Autor: Bandeirante Tupi
sábado, 10 de diciembre de 2005
Sección: Artículos generales
Información publicada por: Bandeirante


Mostrado 29.722 veces.


Ir a los comentarios

Gallaecia Meridionalis + Lusitania Septentrionalis

Portugal foi a síntese entre o Condado de Portucale e o Condado de Coimbra, logo a síntese original entre a Galiza Meridional e a Lusitania Setentrional

Em primeiro lugar existiu o núcleo forte demográfico do Entre-Douro-e-Minho, tecnicamente parte da antiga Gallaecia e que teve a sua capital sueva em Braga. Esta região foi invadida, mas nunca foi ocupada ou dominada inteiramente pelos árabes e seguramente houve uma continuidade demográfica, religiosa, política e principalmente lingüística desde a Idade Média. Se alguns nacionalistas galegos insistem em colocar a equivocadíssima posição de que a língua portuguesa resume-se a um simples prolongamento da língua galega, o Entre-Douro-e-Minho foi a Galiza Meridional, a Galiza que deu certo politicamente e formou o seu próprio Estado e jamais se submeteu à dominação política e linguística castelhana (para alguns nacionalistas galegos o Brasil falaria galego imaginariamente ! http://www.udc.es/dep/lx/cac/sopirrait/sr044.htm ). A atual língua portuguesa é a língua desta região, a língua do Entre Douro e Minho, evoluída socialmente ao longo dos últimos 800 anos de Portugal. A viabilidade de Portugal efetivou-se pela junção e síntese política entre o Condado de Portucale e o Condado de Coimbra http://www.celtiberia.net/articulo.asp?id=1379, no qual a existência de uma fronteira de conquista ao sul determinou a existência política de Portugal e a separação do resto da Galiza ao norte. Deve haver grande continuidade genealógica das populações cristãs do Entre Douro-Minho, que continua a sua língua, o antigo galaico-português no atual português, de modo que a língua da reconquista portuguesa foi este dialeto romance daí gerado e nascido. O Estado de Portugal foi a síntese inicial entre o que seria a Gallaecia Meridionalis e a Lusitania Septentrionalis.

A pior ofensiva moura aconteceu pouco antes da virada do ano 1000. Al-Mansur saqueou e incendiou as principais localidades cristãs. Até mesmo o Santuário de Santiago de Compostela foi saqueado em 997. Esta foi a mais destrutiva ofensiva moura, a mais destrutiva ofensiva moura desde a conquista inicial de Tarik, quando cruzou o estreito em 711.

A primeira fronteira ibérica mais consistente entre os cristãos e os mouros somente pode ser estabelecida por volta das primeiras décadas do século XI, por volta de 1040. No ocidente da península a fronteira basicamente seguia a linha do Entre Douro e Minho.
http://libro.uca.edu/socwar/map1.jpg

O Norte da Galiza e a Galiza Meridional formariam um segmento de homens livres, proprietários e que forneceriam a base de recursos humanos para a reconquista.
Lendo alguns dos excelentes textos sobre a história ibérica (http://libro.uca.edu/title.htm) é possível reconhecer alguns padrões sociais, culturais e políticos na nossa história remota.
"For many years it was believed that Galician rural society below the élite levels consisted entirely of such criatio-people. Recent research has established that there existed an intermediate and very sizeable class of free property-owners -- allodialists they would be called elsewhere -- who unlike [15] the criatio-men acknowledged no lord below the king.(39) This rural middle class was densely distributed over the whole face of Galicia. The evidence for its existence is furnished by innumerable charters recording sales and donations of land which survive in the cartularies of monastic houses such as Celanova and Sobrado. These alienations were invariably made without the sanction of any lord". http://libro.uca.edu/sjc/sjc.htm

A presença deste segmento de proprietários livres é a base da existência de uma forma de identificação e gestão territorial abaixo das freguesias - o "lugar". Freguesias são compostas por "lugares". Seria interessante a análise diferenciada entre a aldeia, termo árabe e o lugar, termo romance, refletindo as morfologias físico-territoriais entre o norte e o sul.

