Autor: Lusitano
martes, 20 de septiembre de 2005
Sección: Artículos generales
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Gaita-de-fole em Portugal

Gaita-de-Fole em Portugal, Principais tipos, contextos sociais e distribuição geográfica aproximada.

Gaita-de-fole em Portugal

Gaita-de-fole em PortugalPrincipais tipos, contextos sociais e distribuição geográfica aproximada
Em Portugal podemos encontrar pelo menos dois tipos principais de gaitas; a gaita da costa atlântica ocidental, que se convencionou chamar de "Gaita", "Gaita-de-fole" e no Minho, "Gaita Galega", e a de Trás-os-Montes e Alto Douro, outro instrumento, chamado "Gaita-de-fole", "Gaita Transmontana" ou "Gaita Mirandesa" (aqui, as denominações variam, embora se refiram ao mesmo instrumento).Embora a gaita da costa ocidental e a de Trás-os-Montes possam ser chamadas pelo mesmo nome ("Gaita-de-fole"), são instrumentos com diferenças claras entre si, embora pertençam ao mesmo ramo de instrumentos musicais do ponto de vista organológico.A Gaita-de-foles em Portugal tem uma presença bastante antiga e não se podem datar nem localizar com precisão que instrumentos desse tipo existiriam em todo o território nacional; (há relatos e iconografias que atestam o uso do instrumento inclusive no Alentejo e Algarve) e há relatos da presença do instrumento em Portugal praticamente desde a fundação da nacionalidade, em pleno Século XII, pelo que a hipótese da importação recente não explica tudo. Apesar de se verificar um intercâmbio de instrumentos e repertório, sobretudo entre a Galiza e Minho e Trás-os-Montes e Zamora, (que fazem parte da mesma "região cultural" de modo mais evidente), como acontece sempre nestes fenómenos da música popular, pode considerar-se, com toda a justiça, que Portugal tem uma cultura própria deste instrumento. Minho A formação mais habitual encontrada é o grupo de Zés-Pereiras: grupos de percussão, de caixas e bombos em grande número, presença habitual das festas populares.É possível também encontrar formações que incluem três ou mais gaiteiros, muitas vezes acompanhados de clarinete.Pelo menos até à década de sessenta ainda existiam nesta região construtores de gaitas de foles que as faziam muito semelhantes aos modelos da vizinha Galiza (gaitas afinadas em Dó, com apenas um ronco, ponteiro e um soprete).Devido à proximidade da Galiza esta terá sido a região onde desde mais cedo ocorreu a substituição dos foles de pele pelos de borracha (ainda hoje usados em grande número). Estremadura
Curiosamente, ao contrário do que se poderia pensar, a gaita tem uma implantação e tradição muito forte a sul do Tejo e na Estremadura, a norte de Lisboa, contrariando o estereótipo comum de que o instrumento só existiria exclusivamente no norte do país.A formação mais habitual encontrada na península de Setúbal é o grupo de gaiteiro individual, acompanhado de caixa e bombo. Esta parece ter sido em tempos a formação mais usual também na Estremadura cistagana, contudo já na década de sessenta, o mais comum era encontrar o gaiteiro tocando sozinho, sem acompanhamento das percussões. Outro aspecto que distingue a estremadura cistagana da transtagana, pelo menos a partir da segunda metade do século vinte, é o acompanhamento da gaita, caixa e bombo pelo clarinete.Os instrumentos que se tem observado nesta região são de fabrico galego, não havendo noticia da existência de construtores garantidamente desde a década de sessenta do século XX. Havia no entanto torneiros que faziam peças por cópia, a pedido de um gaiteiro. Os foles que ainda eram de pele até meados do século XX foram totalmente substituídos pelos de borracha, sendo que recentemente se observa o processo inverso. A formação mais habitual encontrada é o grupo de gaiteiro individual, acompanhado de caixa e bombo (em toda a costa ocidental e região de Coimbra). Litoral Centro Algumas gaitas da zona de Coimbra (das aldeias em redor), exibem formatos e torneados peculiares e características únicas, marcadamente coimbrãs, no formato dos instrumentos e nos intervalos entre tons; possuem algo parecido com uma escala quase diatónica, com algumas disparidades regionais e os temas tocados revelam um repertório característico da região. É comum encontrar em documentos iconográficos (fotografias e ilustrações) do princípio do século XX, numerosas referências a gaiteiros de Coimbra, com exemplares muito interessantes e ainda hoje se podem encontrar alguns tocadores da região que continuam a tocá-los com grande vitalidade.Investigações recentes levadas a cAbo pela Associação Gaita de Foles vieram revelar instrumentos de grande antiguidade muito bem preservados, o que confirma também as observações que fez a este respeito o etnógrafo Ernesto Veiga de Oliveira, no livro "Instrumentos Musicais Populares Portugueses", sobre a presença de artesãos e músicos locais de gaita-de-fole em Coimbra, já na década de 60. Trás-os-MontesEm Trás-os-Montes existe um tipo de gaita, de construção artesanal, semelhante morfologicamente à gaita sanabresa ou alistana, (de Sanabria e Aliste, comarcas espanholas fronteiriças), mas com características algo diferentes; possui um ponteiro de furação larga, de digitação aberta, preso no pescoço de um fole de cabrito, com um ronco, maciço, pesado, preso na pata direita e o soprete preso na pata esquerda; a tonalidade oscila entre Si, Si bemol e Lá, dependendo dos artesãos. Possui uma escala peculiar, com intervalos de meio-tom entre algumas notas; trata-se de uma escala não-temperada que tem despertado a atenção de numerosos etnomusicólogos.A generalidade das gaitas deste tipo parecem seguir mais ou menos esta escala não-temperada, semelhante às escalas usadas na flauta pastoril e nas tonalidades vocais utilizadas na região.Também aqui a formação mais habitual é o grupo de Gaiteiro, Caixa e Bombo, sendo que o gaiteiro abre as festas sazonais com Alvoradas, acompanha habitualmente as procissões e as danças de "L's Palos" (mais conhecidos por "pauliteiros"). As práticas musicais e os próprios materiais de construção dos instrumentos estão profundamente envolvidos no contexto agro-pastoril desta região. Esta gaita está a tornar-se bastante popular e há cada vez mais tocadores jovens a interessar-se pela características próprias do instrumento e a querer preservá-las intactas, sendo que nos últimos anos em Trás-os-Montes e Miranda do Douro, se tem verificado uma revitalização cada vez maior das práticas musicais associadas a ele. Curiosamente, também fora da área geográfica transmontana existe um certo público urbano que se interessa cada vez mais por este instrumento.Fonte: Associação Gaita de Foles - direitos reservados.

Más informacióen en: http://www.gaitadefoles.net


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