homogeneizarlos para librarse del "peligro" de ser diferentes.

    Me quedo con la España de A. Machado... y con la Galicia de Rosalía de Castro:

    Probe Galicia; non debes
    chamarte española,
    que España de ti se olvida
    cando eres, ¡ai! Tan fermosa.

    A GAITA GALEGA
    Rosalía de Castro

    Cando este cantar, poeta,
    na lira xemendo entonas,
    no sei o que por min pasa
    que as lagrimiñas me afogan,
    que ante de min cruzar vexo
    a virxen-martir que invocas,
    cos pes cravados de espiñas,
    cas mans cubertas de rosas.
    En vano a gaita, tocando
    unha alborada de groria,
    sons polos aires espalla
    que caen nas tembrantes ondas;
    en vano baila contenta
    nas eiras a turba louca,
    que aqueles sons, tal me afrixen,
    cousas tan tristes me contan,
    que eu podo decirche:
    non canta, que chora


    Vexo contigo estos ceos,
    vexo estas brancas auroras,
    vexo estos campos froridos
    donde se arrullan as pompas,
    y estas montañas xigantes,
    que aló cas nubes se tocan,
    cubertas de verdes pinos
    e de froliñas cheirosas;
    vexo esta tarre bendita
    donde o ben de Dios rebota
    e donde anxiños fermosos
    texen brillantes cororas;
    mais, ¡ai!, como tamen vexo
    pasar macilentas sombras,
    frilos de frro arrastrando
    entre sorrisas de mofa,
    anque mimosa gaitiña
    toqe alborada de groria,
    eu podo decirche:
    non canta, que chora



    Falas, i o meu pensamento
    mira pasar temerosas
    as sombras de esos cen portos
    que a o pe das ondiñas moran,
    e pouco a pouco marchado
    fráxiles, tristes e soias,
    vagar as naves soberbas
    aló nunha mar traidora.
    I ¡ai!, como ne las navegan
    os fillos das nosas costas
    con rumbo a America infanda
    que a morte con pan lles dona,
    desnudos pedindo en vano
    á patria misericordia,
    anque contenta a gaitiña toca,
    eu podo decirche:
    non canta, que chora.


    Probe Galicia; non debes
    chamarte españolas,
    que España de ti se olvida
    cando eres, ¡ai! Tan fermosa.
    Cal si na infamia naceras,
    Torpe, de ti se avergonza,
    Y a nai que un fillo despreça
    nai sin coraçon se noma.
    Naide por que te levantes
    che alarga a man bondadosa;
    nadie os teus prantos enxuga,
    i humilde choras e choras.
    Galicia, ti non tes patria,
    ti vives no mundo soia,
    i a prole fecunda túa
    se espalla en errantes hordas,
    mentras triste e solitaria
    tendida na verde alfombra,
    o mar esPeranzas pides
    de Dios a esPeranza imploras.
    Por eso aunque en son de festa
    alegre a gaitiña se oia,
    eu podo decirche:
    non canta, que chora


    "EsPera Galicia, EsPera"
    ¡Canto este grito consola!
    Páguecho Dios, bon poeta,
    mais e unha esPeranza louca;
    que antes de que os tempos cheguen
    de dicha tan venturosa,
    antes de que galicia suba,
    co a cruz que o seu lombo agabia,
    aquel dificil camiño
    que ó pe dos abismos toca,
    quisais que de angustias morra.
    Paguecho dios bon poeta,
    esa esPeranza de groria
    que de teu peito surxindo,
    a Virxen-martin coroa,
    i esta a recompensa sea
    de amargas penas tan fondas.
    Pagueche este cantar triste
    que as nosas tristezas conta,
    que solo ti…¡ti entre tantos!
    Das nosas magoas se acorda.
    ¡Dina voluntad de un xenio,
    alma pura e xenerosa!
    E cando a gaita galega
    aló nas Castillas oias,
    o teu coraçon pregunta,
    verás que che dí en resposta
    que a gaita galega
    non canta, que chora

  18. #18 elpater 25 de mar. 2006

    Apreciado Amerginh:

    Lamentablemente, las palabras de Lusitanoi son muy claras:

    "Enquanto os bascos e os catalães nutrem um profundo desprezo pela cultura castellana" [...] "e talvez ate mais na catalunha onde se sente o desprezo pelos castellanos. Esse sentimento é muito identico ao nosso (portugues) também sentimos esse desprezo" [...] "Como podes constatar tu melhor que eu, nao vejo os galegos com esse sentimento face a cultura castelhana" [...] "quando nos encontramos, acabamos sempre a falar portugueses e catalaes do comum desprezo que sentimos pelos castellanos"

    Puede ingresar con todo mérito en la Antología de la Pobreza Mental.

    Pero tampoco hay que darle mayor importancia. También en Portugal tiene que haber hooligans, claro, como aquí, como los del "Vigo no" y los del "puta Coruña". Aunque hagan mucho ruido, son pocos.

  19. #19 Amerginh 25 de mar. 2006

    Por desgracia para muchos, si bien no con tanta claridad y menos radicalmente... concuerdo con Lusitanoi:

    1. Castilla se ha definido a si misma por la arrogancia y la soberbia
    2. El desprecio a lo "otro" es caro en la relación España-Portugal (pese a que portugal ha sido varios siglos, una mayor potencia que España, que sólo supo mirarse al ombligo).
    3. Los nacionalismos "Periféricos" españoles son fruto del desprecio que estas regiones/naciones sufrieron por parte de la "una grande y libre"... que muchos dicen ya no existe... Pero Pervive en el pensamiento politico de la derecha española y gran parte de la izquierda.
    4. Siempre nos quedará Portugal

    Cada cual que se aplique el cuento a su gusto:

    soberbia.
    (Del lat. suPerbĭa).
    1. f. Altivez y apetito desordenado de ser preferido a otros.
    2. f. Satisfacción y envanecimiento por la contemplación de las propias prendas con menosprecio de los demás.
    3. f. Especialmente hablando de los edificios, exceso en la magnificencia, suntuosidad o pompa.
    4. f. Cólera e ira expresadas con acciones descompuestas o palabras altivas e injuriosas.
    5. f. ant. Palabra o acción injuriosa.

    arrogante.
    (Del ant. part. act. de arrogar; lat. arrŏgans, -antis).
    1. adj. Altanero, soberbio.
    2. adj. Valiente, alentado, brioso.
    3. adj. Gallardo, airoso.

    "Hay hombres tan arrogantes que no saben alabar a un gran hombre a quien admiran, sin representarlo como un eslabón o un sendero que conduce a ellos mismos".

    Nietzche

    Galicia, ti non tes patria,
    ti vives no mundo soia,
    i a prole fecunda túa
    se espalla en errantes hordas,
    mentras triste e solitaria
    tendida na verde alfombra,
    o mar esPeranzas pides
    de Dios a esPeranza imploras.
    Por eso aunque en son de festa
    alegre a gaitiña se oia,
    eu podo decirche:
    non canta, que chora

  20. #20 Lusitanoi 25 de mar. 2006

    Amerginh, que bonito el poema, Pero triste....

  21. #21 Amerginh 25 de mar. 2006

    Bom... é uma poetisa do Romanticismo, e dado que gostaban de morir suicidados ou pior... pois... hehehehe
    Pero os sentimentos expressados som moi reais na Galiza de onte e de hoje

  22. #22 Lusitanoi 25 de mar. 2006

    Essa tristesa é muito parecida com a portuguesa,

    Tristesa - destino - fado - esPerança

    Afinal somos povos irmaos, nao é verdade?