"In Galicia the word most commonly used to describe a unit of settlement is logar (This is the rendering in Gallego. The Castilian term is lugar. The words are of course derived from Latin locus.) The logar is a smallish village, it might today have a population of anything between fifty and three hundred people. The homesteads are normally scattered, there is not the tight bunching together that one finds in the typical pueblo. Each of them is surrounded by a complex of little yards, middens, orchards, vineyards and diminutive fields. Haphazardly strung out along a stream or road, on either side of a valley or near a suitable anchorage for fishing boats, the settlement may be distributed over a surprisingly large area. The logar does not have a centre, a focal point-again in contrast to the pueblo, which invariably has a central plaza, or square. It is characteristic that the road leading to such a settlement, which the visitor might expect to form a principal artery, dissolves within the logar into a confusing network of narrow lanes, with sharp twists and turns, unexpected dead-ends, and a disconcerting way of suddenly turning into a farmyard or of simply petering out on the edge of woodland or marsh: a maze where only the livestock appear to know their way about. All the evidence at our disposal suggests that the morphology of the Galician logar was much the same a millennium ago as it is today. That evidence is furnished by hundreds of charters recording donations, sales and leases of tiny parcels of land. The terms in which and the detail with which the bounds are described in these documents instantly call to mind the layout of the modern Galician logar"
http://libro.uca.edu/sjc/sjc.htm

Quem é que criou as bases remotas da língua galaico-portuguesa, que evoluiu para o português moderno ? O fato é que somente um "povo" cria uma língua como realidade social, somente um grupo étnico cria uma língua étnica e que se converte em língua nacional com a criação de um Estado Nacional. Isto implica um substrato demográfico denso e consistente o suficiente para estabelecer fronteiras, tal como a fronteira das primeiras décadas do século XI. A estrutura política estatal reforçaria e garantiria a língua portuguesa como uma das maiores línguas mundiais ao longo dos séculos. Mas houve um substrato demográfico anterior à criação de Portugal. O Estado ampliou a língua, mas somente grupos superiores nunca poderiam criar línguas, fato que pertece a uma demografia popular. A própria varonia real portuguesa é uma família de origem estrangeira no século X, quando um importante segmento local já falava o arcaico galaico-português. As bases de recrutamento e colonização para a guerra de reconquista, para a expansão ao sul e para a formação de Portugal estiveram fundamentadas em uma massa demográfica galaico-portuguesa previamente existente e disponível para as tarefas militares e de ocupação dos territórios ao sul. Qual teria sido a proporção desta gente na formação da população ao sul do Douro, ao sul do Mondego, do Tejo e no Algarve é um fato difícil de ser medido. Qual teria sido a proporção de população moçárabe e moura mantida após a conquista portuguesa no território ao sul do Douro ?
Encontrei o que eu procurava. Uma estimativa sobre o número de 650 freguesias no Minho em meados século XI, por volta da fronteira de 1040-1050. Eis a prova da população povoadora e fundadora do Estado Português e um cálculo estatístico do número de freguesias portuguesas pioneiras, todas no território da antiga Galécia Romana.

O Brasil só alcançaria a quantidade de 650 freguesias ao longo do século XVIII !

Na verdade a nossa fronteira não parou de avançar nos últimos 1000 anos. Atualmente encontra-se em remotas regiões da Amazônia, nas novíssimas áreas de expansão e povoamento da língua portuguesa.

