Autor: Bandeirante
sábado, 18 de marzo de 2006
Sección: Artículos generales
Información publicada por: Bandeirante


Mostrado 38.407 veces.


Ir a los comentarios

O que é um Estado Nacional ?

Como definir um Estado Nacional ?

O que é um Estado Nacional ?

A vitória das populações cristãs na guerra contra o islamismo na Península Ibérica apresentou um fundamental diferencial de qualidade organizacional. A cristandade ibérica inventou e produziu o fenômeno do Estado Nacional como a sua grande reserva e vantagem estratégico-institucional. No processo de formação e construção do Estado Nacional destaca-se a precocidade da organização, belicosidade e agressividade do Estado Nacional de Portugal.

Portugal pode ser considerado o primeiro Estado Nacional Europeu, o seu primeiro Estado "Moderno".

Um Estado Nacional apresentava os seguintes elementos:

- Um centro de poder bem definido e uma hierarquia de poder centralizada e organizada. Um Rei e uma Dinastia Nacional na forma de uma única linhagem genealógica contínua.
- Forças armadas e recursos militares eficientes para a defesa e ataque complementados com a criação de uma armada, uma força naval habilitada para a logística da guerra e dos descobrimentos mundiais. Milícias nacionais e recrutamento endogâmico sem necessidade de mercenários extra-nacionais.
- Pessoal de Estado e uma "burocracia" organizada. Um Direito Nacional. As Ordenações do Reino de Portugal, um dos principais conjuntos jurídico-estatais de todo o ocidente. A renovação e reinvenção do direito romano e a criação de uma nova estrutura administrativo-estatal com concelhos, municípios, regras e representatividades político-territoriais próprias. Estabelecem-se tributos e estruturas de fiscalidade em bases não apenas impostas, mas também consensuadas em certos limites e grupos, dentro de conflitos e contradições inerentes à esfera do social que se quer fazer também em nacional.
- Língua nacional. Uma língua étnica própria que se converte em língua de Estado e língua de um Império Mundial. Cria-se uma Universidade em língua nacional, uma literatura padronizada e assim se reforça a cultura nacional e os valores nacionais com uma elite dirigente e administrativa. Não há maior força do que a de um povo bem disposto e bem armado no espiritual e no temporal, decidido a manter e preservar a sua própria identidade.
- A invenção de uma nova dimensão étnica própria. Um povo com uma mesma cultura, com os mesmos valores e com um senso de identificação próprio apto a elaborar a produção de um imaginário nacional e o compartilhar de novas experiências coletivas históricas.
- Centros religiosos próprios e uma ideologia religiosa com nuances específicas e redes religiosas nacionalizadoras.
- Território bem definido e estabelecido em tratados diplomáticos e pactos definidos externamente.
- Um projeto mobilizador nacional. Um sonho nacional.

Por que Portugal foi o primeiro Estado Nacional ibérico e europeu ?