  23. #23 eyna 25 de mar. 2006

    Perdona,lusitanoi,Pero creo que utilizas el término Castilla de una manera un tanto... arcaica?

    estás seguro que tus amigos catalanes no odian más bien lo "español"?, haberlos,haylos, y no es lo mismo.

    Si no es así,tanto tú como ellos os habeis quedado anclados en un punto de la Historia.

  24. #24 Amerginh 25 de mar. 2006

    eyna, si a España le quitas Catalunya, Galiza, Euskadi, Navarra y otros rincones... que te queda?

    El usar Castilla es (por lo menos en mi caso) la identificación de esta con la España (una de las dos) egoista, soberbia y despreciada, usar España implicaría despreciar más de la cuenta (si es que soy un sentimental...)

    Pero yo no soy quien para contestar por Lusitanoi :P contesto por mi mismo (dado que use también Castilla. Yo no odio "España" sino la "idea de España" que representó la antigua Castilla, así que para mi aludir a Castilla es aludir a esa idea. Obviamente no tengo nada en conra de los vallisoletanos o los toledanos Per se.

    PD: mi novio es español y castellano y no le odio... xDDD aunque en 4 meses se va a vivir a Lagos (Algarve) para seguir con su proceso de limpieza mental anti-españolista :P

  25. #25 Lusitanoi 25 de mar. 2006

    Eyna, es mas o menos esso que dice Amerginh, utilizo el termino Castilla porque si utilizo Espanha, refiro-me a todos espanhois e nao penso que todos os espanhois sao como os tradicionalistas castellanos. Em portugal, Castela é sinonimo de espanha e vice-versa, claro que de uma forma simbolica. castilla (castela em portugues) é sinonimo da espanha mais tradicionalista, arrogante e soberba tal como ja foi aqui referido.

    Mas se Perguntares ao mais comum dos portugueses, eles referem-se sempre a espanha, raramente a castela ou castilha, tal como os catalaes, espanha sempre foi o nosso inimigo tradicional, é o destino, eehehehhe ou o nosso fado...

    De qualquer forma eu nao odeio espanha, ate gosto muito de espanha, vou muitas vezes de vacaciones para o vosso país, apenas nao gosto da arrogancia e altivez de alguns espanhois quando se referem a portugal, ok?

    E me gusta principalmente aquellos mapas (cartas territoriales) de España que en lugar de Portugal, apresentan la mar, me gustan espectacularmente, no me digas que nunca lo has visto.

  26. #26 eyna 26 de mar. 2006

    Pues, aquí en Catalunya,los independentistas catalanes utilizan "Catalunya it's not Spain" y se entiende Perfectamente a lo que se refieren.

    Si pusieran "not Castilla" pensariamos que nos están dando una clase de geografía y/o historia :P

    Por cierto,en una visita de nuestro queridiiiiiiisimo Bono, el que "canta", no el otro,le dedicaron una inmensa pancarta con una graciosa variante:

    "Ej que....Catalunya it's not Spain!" } ;)

  27. #27 Amerginh 26 de mar. 2006

    Estimada eyna,

    Indudablemente, en muchos ámbitos nacionalistas y en los radicales, la negación es contra España, Pero ese es otro tema, Pero créeme si te digo que en gran parte es fruto de la "otra" España, sólo que muchos han pasado a identificar a TODA España bajo esa imagen soberbia y con infundados aires de suPerioridad.

    Yo estaría encantado de vivir en una España plural... que queda muy bonito decirlo, Pero hoy por hoy, no existe. Hay una España (Castilla) gobernante y dirigente, y una España (Periférica) oprimida... y que en gran parte quiere irse!!!!

  28. #28 Lusitanoi 26 de mar. 2006

    Elpater, estas esqueciendo que "Portugal is not Spain", no? para nosotros esso es passado, somos un país con mas de 850 años de idependencia, apenas con 60 años de unio a Espanha, tal como dice el texto de Bandeirante. Para nosotros la question no es la misma de catalunya, euskera ou galiza, porque la independencia ja la hemos ganado hace 850 años e despues en la restauracion en 1640, vale?

    No estoy hablando de nacionalismo, porque yo vivo en un pais independiente. Para mi y para todolos portugueses se trata de la forma depreciativa que utilizan una grande parte de los españioles castellanos o nó. el aire de suPerioridad con que nos tratam, el complexo interminable siempre omitindo el pais vecino, como se el no existira, porque para vosotros la existencia de portugal es un error historico, no es assi? habla lo que te vai en la alma, hombre, para que veamos todos o que ustedes piensan de portugal y de los portugueses, es esso.

    Queremos vuestro respecto si no, no los vamos a respectar, vale?

    Gracias

    Eyna, te entiendo Perfectamente Pero nuestra posicion es distinta porque ja no somos espanha, certo?

    abraço

  29. #29 elpater 26 de mar. 2006

    Sr. Lusitanoi, por estos pagos conocemos sobradamente las rebajas del tío Paco.

    Pero no me parece mal que vaya usted, aunque sea pasito a pasito, modificando sus primeras afirmaciones.

    Volviendo ahora a la pregunta de Brigantino, es decir,

    "¿Por qué los catalanes y los vascos son una nación y los gallegos no tenemos "suciente identidade nacional"?",

    y visto que sus argumentos basados en el desprecio a los vecinos han viajado al lugar al que van los "digo" cuando más tarde se dice "Diego", ¿hay algún argumento más que pueda apoyar esa afirmación suya acerca de la insuficiencia de la identidad nacional de Galicia?

    Porque de eso, le recuerdo, es de lo que se trataba, no de rebotes de hooligans.

  30. #30 Lusitanoi 26 de mar. 2006

    Sr Elpater,

    Perdona-me voy escribir en portugues que es mas comodo para mi. Eu nao vejo os galegos lutando e impondo-se ao poder central espanhol como os bascos e os catalaes, tu ves? relativamente ao desprezo pelos outros povos, repara, os bascos e catalaes têm orgulho da sua identidade propria e é dai que resulta o desprezo pelos castellanos e daí também eles nao se considerarem espanhois tal como nos os portugueses. Agora Pergunta a maioria dos galegos se eles se sentem espanhois ou nao, que te responde a maioria? penso que a maioria dos galegos se sente espanhois, logo que hão-de fazer com a identidade nacional? se se sentem espanhoies tal como tenho visto escrito aqui em diversos artigos deste forum, resulta necessariamente uma identidade nacional fraca, certo? Se um povo se considera como parte integrante de um estado, nao vejo que possa coexistir uma identidade nacional capaz de conduzir a independencia ou estou errado? Em conclusao, eu penso que os galegos têm uma identidade propria bastante diferenciada da oficial espanhola, mas nao um identidade nacional de tal forma que pensem em autodeterminação, concordas?

    Que fique bem entendido que eu nao concordo com as barbaridades e formas de luta dos bascos, em particular a ETA, certo? mas tens o exemplo da catalunha, que com outros metodos e formas tem feito o que tem a Espanha.