BREVES NOTAS SOBRE PRESURIAS DO SÉCULO IX NA TERRA PORTUCALENSE

A RESPEITO DE VlMARA PERES por SÉRGIO DA SILVA PINTO

A revelação, que se deve ao Prof. Avelino de Jesus da Costa, dos primitivos censuais de Braga e Guimarães com as suas 650 freguesias, já organizadas, em meados do séc. XI, bem denota por estas partes uma população presa à terra de muito longa data. Sem essa população pré-existente à Reconquista, como ele adverte, essas centenas de freguesias levariam séculos a formarem-se, não há dúvida: o repovoamento de Afonso III trouxe apenas novos colonos, nos arredores de Braga e às portas de Braga, igrejas prístinas persistiram desde a época bárbara (S. Vítor, Montélios, Dume). Como é óbvio, o facto importa a permanência dos habitantes. Uma necrópole do séc. IX-X, nas proximidades da igreja de S. Vítor (que eu próprio revelei à Arqueologia portuguesa, com a preciosa confirmação de manuel chamoso lamas) (16) veio corroborar a perspectiva do mencionado historiador. Ora, sendo assim, a recolonização da Terra Portuga-lense no séc. IX, se em parte, que se não contesta, foi devida à gente galega chegada do norte, também provirá, mercê dos novos quadros político-administrativos, da irradiação daqueles núcleos populacionais anteriores, que se mantiveram, nos seus rincões durimínios, através da invasão sarracena.
http://ler.letras.up.pt/revistas/documentos/revista_15/artigo1081.doc

O Brasil teria um peso fundamental na sobrevivência econômica e política de Portugal entre os séculos XVII e XIX. Atualmente é o Brasil o centro mais importante em termos quantitativos da antiga língua galaico-portuguesa em função do seu peso populacional.

O Bandeirante Tupi
RCO
Brasil


No hay imágenes relacionadas.

Comentarios

Tijera Pulsa este icono si opinas que la información está fuera de lugar, no tiene rigor o es de nulo interés.
Tu único clic no la borarrá, pero contribuirá a que la sabiduría del grupo pueda funcionar correctamente.


  1. #1 Bandeirante 11 de dic. 2005

    Do Minho para a Amazônia
    Língua Portuguesa, língua e cultura de guerra, síntese e mestiçagem.

    A perspectiva bandeirante.

    Amigos Foristas

    Quando comparamos Portugal e Castela, observamos que Castela conquistou quase toda a Península Ibérica. A Meseta Castelhana submeteu e centralizou o País Basco, a Catalunha, a Galiza, a Andaluzia, Navarra e os Baleares. Portugal quase sempre resistiu e derrotou os castelhanos, garantindo a sua autonomia e independência. Um dos momentos mais importantes foi a segunda dinastia portuguesa, a Dinastia de Avis. Portugal derrotou os castelhanos na Batalha de Aljubarrota em 1385 e inicia o moderno Estado Nacional Europeu com D. João I. Um território com fronteiras definidas, uma língua nacional, um rei e uma dinastia, uma igreja, uma armada, um exército, um Império iniciado na conquista da África desde 1415, um projeto nacional. A energia colonial portuguesa sempre foi mais consistente do que a castelhana. Na América basta comparar a conquista portuguesa com a conquista castelhano-espanhola. Os portugueses estabeleceram alianças com os índios tupis e criaram o Brasil. Os portugueses nunca foram como os bascos, catalães, astecas ou incas, derrotados pelos castelhanos e que tiveram a sua língua e cultura dominada e na subalternidade. Os castelhanos conquistaram os astecas e incas porque eram grandes impérios desorganizados e com muitos inimigos internos. Os espanhóis eram tão mal guerreiros que nem conseguiram derrotar qualquer pequeno grupo indígena armado que os desafiasse. Vide os índios ao norte de Assunção no Paraguai ou ao sul de Buenos Aires no período colonial. Os espanhóis foram derrotados na Amazônia tal como os incas. Analisemos Santiago do Chile, Buenos Aires e Assuncion que verificaremos os castelhanos isolados e morrendo de medo dos índios locais. Os mapuches derrotaram os castelhanos por décadas no Chile, o que revela a incapacidade e incompetência espanhola em uma guerra minimamente igual e justa.
    Os portugueses não estavam escondidos em altiplanos como no México ou no Peru, oprimindo os pobres índios. As colônias de Portugal localizavam-se nos litorais e mares do Atlântico, abertas aos piratas franceses, holandeses e ingleses. Como Portugal sempre foi valente conseguiu sustentar o seu Império, mesmo sendo um pequenino país.
    Comparai as distâncias a partir de São Paulo e a rede fluvial para o interior partindo de Buenos Aires, Assuncion e Santa Cruz de la Sierra e observaremos que a atual fronteira do Brasil foi configurada pela raça de gigantes que foram os Bandeirantes. Qual era a distância entre Mato Grosso e São Paulo? Qual a distância entre Assuncion e Santa Cruz de La Sierra e o Mato Grosso-Goiás? Qual a distância entre São Paulo e o Rio Uruguai-Missões Gaúchas, qual a distância entre Buenos Aires e o Rio Uruguai-Missiones Gaúchas? Os castelhanos oprimiam os índios enquanto que os luso-brasileiros conquistaram e colonizaram metade da América do Sul pela sua energia e mestiçagem. Portugal e o Brasil Colonial nunca tiveram grandes recursos humanos, econômicos ou militares. Fomos e somos pobres, mas criamos o grande sincretismo étnico, cultural e econômico que estruturou o Brasil Gigante.