Portugal surgiu a partir de uma base relativamente consistente, homogênea, densa e contínua no espaço e no tempo. O antigo Convento Bracarense, do Minho ao Douro e com a oportunidade de uma fronteira disputável ao sul na área de Coimbra.
A existência da fronteira militar é condição fundamental para o forjar-se de Portugal.
O Estado de Portugal nasceu como uma necessidade entre as ondas almorávidas e almoádas, fatores catalizadores da existência de Portugal como Estado Nacional armado, estruturado e ungido com e pelas principais ordens militares religiosas da cristandade.
Portugal nunca teve fronteiras estabelecidas com populações islâmicas. A única relação era a guerra. Portugal não estabelecia tratados ou entabulava intercâmbios com entidades islâmicas e nem poderia coexistir com uma fronteira islâmica. Portugal era a veradeira sociedade voltada para a guerra e para a expansão, por excelência e por Razão de Estado. Seria inimaginável e impensável a coexistência de Portugal com uma entidade islâmica na sua fronteira. Algo como uma Granada Islâmica contígua a Portugal jamais existiria. Inclusive foi Portugal que leva e conduz a guerra para o outro lado do estreito, para a África do Norte, enfraquecendo os mouros e como sempre pagando o maior preço na guerra em uma África do Norte portuguesa a drenar recursos mouros e permitir o isolamento e a queda de Granada do outro lado do estreito. Portugal também jamais admitiria uma população ou pequenos grupos mouros residuais no seu tecido social. Portugal como Estado Nacional nunca seria uma Bósnia-Herzegovina.
Como decorrência dos seus valores e estruturas intrínsecos, Portugal montou uma última grande cruzada em África com o Rei Dom Sebastião em Alcácer Quibir, política inimaginável para um outro reino ibérico em termos de sua impetuosidade e ousadia arriscada. Os descobrimentos, a conquista e colonização do Brasil também foram outra decorrência do lançar-se português. O que é o potencial do Brasil em comparação com o estéril e árido Marrocos ? Descansai em paz os fantasmas de Alcacer Quibir porque a língua portuguesa se expandiria em terras muito mais distantes e muito mais férteis, justamente criadas por homens com a mesma fibra dos que lutaram e morreram na África do Norte.

Portugal apresenta ao longo dos séculos uma materialidade demográfica relativamente homogênea. Portugal surgiu dentro do espaço que fora o centro original dos gallaici na desembocadura do Douro, adjacente ao que seria o núcleo duro do Reino Suevo em Braga e revitalizado depois com a existência da fronteira militar contra o islã. Portugal é antes de tudo uma idéia, uma paideia política e uma férrea vontade política e militar alicerçada inicialmente no formigueiro humano do Entre-Douro-e Minho. Portugal é um estado de espírito que não existiu em outras regiões ibéricas. Um Estado Nacional é ao mesmo tempo ontologia e praxis, tradição e invenção. O que é autêntico é e existe em si, independentemente se foi positivo ou negativo. Uma das melhores sínteses de Portugal está em Fernando Pessoa...

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

http://nautilus.fis.uc.pt/personal/marques/old/pessoa/mensagem.html

Cumprimentos d"O Bandeirante Tupi
O Filho só pode existir se o Pai assim O conseguiu...

Relacionado con:


No hay imágenes relacionadas.

Comentarios

Tijera Pulsa este icono si opinas que la información está fuera de lugar, no tiene rigor o es de nulo interés.
Tu único clic no la borarrá, pero contribuirá a que la sabiduría del grupo pueda funcionar correctamente.


  1. #1 Amerginh 20 de mar. 2006

    Eu tenho umha visom muito particular da história, e sobretudo da relaçom Portugal-Espanha/Castilla. Sem dúvida É verdadeiro o desprezo que muitos espanhóis tiveram (e têm) para o português, mas, queridos vizinhos lusos, isso lhes passa aos "Espanhóis centrais" com quase todos os espanhóis/nacionalidades/nações periféricas... e igual que os sucessores de Felipe II foram um desastre para Portugal, foram-no para Espanha. Quanto ao que é uma nação... pese a quem lhe pese, fico com a definiçom número 1, 2 e 3 da RAL:

    Nación.
    (Del lat. natĭo, -ōnis).
    1. F. Conjunto de los habitantes de un país regido por el mismo gobierno.
    2. F. Territorio de ese país.
    3. F. Conjunto de personas de un mismo origen y que generalmente hablan un mismo idioma y tienen una tradición común.
    4. F. coloq. p. us. nacimiento (ǁ acción y efecto de nacer). Ciego de nación.
    5. m. Arg. p. us. Hombre natural de una nación, contrapuesto al natural de otra.
    de ~.
    1. loc. adj. U. para dar a entender el origen de alguien, o de dónde es natural.

    Outra cousa é o que é um ESTADO... isso deixo-lho aos Politólogos... Pero como dixo umha vez Zapatero: Estado somos todos, incluso las Comunidades Autónomas y sus gobiernos...