    Saludos

  31. #31 Amerginh 26 de mar. 2006

    Sólo puedo decir: Aish...

    elpater... ¿de que números hablas? (lo desconozco, no dudo de tus afirmaciones)

    Los gallegos (hoy por hoy) no somos (hablaré en plural Pero no me considero dentro de este grupo) ni mucho menos independentistas. El sentimiento más expresado es "Tan gallego como español" Pero tiene dos vertientes muy distintas:

    - Los gallegos AMAMOS a nuestra tierra por encima de todo, y pese a siglos de opresión cultural y la emigración, los vínculos son muy potentes y duraderos

    - Los gallegos nos sentimos, aunque no lo expresemos INFERIORES a "España", no somos nada sin ella... porque llevamos siglos a su sombra, y nos hemos "acostumbrado" a ser pobres, inferiores y encima... maltratados.

    Esta es la pura y simple verdad, y como dice Lusitanoi... Galicia hoy por hoy no tendrían "suciente identidad nacional", o mejor dicho, no de "suficiente calidad", el problema no es la carencia o tenencia del sentimiento (está ahí, Pero subyugado), el problema es la autoestima, la fuerza y el ímpetu del sentimiento. Quizás (y esto es una gran esPeranza para Galicia) viendo lo que hacen vascos y catalanes, nosotros vayamos detrás... que al fin y al cabo es lo que llevamos decenios haciendo... tanto en la 2ª República, como los actuales estatutos.... y quizás el que viene... si nuestro PPdeG españolista, caudillista y caciquil no lo frena...

    Sonaré muy lastimero a oídos de Lusitanoi, lo reconozco, Pero como él ha dicho:

    "para nosotros esso es passado, somos un país con mas de 850 años de idependencia, apenas con 60 años de unio a Espanha" (...) "Para nosotros la question no es la misma de catalunya, euskera ou galiza, porque la independencia ja la hemos ganado hace 850 años e despues en la restauracion en 1640"

    Ese es el gran matiz... "otro gallo cantaría" si Portugal hubiese quedado bajo el yugo de Castilla, la soberbia y la prepotencia, hubiesen dañado muy mucho ese orgullo nacional del que gozan (y que aún así, considero que ha conseguido afectar, y me atrevería que a ayudar a definir). Yo soy de esos pocos raros que visto lo visto... Ojalá Galiza nunca se hubiese dividido, ni necesitaríamos reafirmarnos como pueblo y como nación, ni harían falta "euroregiones" para desarrollarnos conjuntamente y hoy seríamos un gran país Atlántico, más gallego, más portugués, mas bonito, mas bello y más completo.

    Chao!

    PD. pese a todo, 850 años de frontera no han roto los lazos de sangre entre las dos orillas del Minho.... en pocos lugares se puede decir eso en el mundo

  32. #32 Lusitanoi 26 de mar. 2006

    no tengo palabras más, Amerginh !

    Has dicho todo! És verdad que el orgullo português es lo que és, gracias a la prepotencia espanhola, es verdad esso que as dicho, nuestro sentimiento nacional esta siempre al de cima porque espanha es lo que es, es assí, no tiene discussion. En portugal también hay diferencias de norte a sul, Pero se Perguntas en qualquer lugar de norte o de sul se quiere ser espanhol, la respuesta es unica e solo una, NO!

    Aunque assi sejamos mas pobres mas pequeños, menos desarrolados, etc., esse es el precio de la independencia...

    Pero no te olvides que por distintas veces espanha intentó poner-nos el yugo, en el siglo XII luego al nascimiento, por distinta veces hasta aljubarrota, luego en 1580 con Filipe II, solo desde Olivença, nos ha quedado en paz y la respuesta ha sido siempre la misma, es el nuestro caracter.... acaso no fueran los lusitanos los mas dificiles de conquistar?

    En 1580, la union de los dos reinos, no ha sido una verdadera anexacion, quedo claro que teriamos nuestra lingua e nuestras intituiciones, Filipe II sabia lo que hacia, conocia nuestro caracter y ha sido lo unico que hasta hoy ha tenido el aprecio de los portugueses.

    Como seria distinto se Portugal o Galiza, tanto se me dá, fuera toda la costa atlantica, Pero esso es sueño.....

  33. #33 ainé 26 de mar. 2006

    Pozi...a situación actual de Portugal é lixeiramente preocupante nestes últimos tempos:

    ---Cada día miles de portugueses cruzan los puentes del Miño para repostar en Arbo, Tui o Goián (50 litros de gasolina súPer…10 euros más caro en Portugal). En un cartón de tabaco ahorran de 4 a 5 euros si lo compran en Galicia (y podríamos seguir con el “listado de productos varios” de los que abastecen "el maletero" los portugueses en Galicia)

    ---“contrabando de trabajadores lusos”…se calcula que hay unos 20.000 trabajadores portugueses trabajando en la construcción en Galicia (en Portugal cobran unos 400 euros al mes, en Galicia entre 600 y 1000 euros…la mayoría están con “contratos fantasma” y hacinados en pisitos que les proporciona el constructor).


    Me da que los lisboetas de estas cosas no se enteran, ¿verdad?



  34. #34 Lusitanoi 27 de mar. 2006

    No se que tiene que ver con el tema, Pero si te sirve de respuesta, los lisboetas van a Badajoz que es mas cerca. En portugal no hay nacionalismos Ainé, por más que los quieras buscar. Lo que passa en le norte de portugal mas cerda de Porto és tenia y tiene mucha "industria textil", no se mo dirlo en espanhol. Esta Industria se no lo sabes funcionava en portugal gracias a la mano de obra barata, bajos salarios. Actualmente existen los productos chineses que han acabado con grande parte de esta industria, porque tienen precios mui concorrenciales y la consequencia es que todolos dias se ferman empresas de este ramo, principalmente en minho y cercanias de Porto. Las consequencias han sido tales que ayer la region de Porto era mas rica y industrial que la de Lisboa y hoy se quedou al contrario. Esta crise ha tenido consequencias a nivel de oPerarios y practicamente todalas profissiones, incluso contables y auditores como yo. Mis "colegas" de profession de la region norte estan atravessando una grave crise por tudo esso, se no quedan empresas, no hay trabajo para nadie. Pero la culpa es que essas empresas no se han desarrolado ni tanpoco aprovechado los subdidios de la UE para modernizar-se y han continuado con la politica de bajos salarios y ningun inventimento, entendes? La situacion de la region norte todo la gente la conoce, basta ver los telejornales de la television portuguesa, vale? No seas separatista, amiga, ehehehhehehe

    Ahora dime, que tiene que ver el tema con la situacion portuguesa actual? En francia la situacion no es mejor, pienso que ate bastante mas grave que aqui, por acaso los franceses quieren ser espanholes por isso?

    Parece que estas querendo dizer alguma coisa nas entrelinhas, clarea o discurso e bota tudo ca pra fora, vá!

  35. #35 elpater 27 de mar. 2006

    Sr. Lusitanoi, lo siento. Vivo en 2006, y usted me habla, cuando se pone en plan moderno, con lenguaje del XIX. Las otras veces, con conceptos todavía anteriores.

    Siga usted con su pobreza, Pero tenga claro que, como embajador de Portugal, ni está nombrado allí, ni está reconocido aquí.

  36. #36 Lusitanoi 27 de mar. 2006

    A parte la crisis de la industria textil, estamos tendo a maior crise en la construcion. Pero nos cuspas en el aire que te puede caer en cima, vale? O modelo economico portugues era e continua a ser infelizmente muito parecido ao espanhol e ai como aqui o motor economico é a construçao civil, a excepçao da catalunha e pais basco.