    1 – A primeira estrutura portuguesa em São Paulo de Piratininga foi o “Colégio dos Jesuítas”, um barracão de taipa. O primeiro contato foi caracterizado pela aliança cultural e pelo convencimento e persuasão dos grupos tupiniquins do planalto. Fundado em 25/1/1554, dia da conversão de São Paulo por Manoel da Nóbrega, José de Anchieta, Manoel de Paiva e mais nove religiosos.

    2- A presença portuguesa e a entrada dos jesuítas foi autorizada e consentida pelos maiorais tupis e pelos grandes grupos tupiniquins da área.

    3 – Um dos principais chefes tupis era Tibiriçá. Defensor e Protetor máximo dos jesuítas e dos portugueses em São Paulo de Piratininga. Organizou pessoalmente a defesa de São Paulo no ataque de índios inimigos de 9/7/1562. São Paulo só não foi destruída e exterminada pelo seu ativo papel na defesa da vila. Os jesuítas reconhecem a importância decisiva de Tibiriçá e de seus tupis.

    4 – Quando Tibiriçá faleceu de causas naturais no Natal de 1562 foi declarado Protetor e Fundador de São Paulo de Piratininga e enterrado sob o Colégio dos Jesuítas. Os despojos e a tumba de Tibiriçá encontram-se hoje no subsolo da Catedral da Sé de São Paulo. Qual é a cidade americana que tem um índio declarado como seu “Fundador e Protetor” e que, tal como Reis e Papas da Europa, repousa nos fundamentos do principal templo religioso da cidade?

    5 – De acordo com a Genealogia Paulistana e as tradições genealógicas paulistas – Tibiriçá é o tronco fundante das principais famílias paulistas e com João Ramalho e os seus netos espalham-se pelas principais famílias bandeirantes do século XVII. Formou-se uma nova sociedade brasileira derivada da cultura portuguesa e pesadamente temperada e influenciada pela genética, pela cultura e pelos valores tupis. O conhecimento e o gosto dos tupis pelas suas entradas pelo sertão e o conhecimento geográfico das florestas, caminhos, serras, meio-ambiente, flora, fauna, grupos étnicos e potencial militar foi a base das bandeiras paulistas. Uma bandeira era composta por “brancos”, mamelucos e grandes massas de tupis e índios guerreiros.

    Cronologia das Bandeiras Paulistas:
    Muitas bandeiras foram vitoriosas, outras derrotadas. Muitas trouxeram milhares de escravos índios, ouro e incorporaram novos territórios. Outras foram destroçadas e aniquiladas pelos gentios indígenas bravios, pelos jesuítas, pelos espanhóis, pelas doenças tropicais e pelas bestas da natureza.