    Segundo a RAL, um estado é (botade-lhe conta ás definiçoes 4, 5 e 6):

    Estado.
    (Del lat. status).
    1. m. Situación en que se encuentra alguien o algo, y en especial cada uno de sus sucesivos modos de ser o estar.
    2. m. Cada uno de los estamentos en que se dividía el cuerpo social; como el eclesiástico, el de nobles, el de plebeyos, etc.
    3. m. Clase o condición a la cual está sujeta la vida de cada uno.
    4. m. estado civil.
    5. m. Conjunto de los órganos de gobierno de un país soberano.
    6. m. En el régimen federal, porción de territorio cuyos habitantes se rigen por leyes propias, aunque estén sometidos en ciertos asuntos a las decisiones de un gobierno común.
    7. m. Resumen por partidas generales que resulta de las relaciones hechas al por menor, y que ordinariamente se figura en una hoja de papel. Estado de las rentas del vecindario, del ejército
    8. m. Ministerio de Estado.
    9. m. Medida longitudinal tomada de la estatura regular del hombre, que se usaba para apreciar alturas o profundidades, y solía calcularse en siete pies.
    10. m. Medida de superficie que tenía 49 pies cuadrados.
    11. m. Manutención que acostumbraba dar el rey en ciertos lugares y ocasiones a su comitiva.
    12. m. Sitio en que se la servía.
    13. m. Esgr. Disposición y figura en que queda el cuerpo después de haber herido, reparado o desviado la espada del contrario.
    14. m. Fís. Cada uno de los grados o modos de agregación de las moléculas de un cuerpo. Estado sólido, líquido, gaseoso
    15. m. desus. Casa de comidas algo menos plebeya que el bodegón.
    16. m. ant. Séquito, corte, acompañamiento.

  2. #2 Amerginh 25 de mar. 2006

    Por desgracia para muchos, si bien no con tanta claridad y menos radicalmente... concuerdo con Lusitanoi:

    1. Castilla se ha definido a si misma por la arrogancia y la soberbia
    2. El desprecio a lo "otro" es caro en la relación España-Portugal (pese a que portugal ha sido varios siglos, una mayor potencia que España, que sólo supo mirarse al ombligo).
    3. Los nacionalismos "periféricos" españoles son fruto del desprecio que estas regiones/naciones sufrieron por parte de la "una grande y libre"... que muchos dicen ya no existe... pero pervive en el pensamiento politico de la derecha española y gran parte de la izquierda.
    4. Siempre nos quedará Portugal

    Cada cual que se aplique el cuento a su gusto:

    soberbia.
    (Del lat. superbĭa).
    1. F. Altivez y apetito desordenado de ser preferido a otros.
    2. F. Satisfacción y envanecimiento por la contemplación de las propias prendas con menosprecio de los demás.
    3. F. Especialmente hablando de los edificios, exceso en la magnificencia, suntuosidad o pompa.
    4. F. Cólera e ira expresadas con acciones descompuestas o palabras altivas e injuriosas.
    5. F. ant. Palabra o acción injuriosa.

    arrogante.
    (Del ant. part. act. de arrogar; lat. arrŏgans, -antis).
    1. adj. Altanero, soberbio.
    2. adj. Valiente, alentado, brioso.
    3. adj. Gallardo, airoso.

    "Hay hombres tan arrogantes que no saben alabar a un gran hombre a quien admiran, sin representarlo como un eslabón o un sendero que conduce a ellos mismos".

    Nietzche

    Galicia, ti non tes patria,
    ti vives no mundo soia,
    i a prole fecunda túa
    se espalla en errantes hordas,
    mentras triste e solitaria
    tendida na verde alfombra,
    o mar esperanzas pides
    de Dios a esperanza imploras.
    Por eso aunque en son de festa
    alegre a gaitiña se oia,
    eu podo decirche:
    non canta, que chora

  3. Hay 2 comentarios.
    1

Si te registras como usuario, podrás añadir comentarios a este artículo.

Volver arriba