    O que aconteceu é que ja se construiram mais casas aqui do que sao precisas, e a construçao entrou no caos, no hay trabajo, ni encomiendas, ni nada. E é so esPerares uns aninhos (nao muitos) e vais ver o que acontece a espanha.... a crise que esta cá, vem a caminho de espanha ou achas que ha milagres? nao fales muito pois o modelo espanhol e o mesmo e ha-de chegar a sua hora como chegou a de portugal, certo?

  37. #37 Brigantinus 27 de mar. 2006

    Bueno, como parece que un servidor ha sido el que ha lanzado la manzana de la discordia, explico mi posición:
    Por lo que aquí se ha dicho, parece ser que IDENTIDAD NACIONAL=GANAS DE INDEPENDENCIA.
    Vamos a ver, vamos a ver... ahora que estamos metidos en eso que se llama "debate territorial" se supone que lo de las reformas estatutarias y demás, no es tanto -ellos mismos lo dicen- una independencia pura y dura, sino convivir en una "nación de naciones".
    Pues voy a hacer una pregunta totalmente estúpida:
    ¿No cabe la posibilidad de que una nación tenga conciencia de sí misma sin que ello redunde en un independentismo político?

    Lo de que en Galicia tenemos un síndrome de Estocolmo frente a Castilla es una tontería como la copa de un pino. Otra cosa es que determinados rasgos de nuestro carácter -y de nuestra Historia- sean como son. Pero no hay nada que nos garantice que la cosa fuera diferente si Perteneciéramos a Portugal o Gran Bretaña. Probablemente seríamos lo mismo, Pero respecto de Lisboa.

    Lusitanoi,

    Yo te recomendaría que no midieras el grado de "conciencia nacional" de un pueblo por el tono de sus gritos contra gobiernos centrales. Y mucho menos por resultados electorales.
    Porque entonces, vale: los vascos, los catalanes, los flamencos...serían naciones.
    Pero los bretones no serían nación; tampoco los occitanos. Ni los galeses... ¿Los consideras naciones, a pesar de que "griten" poco contra París o Londres, políticamente sean poco influyentes en Londres y París y no haya partidos independentistas fuertes?

    Cuando un servidor recorre Castilla, ve pocos indicios de la "tierra ladrona" que supuestamente nos ha chupado la sangre. Eso sí; si uno va al Monasterio del Escorial o al Palacio Real, además de asombrarse por esas maravillas artísticas, empieza a sacar conclusiones sobre quién -realmente- nos chupó la sangre. Y si uno coge un libro de Historia y mira la cantidad de guerras en las que estuvo metida España, y hace a tanto alzado un cálculo aproximado de lo que debían costar tercios, galeones, plazas fuertes, navíos de línea, regimientos, etc... la cosa empieza a cuadrar... Aunque estos últimos gastos nos afectaban a todos (los ingleses que llegaron a las costas gallegas en 1589 no venían a hacer turismo).

  38. #38 Amerginh 27 de mar. 2006

    "¿Qué es España?" Un frenesí, hombre, un frenesí. ¿Qué es España? Una ilusión. Una sombra, una ficción. Y el mayor bien es pequeño, pues toda la vida es sueño y los sueños, sueños son"... ou pesadelos (segundo quem durma)... hahahahaha

    O de país de cacos (anacos em galego) foi moi boa... recórdame as traduçoes que algums fijerom dos nomes e topónimos galegos hehehehe por mor dos "fasos amigos" lingüisticos...

    Brigantinus es cierto que no es totalmente identificable IDENTIDAD NACIONAL=GANAS DE INDEPENDENCIA, Pero si me atreveria a decir que sí lo es la apatía generalizada e incluso oposición a la mayor autonomía, por ejemplo, y pese a todo, no me puedes negar esa falta de autoestima sobre la que hemos estado divagando largo y tendido en este forillo.

    Lo de síndrome de estocolmo... disiento, y el mejor síntoma es la disglosia lingüística y cultural (lo castellano es de más clase... y eso piensan Y DEFIENDEN muchos GALLEGOS). También es cierto que no fue el "pueblo castellano", ni el "pueblo español" quién nos chupó la sangre... Pero querido mío, es que nunca suele ser el pueblo llano, al menos no intencionadamente, sino las fuerzas gobernantes, los "lobbys" y sus influencias y maleducaciones para con el pueblo llano.
    Obviamente, un paisano de Matalascabrillas no "planea" algo así. En cuanto a tu afirmación "Pero no hay nada que nos garantice que la cosa fuera diferente si Perteneciéramos a Portugal o Gran Bretaña. Probablemente seríamos lo mismo, Pero respecto de Lisboa"... pues si, Pero esto es aventurarse en las artes de la adivinación y poco más, eso sí, también podríamos plantear que si la história de Portugal y Galicia hubiese sido seguir unidas en una misma nación, Portugal y Galicia serían una unidad poco diferenciada, como lo era justo cuando se creó la frontera... y muy mucho habría cambiado la cosa, incluso, me atrevería a decir, sobre la capitalidad... sería más lógica la deriva de esta a Braga, incluso por puro centralismo... Pero como digo, esto son puras divagaciones sin base alguna, y no lleva a ningún lado; lo cual no invalida la situación de Galicia para con España, que mejora, y ha mejorado, y mejorará (España va dejando de ser "una grande y libre" para ser simplemente "un pueblo libre" esto es, con sus peculiaridades, bienhaceres y características donde quiera que estemos... Pero, no podemos negar, que la nación (y quien no acepte el término que lea la definición de la RAE me diga en que no lo cumplimos) gallega parte con una seria desventaja para crecer como individualidad (y no hablo de independencia), como unidad política, que no tiene porque desarrollarse dentro o fuera de España, eso depende del modelo a utilizar. Yo soy independentista, y así me defino, Pero distinto es el que yo defienda la total y absoluta división Galicia-España... eso es decimonónico... es la individualidad en la relación Galicia-España de ambas partes, bilateralidad, no subordinación (excepto en determinados campos, que ya ni España tiene individalidad...estamos en la UE...).

    La política queda fuera pues de mi reflexión, hablo de sentimientos y el abandonar ya de una PUTA (Perdón por la vulgaridad) vez el victimismo y la autocomplacencia de ser "pobres y pueblerinos" y pasar a tener ORGULLO de ser gallegos, ORGULLO de hablar galego, y ORGULLO de ser Personas (y hasta gays si lo sois como yo)... la definición de nación es algo más que un logro político, es un ogr sociocultural y de autoafirmación como individuos.

    Chao (Deus... ando hoje exaltadinho... hehehehe)

    PD. Manda caralho que os emigrantes galegos tendemos a umha terrível saudade politico-administrativa hehehehehehe Para mim que a radiactividade do radon geológico do granito galego é-che adictivo.... Explicación científica da morrinha??

  39. #39 dsotelo 27 de mar. 2006

    Dos breves apuntes:

    - sobre el artículo en sí: es curioso lo parecidos que son los lenguajes del nacionalismo portugués y del nacionalismo español.

    - a lo mejor "la apatía generalizada e incluso oposición a la mayor autonomía" sí que son indicativos de que no existe identidad nacional generalizada entre los habitantes de Galicia. Desde mi punto de vista no es tan mala cosa. Ahora faltaría ir acabando con la identidad nacional española y contruir un estado (o n estados, lo mismo es) anacionales, por analogía con los aconfesionales.

    Amerginh, eu creo que o castelán foi, sen dúvida, durante moitos anos símbolo de clase, Pero hoxe en día non vexo que sexa así. Na miña opinió é o galego o que corre o risco de se transformar, de aquí nuns anos, nunha lingua de universitarios e xente "concienciada".