    1532 - Armada de Martim Afonso de Souza e criação da vila de São Vicente, no litoral.
    1554 – Entrada autorizada dos jesuítas em Piratininga e criação do Colégio em São Paulo.
    1562 – Defesa de São Paulo, cercada e atacada por índios inimigos. Os índios do litoral brasileiro de origem tupi eram canibais e antropófagos. Ser capturado era ser devorado pelos seus inimigos.
    1560-1565 – Guerras no litoral contra os tamoios e seus aliados franceses calvinistas.
    1565 - Cerco e início da batalha e assalto ao Rio de Janeiro contra franceses e índios tamoios.
    1567 – Conquista Portuguesa do Rio de Janeiro.
    1585 - Bandeiras no vale do Rio Tietê.
    1602 - Bandeiras Meridionais e incursões contra os guranis no litoral ao Sul de Cananéia, atual litoral paranaense e catarinense
    1615 - Paraupava, Brasil Central.
    1628-1632 – Destruição das reduções jesuíticas do Guairá, atual Noroeste do Estado do Paraná. 60.000 guaranis capturados. Destruição das povoações espanholas de Ciudad Real e Ontiveros.
    1636 – Assalto ao Tape, atual centro do Rio Grande o Sul.
    1639 – Participação de bandeirantes nas Guerras Holandesas, Nordeste do Brasil.
    1641 Mbororé. Rio Uruguai. Batalha perdida para guaranis e jesuítas armados com pólvora.
    1647 Taré
    1632 -1648 Itatins, Sul de Mato Grosso. Destruição de Santiago de Jerez, localidade espanhola.
    1648-1651. A Bandeira de Antonio Raposo Tavares percorre 12.000 km, desde São Paulo até quase os Andes e encontra os portugueses no Amazonas, retornando de Belém do Pará.
    1671 – Bandeiras contra o gentio Anicuns. Conquista de Goiás.
    1676 - Amambaí
    1683- 1715. Bandeiras contra os índios bárbaros do semi-árido nordestino, grupos cariris.
    1694 - Quilombo dos Palmares, litoral nordestino, Alagoas. Recrutados para exterminar levante de escravos negros em uma fortaleza organizada desde as Guerras Holandesas há mais de cinqüenta anos antes.
    1708-1709 Emboabas. Derrota dos paulistas em Minas Gerais.
    1718 - Conquista do Mato Grosso.
    1722 – Bandeirantes descobrem ouro em Goiás.
    1725-1744 – Guerra contra o gentio Paiaguá, no Mato Grosso. Excelentes canoeiros e piratas fluviais.
    1740-1741 – Guerra contra o gentio Caiapó, os Porrudos e Tapirapé, Goiás, Brasil Central.
    1754-1756 – Guerra Guaranítica
    1763 – Conquista do Guaporé
    1767-1777 Iguatemi. Hostilizado e tomado pelos paraguaios. Reconquistado posteriormente pelos brasileiros.
    1720 –1778 - Guerras contra o gentio Guaicuru, um dos mais bravios na América, grandes cavaleiros e assustadoramente tatuados.
    1801 – Conquista dos Sete Povos das Missões Orientais do Rio Uruguai. A última grande conquista territorial no Brasil Meridional. História do Rio Grande do Sul e equivalente da permuta territorial da Colônia do Sacramento.

    Vilas Bandeirantes criadas no séculos XVII:
    Paranaguá – 1648
    São Francisco do Sul 1660
    Curitiba 1693
    Laguna, Desterro (Florianópolis).
    O Bandeirantes estruturaram os estados Brasileiros de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul. Os bandeirantes eram mamelucos luso-tupi-brasileiros. Os jesuítas nunca ordenaram um só índio como jesuíta! Quem era racista ?

    No Tribunal da História

    Fomos os piores traficantes de escravos africanos. Os primeiros, os inventores, os mais competentes, os maiores, os últimos. Temos todos os títulos do tráfico atlântico de escravos africanos. Sem os negros não teríamos o Carnaval, o futebol, a cultura, a música, a culinária e a alegria do povo brasileiro.

    Portugal foi o primeiro a organizar o tráfico de escravos negros africanos, desde 1444. O Brasil foi o último país a manter o tráfico legal, até 1850 e a posse de escravos, até 1888.