  40. #40 dsotelo 27 de mar. 2006

    Ainé, afortunadamente el gallego no es una lengua tan "desprestigiada", al menos no tanto como hace unos años. Pero eso no significa que no siga Perdiendo hablantes, y no sólo en el territorio de los "urbanitas". El gallego también se está Perdiendo en algunas zonas rurales. Hace unos meses, paseando por Ribeira me encontré con unos chavales jugando al fútbol en la calle. ¿En qué hablaban?. Para mi sorpresa, en castellano. Hace unos años tuve la suerte de conocer a un grupo de familias de Palmeira; los mayores hablaban en gallego. Los más jóvenes se expresaban en castellano entre ellos.
    Por supuesto eso no pasa en la tierra de mis padres, A Limia, que sigue siendo prácticamente monolingüe, y no precisamente por "conciencia nacional" sino porque a la gente de allí le peta. Pero, claro, alli hay cada vez menos gente joven.

    De todas maneras este artículo no hablaba directamente de la situación de Galicia o del gallego, sino sobre un estado nacional, concretamente el portugués que, por lo que parece, también es una unidad de destino en lo universal.

  41. #41 Amerginh 27 de mar. 2006

    Ainé... eu de urbanita tenho pouco... crieime entre Touro, Lañas e Portomouro, depois já marchei para Huelva (nom por gusto... senóm por umha cousa chamada emigración por trabalho, que lhe petou aos meus pais para sair de pobres...

    Do que eu falo e de isso que narrou dsotelo... na aldeia do meu pai, alá Perdida no monte... onde nunca se escoitaba case a ninguém falar galego, hoje é facil encontrar nenos que nom só nom o falam, senóm que nem sabem...

    Triste nom é?

    O galego Perde falantes cada ano (uns porque morrem, alguns nom falam, outros porque nom aprendem)... e isso som estatísticas puras e duras... por nom quere-lo assí, nom cambia, haberá que facer-lhe algo mais...

    Eu (som assim de pesadinho) relaciono-o directamente coa situación disglósica do galego dende fai SÉCULOS... e isso bó nom pode ser... e também com isso do que já falamos da falta de autoestima e a escasa valoración fronte ao que vem de Castela/Espanha/Como che saia dos ovarios chamarlhe (com Perdóm) :P

    PD: Por certo, sego a vivir fora de Galiza porque no meu campo de trabalho levo-a clara se vou a Galiza... polo menos agora, num futuro... De momento (e com sorte) o ano que vem marcho para Portugal xD e pouco a pouco irei facendo curriculo para voltar cara o meu currunchinho norocidental :P

  42. #42 Amerginh 28 de mar. 2006

    Nom sei de que expresions falas... Pero bom... de Touro marchei com apenas 9 anos... o meu tio era o parroco e o meu pai travalhaba na mina :P e nom vivia alá mais que de venres a luns.

  43. #43 ainé 28 de mar. 2006

    Amerginh,....non falas o galego de Touro, só iso (tambén? ao? Pero bom?....que "tourense" di esas cousas?)

    ....na língua "tourense": tamén / ó / Pero bo é (desculpado... xa que marchache moi novo) ;)

  44. #44 Amerginh 28 de mar. 2006

    ainé... eu digo-o assi "tamén / ó / Pero bo é" mas na escrita emprego as formas portuguesas (porque som rarinho) :P hehe. O que escrivo nom tem que ser o que falo ou melhor dito... o que "pronuncio"... e senóm passa-te por Huelva e já verás o bem que falam castelam :P

    Cousas de reintegracionistas caducos :P

    Falo galego, e nom vou deijar de falar no meu dialeto particular... a normalizaçom ortográfica é outra cousa... malia que eu nom saiba muito de ortografía (estou aprendendo pola minha conta...) tempo ao tempo.

    Voume durmir... que amanha tenho muito travalho...

    Beijinhos/bicos e aPertas/abraços

  45. #45 cabañés 28 de mar. 2006

    la verdad es que me gusta mucho celtiberia, es la primera vez que voy a escribir, Pero no puedo soportar tanto odio antiespañol.¿quien ha estado durante los últimos mil años en madrid?.¿una raza pura de colonizadores que ha impuesto su ley a unas regiones Perifericas oprimidad? '¡¡¡¡ANDA YA¡¡¡ ¿TU TE METES ALGO?.Ante todo quiero dejar claro a modo de justificacion que yo soy de una de esas regiones Perifericas y que durante un 90% del dia me expreso en gallego aunque no sea mi lengua materna.(y no , no me supone ningun problema ). En madrid han estado gobernandonos siempre gentes que provenian de todas las partes de españa, las élites de cada provincia terminaban por decidir algo en la politica nacional y sus hijos ya Permanecian en la capital ,por eso yo no creo en la existencia de un poder central opresor.Ningun nacionalista va a convencerme de que castilla colonizo mi pueblo y es la culpable de su atraso.(ni un nacionalista gallego ni uno portugues).
    No siento desprecio por ningun sentimiento nacional ,ni religioso ,cultural ó de cualquier otro tipo.Estoy muy orgulloso de mis origenes y a pesar de tener una cultura y una lengua que no tienen nada que ver con la imagen que tradicionalmente se da de españa si creo que ésta existe y ha existido desde hace muchos siglos.(españa). (aunque para mi resulte una obviedad, afirmo la existencia de españa por que creo en ella, y me fastidia mucho que me llamen facha ó que de esta simple afirmacion ya se intente extraer filiacion politica).¿por que nos preocupa tanto nuestra identidad y no nos preocupa ser unos privilegiados que comen todos los dias cuando eso no es lo normal para el 80% de la poblacion de este planeta?
    pd:un saludo para elpater, tus comentarios me han parecido de lo mas acertado.
    pd:un saludo tambien para lusitanoi, amerghin y el resto de participantes, esta bien que cada cual exprese sus opiniones ,Pero no todos tenemos que tener las mismas . ¿verdad?

  46. #46 ainé 28 de mar. 2006

    Jejejeje...pois xa me dirás que ten que ver "tamén" con "tambén" (náis de náis...tambén sí que é "castelanismo de "también")...e "Pero bo é" con "Pero bom"...son expresiós distintas...non mestures a grafía cas castañas...que che sairán papas :DDD

    ....se Galiza e Portugal nom se tivessem dividido politicamente...falaríamos todos galego.. :DD (elemental...de Gallaecia-Galicia-galego. Porto sería unha cidade galega...jejeje...ainda que se cadra tamén se nos daba por poñerlle "Lisbonia"...e falaríamos todos "Lisbonio")

    E vou pá cama que estou escachando de risa :DDD ....Moi paveros sodes, ho! (Ays!!) :DDD

    Lusi...dime en que senso estás a chamarme "moça marafada" ... ;)



    Remembrando o tema.....O que é um Estado Nacional ? (boa pregunta)

  47. #47 Bandeirante 28 de mar. 2006

    Um texto de Gilberto Freyre, na escrita original de 1940

    O MUNDO QUE O PORTUGUÊS CRIOU
    Prefácio

    A materia que se segue foi apresentada pela primeira vez em conferencias lidas em 1937, uma na Universidade de Londres ( Kings’s College), três em universidades portuguesas. Da leitura da primeira, no original inglês, encarregou-se gentilmente o meu ilustre amigo, o então embaixador do Brasil na Inglaterra, sr. Regis de Oliveira. As conferencias que eu deveria ter proferido em Portugal, fez-me a fineza de lê-las por mim o meu velho amigo sr. Manuel Múrias, director do Archivo Historico Colonial de Lisboa.

    Tendo seguido para a Europa em julho 1937, em missão do presidente da Republica á qual se juntou a tarefa, que me confiou o Instituto Luso-Brasileiro de Alta Cultura, de realizar conferencias em universidades portuguesas e de investigar o problema dos documentos relativos ao Brasil existentes nos archivos de Lisboa, doença subita em pessoa de minha familia obrigou-me a antecipar o regresso ao Rio de Janeiro. Precisei assim de valer-me da gentileza do sr. Manuel Múrias para a leitura dos trabalhos escriptos especialmente para aquelle fim. As conferencias assim realizadas em Lisboa, Coimbra e Porto, e a lida em Londres pelo então embaixador do Brasil, appareceram no Rio de Janeiro em 1938, em publicação official do Ministerio da Educação e Saúde - Conferencias na Europa - que se esgotou rapidamente.

    Surgem agora em Segunda edição, com varios accrescimos, no texto e em appensos. Prestigia-as desta vez o longo e suggestivo prefacio do sr. António Sérgio, eminente ensaista que pelo sentido novo que deu aos estudos de philosophia da historia portuguesa é uma alta autoridade nos assumptos aqui esboçados.

    Surgem sob titulo novo: O mundo que o Português criou. Mundo que, como conjunto de valores essenciaes de cultura, como realidade psycho-social, continua a existir. Sobrevive á desarticulação do imPerio simplesmente politico. Resiste á pressão de outros imPerialismos meramente economicos ou politicos.

    Embora o ponto de vista do autor seja sempre o da unidade de sentimento e de cultura formada por Portugal e pelas varias areas de colonização portuguesa na America, na Africa, na Asia, nas ilhas, os elementos principalmente visados são estes: Portugal, criador de tantos povos, hoje essencialmente portugueses em seus estilos de vida mais caracteristicos, e o Brasil, país onde esse processo de alongamento de uma cultura antiga numa nova, em mais vasta que a materna, attingiu sua maior intensidade.

    Dá-se relevo á acção de Portugal no Brasil e procura-se esboçar a sua actividade nas demais areas de colonização ou de influencia lusitana, sem se deixar de salientar que a formação portuguesa do nosso país se fez, não dentro de uma rigida exclusividade de raça ou mesmo de cultura, mas por meio de constante interpenetração de valores culturaes diversos e de abundante miscegenação.

    Justamente isso - pluralidade de cultura e miscegenação á grande - é que dá riqueza, força e capacidade de expansão não só ao todo nacional luso-brasileiro, como ao conjunto de culturas nacionaes ou regionaes marcadas pela de Portugal e de que o Brasil é hoje a expressão mais destacada.

    A expressão mais destacada e a força mais contagiosa e mais prestigiosa. E esse poder de irradiação da cultura luso-brasileira parece que tende a crescer; e não a contrahir-se, como proclama muito seguro de si certo pessimismo apressado.

    Pascal escreveu que existem três fontes de fé: a razão, a inspiração e o costume. E é delle o celebre conselho aos indecisos e aos scepticos: agirem como se fossem crentes para acabarem crentes. Tomarem agua benta. Ouvirem missa. Fazerem o signal da Cruz. Ajoelharem-se deante do Santissimo. Repetirem - como os indios aos christãos, no decorrer da Primeira Missa que se disse no Brasil - os gestos dos devotos. E o acto, o gesto, a pratica, a liturgia, o rito, a conformidade com as manifestações exteriores da fé - creio que estou sendo exacto na interpretação da idéa essencial do pensador francês, embora a esteja ornando de uns pittorescos um tanto ousados - aos poucos mas com segurança conduziriam o incredulo á religião e ao seio da Igreja. Naturalmente o incredulo que não pudesse chegar á fé pela pura força da inspiração ou da razão.

    No extremo Sul do Brasil, onde acabo de estar em viagem de contacto rapido com a gente e a paisagem daquella região neo-brasileira, impressionaram-me certas evidencias de abrasileiramento, do alemão e de outros colonos, pelo gesto, pelo rythmo do andar, pela pratica de actos tradicionalmente brasileiros. E sob a impressão de taes evidencias surprehendi-me um dia dando idéa de Pascal uma extensão sociologica. O processo da nacionalização seria o processo de conversão em ponto menor: menor pelos limites de espaço e de tempo.

    Afinal o individuo torna-se brasileiro pela mesma forma ou pelo mesmo processo por que se torna catholico. Segundo Pascal: pela razão, pela inspiração ou pelo costume.

    Creio que se pode affirmar com inteira segurança ser muito pequeno o numero dos que se filiam á Igreja pela pura força da razão ou da inspiração. Muito maior é o numero dos que acabam crentes pela pratica, pelo gesto, pelo costume. Por conseguinte: um tanto sob a pressão do social sobre o individual da theoria de mestre Durkheim.

    Do mesmo modo, no plano da nacionalização: grande numero de individuos se nacionalizam principalmente pelo costume ou pela pratica. Pela pressão do social sobre o individual.

    Admittamos que são bem raros - com relação á Igrejas - os Newman, os Psichari, os Chesterton. Bem raros - com relação a uma patria nova - os von Koseritz, os von Loon, os Karl Schurz. Individuos que se convertem, que mudam de philosophia, de patria e até de "raça", que adoptam estilos novos de vida, menos pela pressão das circunstancias sobre elles, que pelo desejo claro, pela vontade exacta, pela razão lucida, pela luz interior que os conduz a novos espaços, novas actividades, novos mundos, novas attitudes, novas dimensões. São Personalidades soberanas. Excepcionaes.

    Viajando no Paraná, em Santa Catharina, no Rio Grande do Sul, surprehendi mais de uma vez europeus e filhos de europeus em puro flagrante de abrasileiramento. Mas europeus que, estou certo, não vieram para o Brasil, com seus filhos, tendo racionalizado antes os motivos de sua mudança radical de vida. Que não pensaram nunca em converter-se ao Brasil. Que estão na primeira ou na Segunda phase dessa conversão quasi inconscientes do que se passa com elles, cedendo quasi sem o querer á pressão de um ambiente novo, á ecologia de um espaço novo. Espaço physico e principalmente social.

    Esse abrasileiramento é que, segundo me parece, se faz quasi sempre pela pressão do acto sobre o espirito. O alemão ou o italiano começa a se nacionalizar ou abrasileirar pela pratica de uma serie de pequenos actos brasileiros, tradicionalmente brasileiro; e essa liturgia, esse ritual, essas exterioridades acabam por ter uma força de Persuasão que vae até ás raizes, até ao espirito, até á alma do immigrante.