    Escravos nas Américas:

    The destinations of Africans, from David Eltis and David Richardson, “The ‘Numbers Game’ and Routes to Slavery,” Slavery and Abolition 18.1 (1997): 6; based on Du Bois Institute data:

    Destination Percentage of Volume

    (Approximate)

    Brazil 40%

    British Caribbean 20%

    French Caribbean 17%

    Spanish Caribbean 10%

    United States 7%

    Rest of America 6%

    The destinations of Africans, from Colin Palmer, “African Slave Trade: The Cruelest Commerce,” National Geographic 182.3 (1992): 70-71, based on various sources:

    Destination Volume of Trade

    Old World 0.2-0.3 million

    United States 0.4-0.5 million

    Caribbean 4-5 million

    Middle America 0.2 million

    Spanish South America 0.5 million

    Guianas 0.5 million

    Brazil 3.6-5 million

    Fonte - Robert Anderson January 2001

    Como o Brasil teve uma história dramática e trágica, O Brasil tem o potencial e a perspectiva de habilitar a construção de um novo humanismo e ser um centro de diálogo, mestiçagem e entendimento entre a Europa, a África e a América. O "clash of civilizations" de um autor estadunidense como Samuel Huntington pode ser contraposto a uma nova política internacional latino-americana intercontinental, unindo as Américas, a Europa, a África e a Ásia em uma nova dimensão de respeito e diálogo.

    Mesmo com toda a pesada e violenta história militar do Brasil, o Brasil produziu notáveis humanistas como o Marechal Cândido Mariano Rondon, um pacifista - o Gandhi brasileiro. O Estado Brasileiro de Rondônia homenageia este grande humanista brasileiro, descendente de índios bororos e autor do lema : MORRER SE FOR PRECISO - MATAR NUNCA - A reabilitação de quinhentos anos de massacres. Um homem justo pode salvar toda a humanidade! Um brasileiro justo!
    A bela biografia do grande pacifista Rondon, BANDEIRANTE REPUBLICANO DO BRASIL: http://www.vidaslusofonas.pt/candido_rondon.htm

    Mas observemos que o bandeirantismo é um paradigma brasileiro e sul americano. Os bandeirantes representam uma das primeiras invenções e criações latino-americanas. A mestiçagem e a fusão entre a energia ibérica (portuguesa) e a energia indígena (tupi). Não apenas no Brasil Meridional, com São Paulo, mas também no Brasil Setentrional, em Pernambuco. O Brasil inicia a sua colonização ao Norte em Olinda, Pernambuco na década de 1530. Os castelhanos iniciam a sua colonização em Cumana, na atual Venezuela na década de 1520. A elite pernambucana também se mistura com os índios e o brasileiro Jeronimo de Albuquerque conduziu a conquista até o Ceará e Maranhão (o brasileiro é sinônimo de mestiço, mulato, mameluco, cafuso e a cultura nacional valorizou a mistura, tal como afirma o mestre da sociologia nacional, Gilberto Freyre e os grandes escritores como Machado de Assis e Jorge Amado - o racismo no Brasil é a desigualdade social). Os franceses fundaram São Luís (homenagem aos reis franceses) no Maranhão e conquistamos deles, em 1616, o território. Conquistamos de uma potência européia uma colônia e não apenas dos índios locais. Idem no Amazonas, varremos e expulsamos os ingleses e holandeses das bocas e do estuário do grande Rio das Amazonas e o Comandante Pedro Teixeira em 1637 saiu de Belém do Pará e visita Quito nos Andes em 1638. O Império Espanhol jamais controlaria a grande bacia do Amazonas e se os luso-brasileiros não exterminassem os ingleses e os holandeses de lá eles teriam colonizado a região, que nem fizeram ocupando as Guianas, território vizinho e abandonado pelo Império espanhol, bem ao lado de Cumana, onde os espanhóis nunca avançaram para novas fronteiras pela sua indigência. Sem os bandeirantes por lá, os franceses, holandeses e ingleses fizeram a festa ! As Guianas representam a colonização não-ibérica na América do Sul. Em 1808, durante as guerras napoleônicas, os brasileiros invadiram com facilidade a Guiana Francesa e só devolvemos por causa da Santa Alinaça de Metternich.
    Comparemos a extensão territorial do Brasil em 1750 com as 13 Colônias Inglesas da América do Norte. Os bandeirantes foram muito mais dinâmicos e ofensivos. Os ingleses possuíam muito mais recursos humanos, população, tecnologia e logo estruturariam a revolução industrial. Os ingleses estava a 200 quilômetros do oceano e com muito mais gente do que no Brasil em 1750 ! Trariam milhões de imigrantes para as suas colônias e os Estados Unidos independente receberia entre 1800 e 1930 uns 60 milhões (60.000.000) de imigrantes europeus para formar o território dos Estados Unidos até o Pacífico. O Brasil recebeu entre 1500 e 1700 uns cem mil (100.000) portugueses que organizaram a colônia e promoveram as bandeiras de conquista e colonização com os índios e africanos. O Brasil recebeu mais uns quatrocentos mil(400.000) portugueses no XVIII. Entre 1800 e 1850 o Brasil aferrava-se ao Antigo Regime, mantendo o tráfcio atlântico de escravos e a escravidão, enquanto que os Estados Unidos arrancavam economicamente com milhões de imigrantes europeus, ferrovias e a industrialização. O Brasil plantava café no final do XIX e entre 1850-1930 finalmente o Brasil se modernizou e recebeu apenas uns 6 milhões de imigrantes europeus, quantia próxima da mesma recebida pela Argentina e pelo Canadá. O imigrante germânico, italiano, polaco, japonês e outros tornaram-se brasileiros pela cultura e pela força na Ditadura Estadonovista de 1937-1945, quando escolas em língua estrangeira foram reprimidas.
    O brasileiro é um sul-americano e latino-americano como todos os outros e se considera um produto continental feito da mesma gente, mestiçagem, história e dramas que todos os sul-americanos. Somos amamelucados e indianizados como os bolivianos e peruanos, somos amulatados como os cubanos e os litorâneos da Colombia. Somos alemanizados e nórdicos como locais nos Estados Unidos e no Canadá. Depende da parte do Brasil que se visite e às vezes a mesma pessoa é a síntese multirracial de todos juntos ! Os Estados Unidos sabem que o único país latino-americano que pode tratá-los de igual para igual é o Brasil em termos de território e grandeza. A história do Brasil é uma das mais violentas, desiguais e injustas em toda a história mundial. O Brasil não nega e nunca negou a sua história e nem a sua gente. Como o Brasil é muito grande e representa metade da América do Sul temos que comparar os países sul-americanos com os Estados do Brasil. O Estado de São Paulo tem maior população, economia e PIB per capita do que a Argentina, por exemplo. A mesma desigualdade social e de renda se encontra entre os estados brasileiros. Se compararmos o IDH de um Estado como Santa Catarina (semelhante a Europa do Sul) com o do Estado do Piauí (semelhante a América Central) veremos o contraste.
    O Brasil é a locomotiva para a unidade da América do Sul, mas primeiro precisa avançar nos seus próprios e gigantescos problemas. O Brasil é o rosto mestiço do nosso Continente e somos iguais a todos os hermanos sul-americanos. Apenas somos o hermano maior e agigantado com uma pequena diferença na língua.

    Abraços
    Bandeirante Tupi
    RCO
    Brasil

  2. #2 Reuveannabaraecus 18 de dic. 2005

    Caríssimo Bandeirante:

    Peço-lhe agora licença para eu escrever em espanhol, é que o meu português flui muito devagarinho... e acho ainda que você consigue compreender melhor a nossa língua do que eu a sua. Obrigado.

    Gracias por los abundantes datos que aporta acerca de la cuestión de los límites meridionales del Brasil. Todos apuntan a lo mismo: la existencia de la República Oriental del Uruguay como "Estado-Tapón" para frenar los intereses imperialistas en juego de Portugal y España primero y de Brasil y Argentina después; de manera muy parecida a como en Europa se creó, también en el siglo XIX, el "Estado-Tapón" de Bélgica para frenar el afán expansionista de Francia hacia el norte y, en menor medida, el de Holanda hacia el sur.