    Mais de uma vez, no Rio Grande do Sul, vi homens louros vestidos á gaúcha e tomando quietamente seu chimarrão. Alemães, italianos, poloneses, de ponche, de botas e sugando seu mate á maneira tradicional dos brasileiros do Sul: alguns já com o vagar voluptuoso e até o ar mystico, o ar oriental, o ar levantino que certos gaúchos assumem durante a celebração desse acto. No Rio Grande e em Santa Chatarina, vi outros homens louros comendo com os mesmos gestos nortistas, segundo o mesmo ritual bahiano, a mesma liturgia mineira, entre goles de aguardente e salpicos de molho de pimenta, a velha, a brasileirissima feijoada. Vi a chinela - mas a chinela bahiana - na ponta dos pés de mulheres de cabello ruivo, olhos claros, physionomia nordica. Vi o tamanco usado por oPerarios de fabricas que não eram descendentes de açorianos, mas rapazes alourados, adolescentes sardentos e de nariz arrebitado, filhos e netos de alemães. Vi o palito de dentes, o luso-brasileirissimo palito de dentes, na boca de muito descendente de italiano, de polonês, de europeu do Norte. Vi a goiabada saboreada por grande numero delles: goiabada com queijo, á moda da gente brasileira mais orthodoxa em questões de sobremesa.

    Cada vez que surprehendi um filho de colono praticando um acto desses - um desses actos na apparencia sem importancia, mas na verdade ricos de significados sociologicos - lembrei-me de Pascal. E mentalmente, durante grande parte da viagem pelos Estados do Sul, fui dando extensão sociologica á idéa do pensador francês.

    Lembro-me de que ao entrar em Blumenau, meu companheiro de viagem, que era o José Lins do Rego, me observou que aquillo lhe parecia inteiramente alemão: o typo das casas e o ar das pessoas. E a primeira impressão que se tem de Blumenau, ainda mais do que de Joinville ou de Santa Cruz, é esta: uma cidade alemã.

    Mas quem se fixar no rythmo do andar das pessoas não hesitará em se sentir no Brasil. O andar da gente de Blumenau não é mais alemão: já é brasileiro. O andar, o gesto, o rythmo. Sente-se o Brasil adoçando nos descendentes de homens do Norte o que seus paes, seus avós, de hirto.

    Fora a gente trabalhada por agentes politicos ou culturaes (empenhados, até há pouco ostensivamente, agora por processos subtis, em dissolver ou desprestigiar as tradições luso-brasileiras do Sul do Brasil), quasi todo homem de Blumenau ou de Santa Cruz, de Joinville ou de São Leopoldo, se já não é um meio-convertido ao que há de essencial no brasileirismo, pela pratica, senão de muitos, de alguns pequenos actos tradicionalmente brasileiros, é, mesmo contra sua vontade individual ou sua mystica politica, um individuo a caminho dessa conversão. Não tardará a ouvir vozes irresistiveis do fundo não só das matas e das aguas como das tradições brasileiras: " Fritz, Fritz, por que me Persegues?" E o semialemão se tornará brasileiro e até enthusiasta do Brasil. O alemão se integrará na tradição luso-brasileira, sem deixar, é claro, de trazer para essa tradição alguma coisa de novo e dos seus antepassados. O italiano tambem. E o polonês, o hungaro, o judeu, o japonês, o austriaco, o russo ukraniano, o espanhol, o syrio. Somos o começo de uma vasta cultura plural.

    Ao voltar, no mês passado, daquella viagem aos Estados do extremo Sul, um jornalista me Perguntou, em Santos, que impressão eu trazia das chamadas "populações coloniaes" do Paraná, de Santa Catharina, do Rio Grande do Sul. Respondi-lhe que, ao meu ver, deviamos separar muito bem separadas essas populações - os grupos de boa gente de origem européa desejosa de se fixar entre nós - dos agentes politicos, ou, antes, "culturaes", que procuram explorá-la, desenvolvendo uma actividade contra a "cultura luso-brasileira" que é, afinal, uma actividade contra nós: contra o Brasil. Porque seria ridiculo pretender que o Brasil exista independente de sua formação portuguesa; ou que seja um país onde outra cultura - outra lingua inclusive - possa installar-se com os mesmos direitos da de Portugal quando colonizou certa parte da America e firmou nos tropicos uma civilização com elementos predominantemente europeus e christãos.

    O jornalismo desejou saber que sentido eu dava a essa expressão cultura, em que tanto insistia; ao adjectivo cultural, que empregava tanto. Respondi-lhe que evidentemente não era sentido literario. E procurei esclarecer: " Essa expressão cultura já saiu da esphera anthropologica ou sociologica - o sentido em que a emprego ordinariamente é o anthropologico ou sociologico - para adquirir um sentido politico que de modo nenhum devemos desprezar na nossa qualidade de povo jovem espalhado por um territorio vasto e muito visado por systemas politicos europeus nos seus sonhos de penetrações culturaes que façam as vezes das muito mais difficeis expansões territoriaes." Foi quando o jornalista de São Paulo me fez a Pergunta: " Acha então que nos devemos fechar na nossa cultura tradicional luso-brasileira?" Procurando repondê-la, é que toquei no ponto, que considero de importancia capital para o Brasil, das relações da cultura luso-brasileira - que para nós é mais do que tradicional: essencial - com as culturas mais novas representadas por grupos numerosos de immigrantes: a alemã, a italiana, a polonesa, a hungara, a austriaca, a japonesa, a israelita.

    Não me parece que o Brasil deva fechar-se na sua cultura tradicional luso-brasileira. Defendê-la, sim, pois ella é nossa principal condição de vida e de nação. Mas defendê-la desenvolvendo-a. Nas páginas que se seguem - paginas em que o ponto de vista não é só o scientificamente sociologico, mas, ás vezes, o normativo e politico - procuro mostrar como é possivel defender e desenvolver aquella cultura por meio de uma solidariedade maior do Brasil com Portugal e com as colonias portuguesas.

    Ao suggerir a defesa da cultura luso-brasileira como essencial ao nosso desenvolvimento autonomo em face de qualquer imPerialismo de cultura - o imPerialismo economico seria, por inclusão, um imPerialismo de cultura - que possa nos ameaçar em futuro proximo (seja esse imPerialismo europeu, asiatico, ou americano), não é nenhum nacionalismo estreito ou jacobinismo ranzinza que advogo. Nenhum jacobinismo ouriçado contra tudo que for influencia ou acção cultural, que venha dar á nossa vida e á nossa paisagem côres diversas das tradicionaes, das luso-brasileiras.

    Ao contrario: creio que a nossa tradição pode enriquecer-se, e muito, no contacto com as culturas trazidas pelos immigrantes alemães, italianos, poloneses, espanhóes, hungaros, japoneses, judeus. Pode e - passando francamente do plano sociologico para o politico e normativo - deve. Creio que varios usos, elementos de culinaria, de decoração, de architectura, de musica, de literatura, de esporte, de technica de trabalho, não só de origem italiana como de procedencia alemã, polonesa, espanhola, hungara, austriaca, israelita e até japonesa, podem e devem ser lentamente incorporados ao todo cultural brasileiro.

    Essa incorporação será de vantagem consideravel para nós. Será um enriquecimento para a nossa cultura, para a nossa vida, para a nossa paisagem. De modo nenhum me parece que idiomas com o rico conteúdo cultural do alemão ou do italiano devam ser desprezados ou combatidos com inimigos pela gente brasileira. Ao contrario: devem ser acceitos como estimulos ao nosso progresso cultural. Mas nunca, é claro, ao ponto de qualquer dos dois - o idioma alemão ou o italiano - tomar, em qualquer região, o lugar da lingua tradicional, essencial, nacional, que é a portuguesa. Esta que se enriqueça de germanismos e de italianismos com já se enriqueceu de indianismos, de africanismos, gallicismos, mas continuando, na sua estructura e nas suas condições de desenvolvimento, a lingua portuguesa e a lingua de todo o Brasil. A lingua, tambem, desse conjunto transnacional de calores de cultura que é o mundo de formação lusitana.