    Tal vez no debería haber mencionado la "cuestión de Olivenza", que sigue siendo hoy un nada desdeñable escollo en las buenas relaciones ibéricas; lo hice solamente porque Vd. hablara también de los fracasos, y no sólo de los éxitos; después ya veo que lo ha hecho así; nada que reprocharle, pues. No obstante, pienso que la "questâo de Olivença" no es comparable al contencioso de Gibraltar. Le apunto algunos motivos:

    -Sinceramente, creo que España cada vez tiene menos interés en recuperar algún día el Peñón de Gibraltar; poco interés tiene para España incorporar de nuevo un territorio cuya población es mayoritariamente anti-españolista y que preferiría la independencia antes que volver a España (esto último en ningún caso, y no hay más que preguntar a los propios gibraltereños); poco interés tiene para España recobrar un enclave que se ha convertido en un paraíso fiscal y en un emporio del narcotráfico y el crimen organizado internacional. España cada vez está más hecha a la idea de que su futuro no pasa por la reintegración del Peñón de Gibraltar.

    -Pero Gibraltar es un "enclave": un territorio completamente separado del país a que pertenece, como enclaves son también, por ejemplo, las posesiones españolas en Marruecos: Ceuta y Melilla. Sin embargo, Olivenza NO es un enclave: cuando era portuguesa (en virtud de un tratado medieval, el de Alcañices, que en pocos lugares se rigió por la naturaleza para delimitar los reinos de Portugal y Castilla), Olivença estaba rodeada de territorio español por tres cuartas partes de su superficie, y sólo por una cuarta parte tocaba con el resto de Portugal, justamente por donde el río Guadiana presentaba el destacable obstáculo de su curso, que constituye el límite actual entre las dos naciones. La Olivença portuguesa era una península rodeada de territorio español por todas partes menos por el Guadiana. De hecho, era el único territorio portugués al Este del Guadiana desde que este río, una vez tomada la dirección Sur, sirve de frontera entre los dos países ibéricos. Digamos que la situación geopolítica de Olivença era "atípica". Lo que hizo Godoy en 1801 fue aprovechar la coyuntura de la debilidad del gobierno portugués en aquel momento y, con el apoyo de Francia, acudir a la excusa del apoyo portugués a Inglaterra para iniciar una ofensiva militar con el objeto de conquistar un territorio que se consideraba geográficamente español. No entro a valorar esta acción, pero el caso es que hoy Olivenza está perfectamente integrada en España y en la región extremeña en particular, y allí ya nadie quiere oír hablar de este tema, se lo digo porque he tenido ocasión de comprobarlo personalmente. Sólo es en Portugal donde no se han olvidado de esta cuestión, aunque se trata de un movimiento irredentista cada vez más minoritario ("Nâo Esqueçamos Olivença"), si bien es curioso que en el mapa de carreteras más usado en Portugal, el del Instituto Geográfico do Exército, la frontera entre Portugal y España se deja sin señalar justo al llegar al término de Olivenza, que aparece como Olivença y con la nomenclatura de "sede de concelho".

    -Para un futuro, algunos han apuntado soluciones de compromiso, como por ejemplo una especie de "condominio" o soberanía compartida de Olivenza/Olivença entre España y Portugal. Pero en una sociedad democrática las decisiones deben corresponder al pueblo, y, de igual manera que (como decía antes) España renuncia de facto a Gibraltar porque la mayoría de los gibraltareños no quieren ser españoles, Portugal debería renunciar también definitivamente a Olivenza porque la mayoría de los oliventinos ya no quieren ser portugueses. Ello si respetamos siempre la decisión popular, que es lo que deben hacer los estados democráticos como lo son en la actualidad el Reino Unido, España y Portugal.

    Decerto eu tenho antepassados também portugueses, e ainda parentes vivos !

    Aceite você também o nosso abraço e até a próxima.

  3. Hay 2 comentarios.
    1

Si te registras como usuario, podrás añadir comentarios a este artículo.

Volver arriba