    Esse primado da cultura de origem principalmente portuguesa no Brasil : o primado da lingua - a lingua portuguesa enriquecida, como aliás aquelle bloco, inteiro de cultura, pelo que já assimilou do indigena, do africano, do hollandês, do espanhol, do francês - não deve nunca significar exclusividade. Aliás está dentro da tradição portuguesa no Brasil como no Oriente e na propria Africa a tendencia para assimilar elementos estranhos. E assimlá-los sem violencia, dada a opportunidade que sempre, ou quasi sempre, lhes tem dado, de se exprimirem, de modo que a assimilação se faz docente e por interpenetração. A assimilação ou a contemporização.

    Do ponto de vista do ajustamento social entre grupos de culturas diversas, nenhuma orientação pode ser mais sabia. Impor a um grupo - seja uma sociedade africana sob o dominio politico ou economico de um pequeno numero de europeus, ou uma minoria alemã, italiana ou seja qual for a sua origem, estabelecida num país americano -- a cultura (inclusive a lingua) do grupo dominante, com exclusão ou sacrificio absoluto da cultura (inclusive a lingua) daquella maioria technicamente inferior ou dessa minoria às vezes technica e até intellectualmente suPerior, de immigrantes, ou de filhos de immigrantres, é que é erro, e erro enorme. Os estudos sociologicos e de anthropologia que se teem feito sobre o assumpto na Africa, na America, na Oceania, nas ilhas do Pacifico, indicam que na conservação, o mais possivel, de elementos da cultura tradicional - inclusive a lingua - por sociedades do typo das africanas ou das de immigrantes de origem européa, asiatica ou africana, quando estabelecidas em países novos da America, está uma garantia contra a desintegração a que ellas tendem, quando forçadas a abandonar rapidamente estilos tradicionaes de cultura. Esse abandono, para ser social e psychologicamente saudavel, tem de ser lento.

    Aliás, ás sociedades como a nossa convem que tal abandono nunca seja completo. Convem que os brasileiros filhos e netos de italianos, de alemães, de espanhóes, de poloneses, de hungaros, de austriacos, de japoneses, de syrios, de russos ukranianos, de judeus, do mesmo modo que os descendentes de indigenas e de africanos, nunca Percam de todo os elementos de suas culturas maternas ou paternas. A pluralidade de cultura - dentro, é claro, do primado da cultura de origem predominantemente portuguesa e christã, a cuja sombra nossa sociedade se formou e se integrou - será esplendidamente favoravel ao desenvolvimento da cultura brasileira: ao seu desabrochar numa das expressões mais altas, mais vigorosas e mais cheias de significados humanos da vasta cultura nova que, por processos diversos, se elabora no continente americano.

    O presidente Getulio Vargas mostrou recentemente comprehender a necessidade de defesa daquelle tronco, não tanto racial, quanto cultural, da nossa sociedade e da propria organização politica do Brasil : o tronco português. O velho elemento lusitano, cuja importancia cedo se tornou clara para mim, não através de enthusiasmo literario ou de preoccupação politica mas em consequencia do estudo: o estudo da nossa formação social libertado de preconceito antiportuguês que por tanto tempo dominou a muitos dos estudiosos brasileiros de assumptos de colonização e de historia nacional.

    Ao receber, há cerca de um anno, os membros do Conselho de Immigração e Colonização, o presidente Vargas soube salientar o direito que toca ao Brasil de escolher as correntes immigratorias que mais nos convêm. E tambem o dever de seguirmos, nessa escolha, o criterio historico.

    O criterio historico é o da formação luso-brasileira. O que for hostil a essa formação é contrario aos interesses essenciaes do Brasil.

    Não que isso signifique - destaque-se ainda uma vez - um Brasil preso á singularidade da cultura lusitana e com funcção de adjectivo em relação a ella. De modo nenhum. Nessa cultura já principia a affirmar-se - e pelos seus começos pode-se adivinhar seu desenvolvimento -substantiva e plural. Mas sua estructura é a tradição portuguêsa e christã. Por sua vez o Brasil é hoje a parte mais viva e mais destacada do mundo que o português criou com elementos principalmente europeus e christãos, mas através de vasta miscegenação e de larga interpenetração de culturas. Inclusive a interpenetração de linguas e de religiões.

    Rio de Janeiro, março de 1940.

    Fonte: FREYRE, Gilberto. O Mundo que o português criou: aspectos das relações sociaes e de cultura do Brasil com Portugal e as colônias portuguesas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940. 164p. (Documentos Brasileiros, 28).

  48. #48 Amerginh 28 de mar. 2006

    cabañés, en primer lugar bienvenido :)

    En segundo lugar... yo no odio Madrid, hasta me gusta. Odio a una parte del estado español que es incapaz de asumir las direrencias socioculturales de parte de los que estamos bajo su bandera. y ante eso, mientras no cambie, "prefiero irme". No mezclemos gambas con cucarachas... por supuesto, ojalá todos fuesen como la mayoría de los que estais por aquí, aunque no pensemos lo mismo, nos respetamos, cosa que no siempre ocurre... y de ser así, lo mismo hasta me hago nacionalista español xDDD

    ayné... hombre, seguramente hablaríamos más gallego que mozárabe... Pero de ahí a que no nos hubiese influido que la mitad del territorio estubiese habitado por hablantes de mozárabe... "no zé yo"

    elpater la autoafirmación del "yo" como diferencia del "tú" está más que estudiada... muchas cosas se definen por exclusión de lo que no son. Pero vamos, que en este caso hablamos de una peculiaridad del ser portugués (y que se da otras uchas veces en otros casos), no de una norma para definirse como nación.

    PD: aquí nadie dice muchas letras de las palabras y no por eso no se escriben (incluso en gallego muchos no pronunciamos las "c" en palabras con -ct-, ni usamos bien a veces estructuras verbales en castellano -por ser propias del gallego- Pero si las escribimos bien), de lo contrario estaríamos teniendo faltas de ortografía (vamos... que no me bajo de mi burro :P)

  49. #49 dsotelo 28 de mar. 2006

    ¿Por qué tiene que existir un estado nacional español (o portugués, o francés, o vasco, o catalán? ¿Por qué hay tabtas Personas (afortunadamente menos en estos foros) que consideran que la adscripción a una unidad política, con fines exclusivamente político-económicos como es un Estado debe collevar, inevitablemente, la identificación Personal con una lengua, una cultura, unas tradiciones? ¿Por qué, si me Permitís la tontería, tiene que caerme mejor Dani Pedrosa que Valentino Rossi? ¿Porque Dani Pedrosa y yo tenemos pasaporte del mismo país?

  50. #50 Brigantinus 28 de mar. 2006

    Sólo una puntualización:
    El sentimiento de ser parte de una nación es eso, un sentimiento.

    Hablamos de ideología, de filosofía... No se puede mostrar "matemáticamente" lo que es una nación. Por lo tanto, podemos volcar aquí todo tipo de definiciones y de ideas, Pero ninguna va a ser verdaderamente objetiva. Unos dirán que España es una nación; otros, que lo es el País Vasco o Cataluña. Y todos tendrán razón. O no la tendrán. Porque -que quede meridianamente claro- nos movemos en terrenos de pura y dura subjetividad.

  51. Hay 54 comentarios.
    1 2 página siguiente

Si te registras como usuario, podrás añadir comentarios a este artículo.

Volver arriba